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Folha de S.Paulo

Artistas criticam alterações no Programa de Fomento ao Teatro

27.6.2007  |  por Valmir Santos

São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2007

TEATRO 

VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local 

Artistas e produtores, de um lado, e Secretaria Municipal da Cultura, de outro, enfrentam-se por conta do 11ª edital do Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. A Cooperativa Paulista, que representa mais de 90% dos grupos, pede alterações na lei assinadas em maio pelo secretário Carlos Augusto Calil, sobretudo quanto à obrigatoriedade de prestação de contas dos selecionados.

“Qual o problema em prestar contas? Tenho certeza de que a cooperativa é idônea”, diz Calil. Ele afirma que é determinação da Constituição Federal e da Lei Orgânica do Município. Até então a Lei de Fomento pedia a justificação de despesas por meio de relatório de atividades e de processo de espetáculo. Segundo a cooperativa, as novas exigências tornarão o processo mais burocrático.

Calil admite erros apontados no edital lançado, como o do valor máximo que poderá ser concedido a cada projeto (até R$ 577 mil, e não R$ 543 mil). Para corrigi-los, prorrogou o prazo de inscrições por um mês, até 23/7, mas resiste em voltar atrás quanto à prestação de contas.

Na manhã de anteontem, cerca de 200 artistas se manifestaram em frente à sede da secretaria, na Galeria Olido. Ney Piacentini, presidente da cooperativa, entregou a Calil carta em que relata insatisfação com “equívocos” e “abusos”.

Piacentini afirma que a lei, implantada há cinco anos, é auto-regulamentada e que nem os artistas, nem o Legislativo, teriam sido chamados para discutir as mudanças.

Nova reunião do secretário com artistas e produtores está prevista para hoje à tarde na SMC. O programa de fomento apóia a manutenção e criação de trabalho continuado de pesquisa e produção teatral. São dois editais por ano, uma composição de verba de cerca de R$ 9 milhões. 

Jornalista e crítico fundador do site Teatrojornal – Leituras de Cena, que edita desde 2010. Escreveu em publicações como Folha de S.Paulo, Valor Econômico, Bravo! e O Diário, de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Autor de livros ou capítulos afeitos ao campo, além de colaborador em curadorias ou consultorias para mostras, festivais ou enciclopédias. Cursa doutorado em artes cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde fez mestrado na mesma área.

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