Nota
27.11.2014 | por Teatrojornal
Os 15 anos da Cia. Teatro Balagan são celebrados na quinta-feira (27/11) com o lançamento do livro-objeto Balagan: Companhia de Teatro na SP Escola de Teatro (Praça Roosevelt, 210, região central de São Paulo), a partir das 20h. A edição independente foi organizada pela diretora, cofundadora e pesquisadora Maria Thais, que divide a coordenação com o jornalista Alvaro Machado, responsável pela edição de texto.
O projeto visual assinado por Luciana Facchini sublinha o suporte gráfico como objeto de arte em si. Reúne 13 mapas-cartazes em que a numeração de páginas são dispensadas e a orientação da leitura é multiforme, cabendo ao interlocutor movimentar o papel em mãos e tatear seus próprios sentidos. O formato soma cinco tiras-sanfonas de fotografias de cena encartadas num envelope-caixa.
Conforme Thais escreve na apresentação, trata-se de “livro criado a muitas mãos, que convida o leitor a se debruçar na cadeira, a jogar o livro no chão ou a prendê-lo na parede. Oferecemos mapas em que cabe a ele, o leitor, desvendar os caminhos a serem percorridos ou, se assim preferir, inventar seu próprio caminho”.
A proposta, portanto, é de deslocamento. “Ou seja, ele só acontece agora, sob tua leitura, e, se traz inevitavelmente a ausência do corpo presente do ator e das matérias que compõem a cena no teatro, também traz, por outro lado, a presença de seu corpo ausente. É corpo que vai reagir e viver no encontro com teu corpo, com tuas mãos e com teus olhos, esses que vão guiar o jogo, e, esperamos, te possibilitar múltiplas formas de leitura”, afirma a organizadora.
Entre os criadores e colaboradores presentes na publicação, estão Ana Chiesa Yokoyama, Antonio Salvador, Beatriz Sayad, Carolina Badra, Criz Lozano, Gregory Slivar, Gustavo Xella, Lucienne Guedes, Márcio Medina, Marcos de Andrade, Marlui Miranda, Mauricio Schneider, Murilo de Paula, Natacha Dias e Renato Sztutman.
As artistas Claudia Andujar e Christine Burrill cederam imagens para a livro. A caixa-capa é uma montagem de Facchini, a partir do desenho do artista russo Alesksandre Ródtchenko (1891-1956).
O nome Balagan deriva da palavra que pode significar “teatro de feira”, “baderna”, “bagunça” ou “confusão” e está presente em diversos idiomas, como o russo, o turco, o árabe e o hebraico. O coletivo paulistano criou espetáculos como Recusa (2012), Prometheus – a tragédia do fogo (2011) e Tauromaquia (2003).
Desde seu surgimento, em 1999, a companhia formou-se como um núcleo de criação que reúne artistas ao redor de uma prática teatral. Os processos criativos têm um caráter pedagógico, pois permitem a formação continuada dos artistas envolvidos e, em uma segunda instância, através do espetáculo, a formação dos espectadores. É no espetáculo que se organiza e para onde convergem as vozes criadoras – da cenografia à atuação, da dramaturgia à iluminação, da produção à direção e ao público – que, juntas, geram a polifonia da cena.
As fontes de recursos que permitiram concretizar o livro são o Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo e a empresa Wheaton Brasil, por meio do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, a Lei ProAC ICMS.
Balagan: Companhia de Teatro será vendido a R$ 20,00 na noite de lançamento e o preço sugerido para as livrarias é de R$ 50,00 (Livraria Cultura, Livraria da Vila, operaprima.art.br, lojamod.com e no site do coletivo, ciateatrobalagan.com.br).
.:. O site da Cia. Teatro Balagan, aqui.