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Publicações com a tag:

“Kil Abreu"

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“Kil Abreu"

Artigo

Panorama do teatro brasileiro completa 60 anos de sua publicação (Difel, 1962). É uma das obras centrais entre as escritas pelo crítico, professor e historiador Sábato Magaldi (1927-2016) e referência para a história do teatro no Brasil. O livro é a um só tempo síntese histórica e roteiro de trabalho. Organiza, aprofunda, desdobra os estudos que o autor já vinha desenvolvendo desde que começara a escrever no Diário Carioca, em princípio dos anos de 1950, e, depois, em mais de 20 anos de colaboração com o Jornal da Tarde, de São Paulo, a partir de 1966. A atividade jornalística seria complementada pela participação junto ao Suplemento Literário, do jornal O Estado de S. Paulo.

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Crítica

O estado de horror implantado pelo bolsonarismo leva artistas a se posicionaram, poeticamente, de forma ainda mais radical. Não poderia ser diferente em arte. E não faltam exemplos nas circunstâncias dos últimos 15 meses de pandemia sobrepostos à guerra cultural instalada desde a posse. Um governo incapaz de tecer uma linha sobre a morte de Nelson Sargento e outros mestres e mestras em diferentes expressões. Que desqualifica o pensamento crítico. Ataca sistematicamente a comunidade artística. Desestrutura instâncias-chave do extinto Ministério da Cultura (MinC). Cientes dessa realidade macabra, os 86 minutos do vídeo-manifesto Liberdade liberdade [revisitada] constituem mais um exemplo de exposição da dor e de seu contraponto, o empenho coletivo para denunciá-la bravamente, purgá-la, a despeito da política pública de extermínio.

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Biocritica Kil Abreu conta...

Biocritica - Uma questão de conta...

Neste momento não se pode começar um texto sobre crítica e sobre críticos senão reafirmando o estado atual das coisas. Que alcança a crítica mas vem antes e está além. Para nós que não nos sentimos capturados pelas políticas da morte (o que não nos faz melhores), a sensação é de que o humano está sendo devastado pela doença e pelo assassinato como política de Estado. Ponto crítico. É um momento da democracia em que se pode parafrasear os versos daquela canção falando sobre o aqui que ainda era construção, mas já é ruína. Os mais politizados perguntarão, com razão: “Mas quando não foi assim?”. A diferença fundamental é que no agora, como em poucos outros agoras, a ordem autoritária monta estratégias próprias. A matança, como sempre, tem endereços prioritários. Não cabe descer aqui a pormenores, não é o tema, mas cabe lembrar – não é questão de querer ou não – que este é forçosamente também o sítio da crítica. E a crítica não deve querer estar em suspenso sobre a nervatura do real, deve fazer parte dela.

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Biocritica Dossiê conta...

Biocritica - Uma questão de conta...

Rever raízes

4.1.2021  |  por Valmir Santos

Este Teatrojornal – Leituras de Cena completou dez anos em 20 de março de 2020, na esteira da chegada da pandemia e, com ela, tudo que se sabe. Diante do presente que dilata a qualidade ou estado do que é temporal, provisório e efêmero, assumimos o delay e criamos uma ação comemorativa da década de trabalho continuado do site. O dossiê Biocrítica vai reunir artigos acerca de nossa trajetória e de outros dez espaços empenhados na crítica de teatro na internet.

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Artigo

Drama do endereçamento

16.6.2020  |  por Valmir Santos

Nova ação do Centro Cultural São Paulo revela mais uma face de como a arte presencial busca maneiras de se reinventar na crise humanitária da Covid-19. Treze pessoas que escrevem para teatro foram convidadas a endereçar textos curtos não para a cena, dessa vez, mas para alguém de livre escolha que também tenha praticado o ofício. A maioria dos destinatários da série 13 cartas imaginadas morreu, exceção a duas, uma delas filha da ficção.

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Encontro com Espectadores

O espetáculo Navalha na carne negra alia a dramaturgia de Plínio Marcos (1935-1999) – sua alteridade sociopolítica de largada, sua potência de linguagem a quem se dispõe a ir fundo na teatralidade – com a recente geração de artistas acostumada a trabalhar em coletivos e a bordo da relevante e atual produção do teatro negro ou teatro preto em cidades como Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Leia mais

Crítica

Navalha na nossa carne?

28.9.2018  |  por Kil Abreu

A lógica do processo social permite supor que as personagens de Plínio Marcos em Navalha na carne podem ser negras. No entanto, as representações mais conhecidas do texto têm contado majoritariamente com atrizes e atores não negros. Quando Lucelia Sergio, interpretando Neusa Sueli, entra em cena na montagem em análise tirando a peruca loira isso nos remete a algo acidental, a uma personagem se desfazendo da outra com a qual ganha a vida. O “desfazer-se” remete também a uma possível resposta à maneira como no teatro brasileiro a distinção racial se afirmou. A tentativa de desnaturalização deste imaginário é, entre outras coisas, o que Navalha na carne negra nos oferece. Somos levados a pensar aquelas personagens por fora das representações já inscritas, em que atrizes blonde como Tônia Carrero e Vera Fischer viveram a prostituta no palco ou no cinema. Leia mais

Crítica

Antunes, irmão de Lagarce

25.9.2018  |  por Kil Abreu

O dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce morreu jovem (1957-1995), vítima da Aids. Só foi reconhecido como autor relevante em seu país depois da morte, o que já nos diz muito sobre a dificuldade do seu belo teatro, fora dos enquadramentos. Erudito, criou um teatro singular inspirado sobretudo em autores fora da ordem na cena moderna, como Beckett, com quem aprendeu tanto o valor da palavra, do verbo concentrado, como do silêncio, das frestas. E também o contraste trágico entre aquilo que está, que é, e o que não está presente, entre o que as coisas são e o que poderiam ter sido. Sua obra de volume considerável inclui peças como Music-hall, História do amor (últimos capítulos), já encenadas no Brasil, e esta Eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse (na tradução de Maria Clara Ferrer), que o CPT do Sesc e Grupo de Teatro Macunaíma estreia neste momento sob direção de Antunes Filho. Leia mais

Encontro com Espectadores

Dentre as linhas de força cênica e reflexiva do espetáculo L, o musical, duas são aprofundadas: o amor entre mulheres e o gênero teatro musical. O autor, diretor e jornalista Sérgio Maggio, a atriz, poetisa, cantora e jornalista Elisa Lucinda e a atriz Luiza Guimarães conversaram com o jornalista e crítico Kil Abreu, o público e parte da equipe de criação presente na plateia despertada para as inquietudes desse trabalho do Criaturas Alaranjadas Núcleo de Criação Continuada (DF). Leia mais

Crítica

A alegria crítica

12.7.2018  |  por Kil Abreu

O rei da vela é, como as pessoas do teatro costumam tratá-la, uma peça avançada para os anos 30 do século passado, se o ponto de vista for o da invenção estética. Nela Oswald de Andrade costura de maneira inusual para os modelos dramatúrgicos da época, em traços grossos e em dialética carnavalesca, o momento de passagem dos lugares de poder, da tradicional família rural brasileira, já falida, para as dinâmicas do capital financeiro então nascente, em termos de hegemonia econômica. É o teatro politico e experimental de um autor atento à necessidade de traduzir em forma nova uma realidade em profundo processo de mudança.  Leia mais