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Publicações com a tag:

“Patricia Freitas"

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“Patricia Freitas"

Crítica

O espetáculo Mateluna, escrito e dirigido por Guillermo Calderón e apresentado no MITsp, constrói pontos de aproximação entre o espírito revolucionário latino-americano durante as ditaduras militares nas décadas de 70 e 80 e os modos de resistir ao estado de coisas atual. Para tanto, o grupo de seis atores se detém em uma narrativa prismática sobre um personagem real: o ex-guerrilheiro chileno Jorge Mateluna, com quem o elenco manteve contato durante a criação do espetáculo Escuela (2013). Leia mais

Artigo

Um apontamento de Terry Eagleton encontra forte ressonância no trabalho do maranhense José Ribamar Ferreira, mais conhecido como Ferreira Gullar (1930-2016). A literatura, disse o crítico inglês, não se define somente como um escrito de ficção, muito menos como um registro documental da realidade externa. Tampouco a capacidade imaginativa ou criativa é capaz de dar conta de um conceito tão espinhoso como “literatura”. Seu poder de, a um só tempo, colar e desprender-se da materialidade histórica advém de sua própria forma organizativa, que se volta contra o que Eagleton chama de “fala comum”, ordinária e cotidiana. Leia mais

Crítica

Estranho fruto

1.12.2016  |  por Patricia Freitas

Solidão, novo espetáculo do grupo paulistano Folias D’Arte, parece desnortear o espectador em suas inúmeras e intensas fragmentações e deslocamentos, tornando inclusive o exercício de síntese da obra algo quase que impossível. Curiosamente, é nessa esteira do impossível tornado possível – caracterizado por muitos como “realismo mágico” – que se move a materialidade cênica do espetáculo, impelida a desafiar e transpor ao palco a forma amorfa do maior romance do colombiano Gabriel García Márquez, Cem anos de solidão. Leia mais

Crítica Militante

O avesso do claustro é um daqueles espetáculos do qual o espectador, consciente da porosidade engendrada pela obra, sai mobilizado a refletir sobre a função da arte assim que deixa o teatro. Com efeito, um amplo leque de imagens é aberto desde a entrada no ginásio do Sesc Santos, durante o festival Mirada: o batuque, lembrando nossa raízes africanas, a cortina fazendo entrever corpos seminus dançantes e a figura de Dom Hélder ainda bebê num carrinho de obras. Leia mais

Crítica Militante

Uma passagem do livro O inconsciente político (1981), do pensador norte-americano Fredric Jameson, parece concentrar o mote de Viúvas – performance sobre a ausência, encenação coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz no contexto do Mirada, em Santos: Leia mais

Crítica Militante

I – Retrospecto histórico de um teatrero subversivo

1974: Augusto Boal, já com 43 anos e bastante consagrado no Brasil por sua atuação como diretor do Teatro de Arena de São Paulo, adapta uma das peças mais importantes e controversas da história do teatro mundial: A tempestade, de Shakespeare. Leia mais

Crítica Militante

Ecos do basta

28.6.2016  |  por Patricia Freitas

O pão e a pedra, espetáculo mais recente da Companhia do Latão, constrói pontos de convergência entre o mundo do trabalho na década de 70 e na atualidade, expondo o importante processo de organização dos trabalhadores fabris de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O impasse do realismo, ao tratar de temáticas sociais, fornece a chave de interpretação de um autor como Kafka em sintonia com nossa cor local. Leia mais

Crítica Militante

Precisamos desenvolver a sensibilidade histórica para que ela se torne um verdadeiro deleite sensual. Quando nossos teatros apresentam peças de outros períodos, eles gostam de aniquilar a distância, preencher as lacunas, minimizar as diferenças. Mas onde então fica o prazer derivado das comparações, da distância, da dissimilitude – que é, ao mesmo tempo, um prazer vindo daquilo que é próximo e próprio a nós mesmos?

Bertolt Brecht

“Inspirar movimentos de aproximação entre o teatro e aqueles que lutam por justiça social”: tal o objetivo do primeiro volume da coleção Cadernos de Teatro e Sociedade, editado pelo Laboratório de Teatro e Sociedade (LITS) em parceria com a editora Expressão Popular. O projeto do grupo de estudos e laboratório, encabeçado por pesquisadores e artistas da Universidade de São Paulo, teve como mote não só publicar algumas peças relativas ao momento de fértil “hegemonia cultural de esquerda”, mas recriá-las crítica e pictoricamente com base nas experiências cênicas daquele período.

Não à toa, o passo inicial envolveu a publicação de Mutirão em novo sol, obra escrita coletivamente, em 1961, por Nelson Xavier, Augusto Boal, Benedito Araújo, Hamilton Trevisan e Modesto Carone, que permanecia inédita até então. Leia mais

Crítica Militante

A arte só tem finalidade quando contribuiu para a evolução dos homens. Perdemos a fé nos homens. Temos de auxiliar a razão a reconquistar o seu direito. A arte não é uma fumaça, a arte serve para esclarecer e, talvez, para ‘transfigurar’ – mas muito cuidado!

Wolfgang Drews

Coisas de jornal no teatro, escrito pelo pesquisador Eduardo Campos Lima, consegue reunir a um só tempo o caráter informativo, necessário para a compreensão da forma Teatro Jornal, e uma análise que privilegia os saltos temporais, bem como as conexões históricas. Leia mais

Resenha

Um teatro para o presente

2.4.2016  |  por Kil Abreu

Jogos para atores e não atores,  lançado pelas Edições Sesc e Cosac Naify, nos oferece o material mais completo entre todos os que foram reunidos por Augusto Boal sobre sua obra, desde que os apontamentos iniciais do que viria a ser o Teatro do Oprimido se deram, no exílio argentino, ainda nos anos 70. Dali em diante o autor criou um formidável repertório de técnicas e pensamento, testado dia após dia na própria prática cênica, boa parte dela experimentada junto ao povo Leia mais