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Publicações com a tag:

“Luiz Fernando Marques"

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Crítica

Qual o som do silenciamento? Essa pergunta ganha corpo e se torna cada vez mais incômoda na obra em torno da cantora lírica Maria d’Apparecida (1926-2017). A nossa ignorância a respeito da trajetória fulgurante dessa brasileira em solo europeu se agrava à medida que são expostos os níveis de preconceitos de raça e de gênero que circunstanciaram seus 91 anos de vida. A mulher negra, de pele clara, os enfrentou escudada em sua voz, seja interpretando ópera, no registro mezzosoprano, seja no repertório da canção popular ou do folclore de seu país, o mesmo que insistiu em asfixiá-la.

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Crítica

O estado de horror implantado pelo bolsonarismo leva artistas a se posicionaram, poeticamente, de forma ainda mais radical. Não poderia ser diferente em arte. E não faltam exemplos nas circunstâncias dos últimos 15 meses de pandemia sobrepostos à guerra cultural instalada desde a posse. Um governo incapaz de tecer uma linha sobre a morte de Nelson Sargento e outros mestres e mestras em diferentes expressões. Que desqualifica o pensamento crítico. Ataca sistematicamente a comunidade artística. Desestrutura instâncias-chave do extinto Ministério da Cultura (MinC). Cientes dessa realidade macabra, os 86 minutos do vídeo-manifesto Liberdade liberdade [revisitada] constituem mais um exemplo de exposição da dor e de seu contraponto, o empenho coletivo para denunciá-la bravamente, purgá-la, a despeito da política pública de extermínio.

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Encontro com Espectadores

Em 15 anos de trabalho continuado de pesquisa no campo das artes da cena, a partir de espetáculos e intervenções irradiadas do Recife, o Grupo Magiluth olhou para a sua trajetória à luz da criação de Apenas o fim do mundo, espetáculo mais recente e objeto de análise do 28º Encontro com Espectadores, ação realizada pelo site Teatrojornal – Leituras de Cena em parceria com o Itaú Cultural.

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Crítica

Foi com uma linguagem inventiva e próxima ao ideário do teatro pós-dramático que o Magiluth conquistou seu espaço na cena teatral nacional. Criado no Recife, em 2004, o grupo investia em propostas de criação coletiva, valorizando a desconstrução do texto e uma interpretação muito mais próxima do performativo do que da representação propriamente dita.

Por diferentes motivos pode-se considerar Apenas o fim do mundo como obra que sinaliza maturidade. Para compor o espetáculo, o grupo pernambucano trouxe muito da experiência acumulada em seus 15 anos de existência: o jogo performático permanece a dar o tom e o espectador, figura sempre central em seu trabalho, funciona como aspecto motor – adentrando os limites da encenação e impregnando-lhe o ritmo.

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Reportagem

Para o sociólogo José de Souza Martins, “prestar atenção nos movimentos corporais de quem nos governa é um meio de compreender em tempo o que será o governo e de que tipo serão suas crises”. No caso do novo presidente, os idealizadores da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, a MITsp, estavam de olho no discurso das “arminhas” com as mãos desde a campanha eleitoral. As formas de violência subjacente em muitas promessas de campanha tornaram-se concretas nas primeiras e longas 11 semanas de gestão – serão 208 até 2022. Leia mais

Crítica

Trinta anos separam a morte do argentino Copi e a revisita do Teatro Kunyn à sua vida e obra com a peça Desmesura, que estreou em São Paulo em maio. O ator, diretor, dramaturgo e ilustrador morreu na França, em dezembro de 1987, em decorrência de complicações da Aids, não sem antes transformar a própria doença — àquela época, inevitável caminho da morte — em uma das particularidades e um dos eixos de sua escrita. Leia mais

Reportagem

Quando se propôs a debater a homossexualidade pelo viés do teatro, já na sua estreia o grupo paulistano Teatro Kunyn levou à cena um dos mais elogiados espetáculos contemporâneos produzidos no Brasil sobre este tema. Em Dizer e não pedir segredo (2010), o grupo enveredou por relatos e situações vividos por gays no país desde o império até os dias atuais, utilizando como palco as salas, os quartos e as cozinhas de casas e apartamentos. Em junho de 2015, a companhia estreia na capital paulista um novo trabalho, desta vez sobre o universo homossexual do Recife dos anos 1960, com base na obra do dramaturgo, jornalista, escritor e poeta argentino Tulio Carella, contextualizado nas ruas, nos parques e praças, onde o assunto vive grosso modo à marginalidade. Leia mais

Crítica

O espetáculo Hygiene, do grupo paulista XIX de Teatro, mostra a higienização urbana que avançou no Brasil, obrigando várias famílias a deixar as suas casas. A peça é ambientada no Brasil da virada do século XIX para o XX, época em que o país estava sendo construído numa velocidade acelerada e recebendo diariamente milhares de imigrantes. Formavam-se habitações, também chamados de cortiços. Assim como na obra do escritor Aluísio Azevedo, o grupo parte dessas habitações – nas quais pessoas diferentes convivem sob o mesmo teto – para discutir a formação da identidade brasileira. Estão presentes na trama o samba, o sincretismo religioso, as lutas operárias, entre outras manifestações socioculturais. Leia mais

Reportagem

Em uma cidade carente de salas e centros culturais estruturados, a ocupação de espaços alternativos tornou-se regra. Casas, garagens, lojas. Cada um se vira como dá. E tudo pode se transformar em espaço para as artes. A inauguração do espaço É logo ali, porém, dá indícios de que o caminho inverso começa a valer também. Com grandes instituições deixando-se influenciar por aquilo que o improviso pode trazer de frutífero. Leia mais