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“Musical reúne faces de Elizeth Cardoso"

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Folha de S.Paulo

São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

TEATRO 
João Falcão dirige montagem que costura biografia a 40 canções, com cinco intérpretes no papel da cantora 

VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local 

Entre os cerca de cem artistas que fizeram audição para o musical sobre Elizeth Cardoso (1920-90), poucos conheciam seu cancioneiro. Já nos testes, logo após o Carnaval, os criadores de “Divina Elizeth” se deram conta da responsabilidade pela frente: preencher um tanto dessa lacuna entre gerações.
Não é a pretensão do espetáculo que estréia amanhã, no teatro Frei Caneca, em SP. Em vez disso, o diretor João Falcão, 49, fala em fazer “apenas um musical brasileiro”, assim como a homenageada se dizia “apenas uma cantora brasileira”. Mas ninguém une perto de 40 canções a momentos da vida de Elizeth Cardoso impunemente.
“Tive um “intensivo” da música popular brasileira”, diz Falcão, há cinco meses envolvido com o roteiro e a concepção do musical. Surpreendeu-o o espectro de influências da obra de Elizeth, capaz de embolar o antes e o depois dela (Araci Cortes, Aracy de Almeida, Carmen Miranda, Ary Barroso etc.).
A natureza multifacetada de tal voz surge representada por cinco intérpretes: Ana Pessoa, Beatriz Faria, Carol Bezerra, Daniela Fontan e Dhu Moraes, todas experientes no canto, às vezes de modo familiar -Faria é filha de Paulinho da Viola. “A Elizeth tem várias caras.
As cinco cantoras possuem qualidades distintas. Há quem tenha mais vibrato, seja mais dramática, mais leve, mais lépida, folgazã”, diz o diretor musical, Josimar Carneiro, 41. Ele toca violão ao lado de Marcílio Lopes (bandolim), Gabriel Geszti (teclado e acordeão), Rui Alvim (sax alto e clarinete), Jorge Oscar (baixo acústico) e Oscar Bolão (bateria e percussão). Com este, garimpou, anos atrás, partituras originais do acervo do neto de Elizeth. Entre elas, as diretrizes vocal e instrumental de “Chega de Saudade”, assinadas por Tom Jobim. O maestro fez parceria com Vinicius de Moraes no histórico “Canção do Amor de Mais” (1958), da cantora.
Nos arranjos que assina com Lopes, Carneiro pretende fundir um tanto de Zimbo Trio, na formação piano-baixo-bateria, com outro tanto do Época de Ouro, que acompanhava Jacob do Bandolim com violão de sete cordas, pandeiro e percussão.
Saudades e premonições
No roteiro, João Falcão segue a cronologia biográfica no que pode e tenta equilibrar saudades e premonições da personagem, dançando passado e futuro. Uma dupla, como que anjos da guarda, costura a narrativa pontuada pelos números. Íntimo do gênero desde os tempos de formação no Recife, nos anos 80, Falcão quer manter a experimentação, como em “As Aventuras de Zé Jack e Seu Pandeiro Solto na Buraqueira no País da Feira” (2005), celebração a Jackson do Pandeiro, e “Cambaio” (2001), letras de Edu Lobo e Chico Buarque com arranjos de Lenine.
DIVINA ELIZETH
Onde: shopping Frei Caneca – teatro (r. Frei Caneca, 569, 6º andar, tel. 0/xx/ 11/3472-2226)
Quando: estréia amanhã, sex. e sáb., às 21h; e dom., às 19h. Até 1º/6
Quanto: R$ 80

Entre os cerca de cem artistas que fizeram audição para o musical sobre Elizeth Cardoso (1920-90), poucos conheciam seu cancioneiro. Já nos testes, logo após o Carnaval, os criadores de “Divina Elizeth” se deram conta da responsabilidade pela frente: preencher um tanto dessa lacuna entre gerações. 

Não é a pretensão do espetáculo que estréia amanhã, no teatro Frei Caneca, em SP. Em vez disso, o diretor João Falcão, 49, fala em fazer “apenas um musical brasileiro”, assim como a homenageada se dizia “apenas uma cantora brasileira”. Mas ninguém une perto de 40 canções a momentos da vida de Elizeth Cardoso impunemente. 

“Tive um “intensivo” da música popular brasileira”, diz Falcão, há cinco meses envolvido com o roteiro e a concepção do musical. Surpreendeu-o o espectro de influências da obra de Elizeth, capaz de embolar o antes e o depois dela (Araci Cortes, Aracy de Almeida, Carmen Miranda, Ary Barroso etc.). 

A natureza multifacetada de tal voz surge representada por cinco intérpretes: Ana Pessoa, Beatriz Faria, Carol Bezerra, Daniela Fontan e Dhu Moraes, todas experientes no canto, às vezes de modo familiar -Faria é filha de Paulinho da Viola. “A Elizeth tem várias caras. 

As cinco cantoras possuem qualidades distintas. Há quem tenha mais vibrato, seja mais dramática, mais leve, mais lépida, folgazã”, diz o diretor musical, Josimar Carneiro, 41. Ele toca violão ao lado de Marcílio Lopes (bandolim), Gabriel Geszti (teclado e acordeão), Rui Alvim (sax alto e clarinete), Jorge Oscar (baixo acústico) e Oscar Bolão (bateria e percussão).

Com este, garimpou, anos atrás, partituras originais do acervo do neto de Elizeth. Entre elas, as diretrizes vocal e instrumental de “Chega de Saudade”, assinadas por Tom Jobim. O maestro fez parceria com Vinicius de Moraes no histórico “Canção do Amor de Mais” (1958), da cantora. 

Nos arranjos que assina com Lopes, Carneiro pretende fundir um tanto de Zimbo Trio, na formação piano-baixo-bateria, com outro tanto do Época de Ouro, que acompanhava Jacob do Bandolim com violão de sete cordas, pandeiro e percussão. 

Saudades e premonições
No roteiro, João Falcão segue a cronologia biográfica no que pode e tenta equilibrar saudades e premonições da personagem, dançando passado e futuro. Uma dupla, como que anjos da guarda, costura a narrativa pontuada pelos números. Íntimo do gênero desde os tempos de formação no Recife, nos anos 80, Falcão quer manter a experimentação, como em “As Aventuras de Zé Jack e Seu Pandeiro Solto na Buraqueira no País da Feira” (2005), celebração a Jackson do Pandeiro, e “Cambaio” (2001), letras de Edu Lobo e Chico Buarque com arranjos de Lenine. 


Peça: Divina Elizeth
Onde: shopping Frei Caneca – teatro (r. Frei Caneca, 569, 6º andar, tel. 0/xx/ 11/3472-2226) 
Quando: estréia amanhã, sex. e sáb., às 21h; e dom., às 19h. Até 1º/6 
Quanto: R$ 80