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“SP recebe 17 grupos de teatro de bonecos"

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“SP recebe 17 grupos de teatro de bonecos"

Folha de S.Paulo

São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2006

TEATRO 
Festival terá espetáculos de graça no Teatro Popular do Sesi e no Ibirapuera 

Terceira edição do evento traz destaques de Rússia, França, Japão, Espanha e EUA e contempla cidades das regiões Sul e Sudeste 

VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local 

O país vem afirmando seu espaço no circuito internacional de teatro de bonecos (ou teatro de animação). Cidades como Canela, Belo Horizonte e Curitiba fixaram seus festivais no calendário. E São Paulo chega ao terceiro ano do projeto Sesi Bonecos do Brasil e do Mundo.

De hoje a domingo, sempre com entrada franca, o teatro Popular do Sesi, na av. Paulista, e a praça da Paz, no parque Ibirapuera, recebem 17 companhias, cinco internacionais.

Quem abre a programação hoje -duas sessões por noite -é o grupo Teatro Tenj, fundado em Moscou em 1991. Em russo, seu nome significa sombra e já indica a técnica que maneja. No espetáculo “Metamorfoses”, é narrada a história de um pintor cujos quadros são transformados diante do espectador, sob música ao piano de cauda com composições de Chopin e Tchaikovski.

Amanhã, apresenta-se o grupo espanhol de fantoches La Fanfarra. Sem palavras, “Melodama” é uma adaptação livre de “A Vingança da Órfã Russa”, um melodrama escrito pelo pintor francês naïf Henri Rousseau em 1899. Em um retábulo duplo, um palco de bonecos desdobrado, desenvolve-se a história de Sofia, órfã, ingênua, que, ao pensar que conheceu o amor, termina presa em suas redes, o que passa pela tentativa de suicídio.

As demais atrações estrangeiras são: The Huber Marionettes (EUA), que domina a técnica com fios no espetáculo “Animação Suspensa”; a cia. Petits Miracles (França) traz “O Circo de Pulgas”, com técnicas não-convencionais; e o grupo Dondoro (Japão) encena “Kiyohime Mandara”, que combina bonecos de tamanho natural, máscaras e o teatro butô, nô e bunraku.

Atrações nacionais
O segmento nacional inclui grupos como Contadores de Estórias (RJ), com “Em Concerto”; Ventoforte (SP), com “Um Rio Que Vem de Longe”; Cia. da Tribo (SP), com “Homem-Palco”; Anima Sonho (SC), com “Bonecrônicas”; Sobrevento (SP/RJ), com “Cadê o meu Herói?”; e Valdeck de Garanhuns (PE/SP), com “Simão e o Boi Pintadinho”.

Na primeira edição, em 2004, o evento se estendeu a algumas capitais do Nordeste. No ano passado, foi ao Norte do país. Agora, contempla Sul e Sudeste (Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Joinville). Em paralelo, o Sesi Leopoldina abriga simpósio e oficinas para profissionais.

“Estamos tirando o teatro de boneco do casulo e interagindo com ateliês, exposições, vídeo e música”, diz a curadora pernambucana Lina Rosa, 35.

“É preciso quebrar o preconceito de que teatro de bonecos é para crianças, que não é teatro”, avalia Lina.