2.2.2016 | por Valmir Santos
No Brasil, a montagem de uma peça centrada em passagem da vida da Virgem Maria dificilmente escaparia aos traços barrocos da Igreja Católica, como o ornamento, a exuberância e a compaixão. Não é o que acontece em todas as frentes de O testamento de Maria, direção de Ron Daniels para o monólogo do irlandês Colm Tóibín, interpretado por Denise Weinberg. Leia mais
Uma mulher e tudo o que ela não disse ao longo da vida. Em O testamento de Maria, em cartaz no Sesc Pinheiros, Denise Weinberg assume o icônico papel de mãe de Jesus Cristo e o ímpeto de revelar verdades submersas. Leia mais
30.12.2015 | por Valmir Santos
A dramaturga, atriz e pesquisadora Nina Caetano dispensa a função de porta-voz que fala pelo outro, em geral um sujeito institucionalizado, e transforma a mudez em ato ressonante. Misto de denúncia e metáfora, a performance O espaço do silêncio prioriza a leitura em vez da palavra falada. Não é ela quem lê, mas os outros Leia mais
11.11.2015 | por Valmir Santos
Como a atriz que alterna manifestações verbal e gestual dos personagens enfrentando o breu com luz de velas, o espectador também tenta se localizar a bordo dos primeiros minutos de La virgen triste, espetáculo que há três décadas faz parte do repertório da Compañía Galiano 108, de Cuba. A montagem de José González não dissimula ao gozar a maturidade artística da equipe, relativizando parâmetros do que é velho ou novo. Leia mais
8.11.2015 | por Valmir Santos
O choque de civilizações é uma teoria segundo a qual os conflitos deste século 21 seriam pautados por identidades culturais e religiosas. Foi o que o economista norte-americano Samuel P. Huntington (1927-2008) projetou em meados da década de 1990. Há quem lhe dê razão, por exemplo, considerando as ações terroristas pelo mundo. Como as reivindicadas por radicais islâmicos e respondidas com a mesma moeda por adversários islamófobos. Em alguma medida, a Companhia Nova de Teatro, de São Paulo também proporciona sua visão de choque de civilizações em Caminos invisibles… La partida (2011). Leia mais
7.11.2015 | por Beth Néspoli
A ação da peça Fidel-Fidel! Conflicto en la prensa, com a qual o grupo argentino El Bachín Teatro comemora seus 15 anos de existência, transcorre dentro da redação do fictício jornal A República, no dia 31 de dezembro do ano de 1958. Trata-se de uma escolha estratégica para Leia mais
7.11.2015 | por Maria Eugênia de Menezes
É como se o escriturário descrito por Herman Melville, em Bartleby, tivesse mudado de nome, de época, de país. Em Página 469, o Grupo Engasga Gato, de Ribeirão Preto, quer falar sobre a história – e os dilemas – de um homem, funcionário público, que se vê confrontado com o absurdo de sua rotina e “enlouquece”. Leia mais
5.11.2015 | por Maria Eugênia de Menezes
Repertório Shakespeare, projeto que estreia hoje (5/11), no Sesc Vila Mariana, é a obra de um devoto. Enquanto conversa sobre suas novas encenações de Macbeth e Medida por Medida, Ron Daniels fala em “inteligência superior” e em “profundo respeito”. Leia mais
1.11.2015 | por Maria Eugênia de Menezes
A velhice foi o ponto de partida do Grupo Carmin, do Rio Grande do Norte, quando debruçado sobre a missão de compor um novo espetáculo. O caminho natural, para apropriar-se do tema, era se cercar de informação, compor histórias, talvez até tangenciar o real, mas revesti-lo com as rendas da ficção. E o propósito manteve-se firme por certo tempo, mesmo quando o acaso veio bagunçar sua intenção primeira. Mas há coisas que se impõem. Há pequenos mistérios a rondar esse mundo de explicações racionais e lógicas. E, às vezes, depois de resistir, é preciso saber a hora de se entregar.
Leia mais31.10.2015 | por Maria Eugênia de Menezes
A palavra é o jeito de fazer o nada aparecer. O que era nada. Agora a tornar-se letra, corpo, matéria, pensamento. “O pensamento não existe fora do mundo, nem fora da palavra”, diz Merleau-Ponty. Leia mais