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“Vestido de Noiva"

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“Vestido de Noiva"

Artigo

A obra de Nelson Rodrigues (1912-1980) está incorporada, há algum tempo, ao patrimônio cultural brasileiro – e vem sendo assimilada ao acervo internacional, com traduções e encenações que ampliam o seu alcance para além da língua portuguesa ou no próprio campo da lusofonia. Um livro com sete de suas peças, lançado em 2019 na Inglaterra, parece ser o episódio mais recente de uma série que inclui espetáculos feitos na França, baseados em seus textos, já nos anos 1990. 

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Crítica

O espetáculo Hygiene, do grupo paulista XIX de Teatro, mostra a higienização urbana que avançou no Brasil, obrigando várias famílias a deixar as suas casas. A peça é ambientada no Brasil da virada do século XIX para o XX, época em que o país estava sendo construído numa velocidade acelerada e recebendo diariamente milhares de imigrantes. Formavam-se habitações, também chamados de cortiços. Assim como na obra do escritor Aluísio Azevedo, o grupo parte dessas habitações – nas quais pessoas diferentes convivem sob o mesmo teto – para discutir a formação da identidade brasileira. Estão presentes na trama o samba, o sincretismo religioso, as lutas operárias, entre outras manifestações socioculturais. Leia mais

Reportagem

Se um estrangeiro examinasse o que está em cartaz em São Paulo, hoje, teria a impressão de que o teatro brasileiro acabou de ser inventado. Ou, ao menos, de que tudo o que se havia produzido antes não tem o menor interesse. A exceção de Nelson Rodrigues e Plínio Marcos – regularmente revisitados – o que se encontra nos palcos são criações de autores contemporâneos. Leia mais

Nota

A exemplo do que já havia acontecido no Rio, o Prêmio Shell de São Paulo pulverizou as premiações e não elegeu um grande vencedor. Cantata para um bastidor de utopias mereceu dois troféus: melhor Cenário, para Rogério Tarifa, e melhor Música, por Jonathan Silva e William Guedes. Grande favorita da noite, Cais ou da indiferença das embarcações estava indicada em cinco categorias (autor, direção, ator, cenário, figurino e música). Levou apenas o prêmio de melhor autor, para Kiko Marques.

Houve também tom de crítica durante a cerimônia. Premiada como melhor atriz, Fernanda Azevedo, da peça Morro como um país – cenas sobre a violência do Estado, fez um protesto contra a petrolífera que patrocina o prêmio. Em seu discurso, ela relembrou um episódio de 1995, quando o gerente geral da Shell da Nigéria explicitou o apoio de sua empresa à ditadura militar no país: “para uma empresa comercial, que se propõe a realizar investimentos, é necessário um ambiente de estabilidade. As ditaduras oferecem isso”.

A atriz Fernanda Azevedo, da Kiwi Cia.Sem créditos

A atriz Fernanda Azevedo, da Kiwi Cia.

Chico Carvalho, de Ricardo III, foi considerado o melhor ator. O grupo Os Satyros foi agraciado na categoria inovação pela realização do evento Satyrianas.

Eva Wilma, que completou 60 anos de carreira, foi a homenageada especial da noite. Alguns dos momentos mais marcantes de sua trajetória foram lembrados pela apresentadora do evento, a atriz Renata Sorrah. Eva foi aplaudida de pé por vários minutos e se emocionou em seu discurso

O júri de São Paulo é formado por Alexandre Mate, Carlos Colabone, Marici Salomão, Mario Bolognesi e Renata Melo.

Renata Sorrah e Eva Wilma

Confira os vencedores do 26º Prêmio Shell de Teatro de São Paulo:

Autor:

Kiko Marques por Cais ou da indiferença das embarcações

Direção:

Antunes Filho por Nossa cidade

Ator:

Chico Carvalho por Ricardo III

Atriz:

Fernanda Azevedo por Morro como um país – cenas sobre a violência de estado

Cenário:

Rogério Tarifa por Cantata para um bastidor de utopias

Figurino:

Miko Hashimoto por Operação trem-bala

Iluminação:

Fran Barros por Vestido de noiva

Música:

Jonathan Silva e William Guedes por Cantata para um bastidor de utopias

Categoria inovação:

Os Satyros pela projeção, permanência e abrangência do evento Satyrianas na condição de fenômeno histórico-artístico e social.

Nota

Conselho de classe e Elis, a musical lideram as indicações à 26ª edição do Prêmio Shell no Rio de Janeiro – ambos aparecem destacados em três categorias cada –, agendada para a noite desta terça-feira, no Espaço Tom Jobim, Jardim Botânico. Recentemente consagrado na primeira edição do Prêmio Cesgranrio, Conselho… é um dos espetáculos comemorativos dos 25 anos da Cia. dos Atores. Leia mais

Reportagem

Tempo de listas. Saíram os premiados em 2013 pela Associação Paulista de Críticos de Arte, a APCA. A apuração aconteceu na noite de segunda-feira, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo. A lista de todas as áreas estão aqui. Horas antes, à tarde, foi a vez do Prêmio Shell divulgar os indicados paulistas deste segundo semestre. Todos os correspondentes do ano no Rio e em São Paulo podem ser vistos aqui. Leia mais

Crítica

Há quase 70 anos, no dia 28 de dezembro de 1943, o grupo Os Comediantes estreava no Teatro Municipal do Rio de Janeiro a segunda peça escrita por Nelson Rodrigues, Vestido de noiva. No elenco estavam Evangelina Guinle (Alaíde), Auristela Araújo (Madame Clessi), Stella Perry (Lúcia) e Carlos Perry (Pedro). Erigido posteriormente como ponto zero do teatro moderno no Brasil, o espetáculo foi resultado da confluência de múltiplos fatores e iniciativas. A começar, pelo esgotamento do sistema teatral vigente até então, focado em comédias e revistas que não atendiam às demandas de jovens artistas e de intelectuais ávidos por renovações cênicas em curso desde a virada do século, mas inéditas no país. A originalidade do texto somou-se à direção precisa de um polonês que veio para o Brasil fugindo da II Guerra – e terminou por ser nosso primeiro encenador – Zbigniew Ziembinski. E ainda a inventividade de um paraibano – também considerado nosso primeiro cenógrafo moderno – Tomás Santa Rosa. Leia mais