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Publicações com a tag:

“Angélica Liddell"

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“Angélica Liddell"

Reportagem

O teatro é momento de sofrimento, uma dor compartilhada.

Angélica Liddell

Por que alguém escolhe como matéria de sua arte algo que muito provavelmente provocará um sentimento agudo de horror nos receptores? Tal interrogação pode vir à mente dos (potenciais) espectadores de Hysterica passio, texto da espanhola Angélica Liddell que aborda o ressentimento provocado pela dor tão lancinante quanto socialmente invisível que é a da criança abusada e torturada pelos próprios pais. Leia mais

Crítica

Angélica Liddell diz que “não existe um teatro violento. Mas a violência real”. O que essa reconhecida escritora espanhola leva às suas peças não é senão uma reação a essa violência concreta. Foi essa repugnância que a inspirou a criar espetáculos como Yo no soy bonita, o mais polêmico título da última Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp), e Hysterica passio, atualmente em cartaz no Espaço Parlapatões.

Inédito no País, o texto, que merece montagem da Teatro Kaus Cia. Experimental, integra uma trilogia da dramaturga Leia mais

Reportagem

Em 2012, uma peça gestada no âmbito universitário estreou no circuito profissional e saiu como grande vencedora do Prêmio Açorianos de Teatro. Com texto do dramaturgo alemão contemporâneo Marius von Mayenburg, O feio levou as categorias de melhor espetáculo, ator coadjuvante (Paulo Roberto Farias) e o prêmio do júri popular (Troféu RBS Cultura). Contando a história de um sujeito que começa a se dar bem na vida profissional e sexual depois de fazer uma plástica, o espetáculo apresentou a ATO Cia. Cênica, criada um ano antes. Leia mais

Reportagem

Cada palavra carrega em si uma determinada maneira de ver o mundo. Em japonês, o termo ‘komorebi’ serve para descrever o momento em que a luz do sol é filtrada pelas folhas. Para os alemães, ‘waldeinsamkeit’ é o modo preciso de se nomear o sentimento de solidão que uma pessoa experimenta quando está em contato com a natureza. Na Itália, ‘pentimento’ quer dizer arrependimento, mas é também o jeito de se falar da alteração em uma pintura. Aquela situação em que um quadro é restaurado e ficam evidentes seus rascunhos, mostrando que o artista mudou de ideia enquanto pintava. Leia mais

Crítica

Uma mulher (não) é uma mulher

16.3.2014  |  por admin

A performer espanhola Angélica Liddell habita o palco carregada de memórias e simbologias em Eu não sou bonita. O espetáculo foi criado sobre material autobiográfico, a partir do qual ela elabora uma poética da agressão. Desde uma perspectiva íntima compartilhada, a artista cria um espaço extracotidiano de expressão verbal e corporal contra a violência de gênero. Assume uma postura de enfrentamento da construção cultural do ser mulher, que limita a experiência do feminino, denunciando violências simbólicas e físicas castradoras do desejo e da liberdade. Leia mais

Crítica

Muito se fala de uma cena contemporânea cujo teor dramatúrgico se confirma autorreferente. Ora como o contar biográfico, ora no uso simbólico da experiência real, a aproximação entre o vivido e o encenado explicita também a necessidade de tornar espetaculares ocorrido e sentido, produzindo uma espécie de materialidade assertiva, pela qual o artista deixa de ser meramente instrumento para se exibir estrutura de atenção. Ocorre não ser tão simples o uso do próprio, visto o processo exigir consistência em seu argumento. Então são poucos os trabalhos que, verdadeiramente, superam a narrativa ilustrativa. É possível dividir em duas as disposições: a que confirma o uso do particular como meio de resolvê-lo, e a que aceita e reaviva sua condição. A diferença fundamental está na perspectiva da culpa igualmente autorreferente e daquela transferida ao outro. E ambas, até certo ponto, se confundem demasiadamente com mecanismos terapêuticos sobre o próprio dizer. Leia mais

Nota

O problema dos “ativistas” que foram ontem ao Teatro Cacilda Becker dispostos a sacrificar o trabalho da Angélica Liddell é que enxergam menos que o cavalo que dizem defender. Cheios dos legalismos, perderam a razão da causa já no primeiro momento, porque não queriam esclarecer nada, queriam tão somente fazer reféns, como inimigas, as cerca de duzentas pessoas que estavam ali. Um negócio autoritário, um roteiro de dramaturgia paupérrima, apoiado em meia dúzia de cartazes com frases-clichê escritas em péssimo português – o que não deixa de ser uma segunda forma de agressão ao trabalho (da maior contundência poética. Mas, a “tchurma” não era capaz de entender essas delicadezas). Leia mais

Nota

Quando a performer espanhola Angélica Liddell ergueu o cartaz em cena de Eu não sou bonita, em que estampa “Quem quer comer Angélica Liddell”, ela e o público mal sabiam que estava dada a ”senha” para que pelo menos cinco manifestantes subissem ao palco segurando cartolinas em que se liam frases contra o “especismo”, o preconceito de espécie que viam na presença de um cavalo contracenando à direita do tablado do Teatro Cacilda Becker, no bairro paulistano da Lapa, convertido numa espécie de estábulo cenográfico. Leia mais

Nota

Anunciada em dezembro, até então com oito espetáculos confirmados, a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, a MITsp, consolidou a lista de 11 obras que vão compor a programação da sua primeira edição, de 8 a 16 de março. As três que acabaram de ser fechadas elevam para quatro os núcleos artísticos baseados na América do Sul. Já se sabia de Cineastas, do argentino Mariano Pensotti. Bastante conhecido do circuito de festivais do país (Neva), o dramaturgo e diretor chileno Guillermo Calderón traz sua peça mais recente, Escola, de contundente abordagem política, como era de se esperar: na década de 1980, militantes de esquerda recebem treinamento paramilitar para resistir e derrubar a ditadura do general Pinochet. De Montevidéu, o grupo Pequeno Teatro de Morondanga apresenta  Bem-vindo à casa, encenação de Roberto Suárez considerada das mais inovadoras da temporada de 2012. Dividida em dois episódios, um por sessão, a peça é autodefinida como uma tragicomédia de humor negro em torno do destino “do incrível homem elefante”, aquele levado a público como aberração na Inglaterra vitoriana, drama histórico que David Lynch já abordou no cinema. A única criação brasileira na MITsp é assinada pelo coreógrafo, diretor e pesquisador Marcelo Evelin, cujo trabalho e a vida transitam há anos o Brasil e a Europa. De repente fica tudo preto de gente reúne cinco jovens performers vindos de Teresina, Kyoto, São Paulo, Ipatinga e Amsterdã. A ideia é investigar a massa como o pressuposto do comum numa multidão de singularidades. Uma das inspirações da sua companhia Demolition Inc. é o livro Massa e poder, do búlgaro naturalizado britânico Elias Canetti (1905-1994), que descreve a massa como fenômeno enigmático e universal. Nas próximas horas o site da MITsp detalhará a programação gratuita que ocupará oito espaços da cidade. Completando o menu: Sobre o conceito de rosto no filho de Deus (Romeo Castellucci/Societàs Raffaello Sanzio, Itália), Gólgota picnic (Rodrigo García/La Carnicería Teatro, Espanha), Hamlet (Oskaras  Koršunovas/OKT, Lituânia), Ali e Nós somos semelhantes a esses sapos (Compagnie Les Mains, les Pieds et la Tête Aussi/MPTA, França), Ubu e a comissão da verdade (William Kentridge/Handspring Puppet Company, África do Sul), Eu não sou bonita (Angélica Liddell/Atra Bilis Teatro, Espanha) e Anti-Prometheus (Sahika Tekand/Studio Oyunculan, Turquia).

Cena do espetáculo do diretor uruguaio Roberto Suárez