Menu

Publicações com a tag:

“Teatro Ruth Escobar"

Publicações com a tag:

“Teatro Ruth Escobar"

Resenha

As primeiras páginas da biografia da atriz e produtora Ruth Escobar (1935-2017) remetem a traumas infantojuvenis que moldaram sua personalidade, como a própria reconheceria mais tarde. Aos 4 anos, fora diagnosticada com alopecia, a perda temporária de pelos ou cabelos que, no seu caso, passou a definitiva aos 28 anos. Perucas, portanto, tornaram-se aliadas na manutenção da autoestima. Por volta dos 14 anos, a estudante secundarista soube que o pai, figura já pouco presente em casa, na cidade do Porto, na verdade era o “padrasto”, amante da mãe. A menina chegou a conhecer o pai biológico, mas este a recusou. Como a história veio a público, uma “vergonha ancestral”, convenceu a mãe, Marília do Carmo Santos, a emigrar para o Brasil, no encalço de uma tia residente em São Paulo. Ambas desembarcaram no Porto de Santos em 1951. Maria Ruth dos Santos, a filha, contava 16 anos.

Leia mais

Artigo

Maria Coragem

4.6.2020  |  por Valmir Santos

Na sessão de estreia de Mãe coragem e seus filhos no 11º Festival de Curitiba, em 22 de março de 2002, Maria Alice Vergueiro tropeçou no tablado e caiu na cena final. Era o momento em que a personagem puxa a carroça cenográfica, dessa vez sozinha, pois perdeu os três filhos para a guerra, sendo a caçula morta havia poucos minutos. Pragmática, Anna Fierling segue no encalço do próximo regimento para exercer o seu comércio ambulante de comida e bebida junto aos soldados. Assim que as cortinas do Teatro Guairinha se fecharam, a atriz foi acolhida por pessoas do elenco e da equipe que a acompanharam a um hospital. “Até que ficou bem a Coragem caída naquele momento”, brincou no trajeto. Ela deslocou o ombro direito, sentiu dores, mas não recuou do compromisso da apresentação na noite seguinte.

Leia mais

Artigo

A história dos embates sociais no Brasil tem sido marcada, desde sempre, pela expectativa de mudanças que jamais se realizam, mas, ao contrário, se veem teimosamente proteladas. As promessas feitas aos pobres, não raro aliados à classe média na grita por divisão da renda e por democratização das decisões políticas, servem para dissipar conflitos, sendo, depois, esquecidas. O carnaval dos pés de chinelo, por aqui, invariavelmente deságua na quarta-feira das elites. É monótono e perverso, mas tem sido assim há séculos. Leia mais