ANOTA
Uma maneira de saber como a ação humana molda o tempo histórico é ir ao encontro da produção artística. Quando o espetáculo ou a performance revisitam o passado como território de embate, por exemplo, as contradições em torno dos acontecimentos e períodos-chave tornam-se mais evidentes, no sentido das discrepâncias entre noções de progresso e de civilização.
Essa percepção pode ser notada em três peças na cidade de São Paulo que pisam os lugares da história, da memória e da imaginação movidas pelo direito à justiça e à vida. São elas TYBYRA: Uma tragédia indígena brasileira, com dramaturgia e atuação de Juão Nyn, em temporada de 7/3 a 4/4 no Sesc Avenida Paulista. Restinga de Canudos, criação da Cia do Tijolo, de 14/3 a 27/4 no Sesc Belenzinho. E Pai contra mãe ou Você está me ouvindo?, do Coletivo Negro, sob direção de Jé Oliveira, de 22/3 a 26/4 no Teatro Anchieta do Sesc Consolação.
O solo TYBYRA narra o primeiro caso real de LGBTfobia no Brasil, ocorrido entre 1613 e 1614, quando um indígena tupinambá foi morto por soldados franceses, preso à boca de um canhão, após ser acusado de sodomia. A personagem “propaga as últimas palavras, como se depois de relâmpagos o som dos trovões saíssem de sua boca”, diz a sinopse.
A história foi registrada no livro Viagem ao norte do Brasil – Feita nos anos de 1613 a 1614, de frei Yves D’Évreux (1577-1632), de origem francesa, e transmitida oralmente em diversos territórios indígenas. Coube ao antropólogo e ativista LGBT Luiz Mott, da Bahia, dar a ele o nome Tybyra, termo derivado de “tebiró”, que significa “homossexual passivo”.
Espetáculos ‘TYBYRA: Uma tragédia indígena brasileira’, com dramaturgia e atuação de Juão Nyn, ‘Restinga de Canudos’, com Cia do Tijolo, e ‘Pai contra mãe ou Você está me ouvindo?’, com Coletivo Negro, expõem discrepâncias entre noções de progresso e de civilização
Em sua pesquisa, Nyn encontrou detalhes ainda mais chocantes, como o fato de a identidade do indígena assassinado ser desconhecida, enquanto o nome do responsável por acender o canhão, Caruatapirã, estar registrado.
Diante disso, o dramaturgo decidiu adicionar uma camada narrativa à peça, transformando o algoz em irmão de Tybyra, numa referência à história bíblica de Caim e Abel. O autor explica que gosta de se apropriar de mitologias cristãs para subverter o imaginário, especialmente pelo fato do cristianismo ter se apropriado de diversas histórias pagãs. A direção é de Renato Carrera.
Nyn afirma praticar uma arte contra-colonial. “Ou seja, tenho o objetivo de utilizar essa linguagem para devolver a dignidade para os corpos, línguas e culturas indígenas. Por isso, este espetáculo não quer servir ao colonizador e é totalmente falado em Tupi-Potiguara – apenas algumas partes têm legenda em português.”
Ao final da apresentação, Nyn surge vestindo um manto Tupi, tradição que fazia parte de rituais coletivos dos povos de mesmo tronco linguístico e tem sido retomada por artistas como Amotara e Célia, ambas Tupinambá. Por isso o público é convidado a trazer uma pena a ser incorporada à veste ao final de cada sessão, reafirmando a importância desse símbolo ancestral.
O multiartista e idealizador de TYBYRA é militante do Movimento Indígena, como comunicador da APIRN (Articulação dos Povos Indígenas do Rio Grande do Norte), integrante do Coletivo Estopô Balaio de Criação, Memória e Narrativa, na zona leste paulistana, e vocalista/compositor da banda Androyde Sem Par. Formado em Licenciatura em Teatro pela UFRN, transita há dez anos entre os dois estados. Foi mestre na Escola Livre de Teatro de Santo André no Terreiro Teatro Contracolonyal entre 2022 e 2024.
A comunidade luminar de Canudos
Sabemos que a chamada Guerra de Canudos (1897) foi imortalizada pelo romance histórico Os sertões (1902), de Euclides da Cunha (1866-1909). Ao narrar a epopeia na então comunidade de Arraial de Canudos, no interior da Bahia, o jornalista e escritor lançou mão de recursos literários, sociológicos e geográficos a partir de seu trabalho de campo na cobertura do confronto entre o exército e as pessoas seguidoras de Antônio Conselheiro, líder espiritual e político do território instaurado em 1893 e foco de resistência popular contra a República e os altos impostos.
O espetáculo mais recente da Cia do Tijolo, Restinga de Canudos, deseja reconstruir, em cena, a vida daquela gente para além do massacre registrado por Cunha. A dramaturgia tecida por Dinho Lima Flor e Rodrigo Mercadante dá protagonismo à comunidade anônima que ergueu o povoado antes de ser arrastada para a guerra sob a liderança de Conselheiro.
Com 13 artistas no elenco, a montagem busca desvelar Canudos pela visão de duas professoras. Para isso, traz à luz a dinâmica cotidiana dos sertanejos, poetas populares, beatos, indígenas e ex-escravizados que estiveram na gênese, não só de um povoado, mas de um mito histórico há muito explorado pela cultura brasileira.
“Não queremos que o crime perpetrado pela recém-nascida República brasileira ofusque o lado vencedor da comunidade criada por Conselheiro e a comunidade de Canudos”, afirma o atuante Flor, que também dirige. Segundo ele, o espetáculo mergulha nas águas do Açude de Cocorobó, onde submerge o sítio histórico de Belo Monte e o povoado de Canudos.
A obra dá continuidade à pesquisa da Cia do Tijolo, nascida em 2008 sob os desígnios da educação popular e da arte como ferramentas de transformação social. O poeta cearense Patativa do Assaré (1909-2002), o educador pernambucano Paulo Freire (1921-1997) e o ator, diretor e dramaturgo argentino Ilo Krugli (1930-2019), fundador do grupo Teatro Ventoforte (cuja sede paulistana foi violentamente demolida pela Prefeitura de São Paulo, no mês passado) são alguns dos faróis em suas andanças. A ética freireana, aliás, orienta a companhia a reafirmar a importância dos professores na formação da consciência crítica. Essa presença se manifesta por meio da figura da professora de história que, na narrativa, conduz a plateia na costura entre passado e presente.
Negritudes machadianas
Em seu projeto de pesquisa, criação e produção de Pai contra mãe ou Você está me ouvindo?, transcriação dramatúrgica e cênica do diretor e integrante Jé Oliveira para o conto Pai contra mãe, que Machado de Assis (1839-1908) publicou em 1906, o Coletivo Negro explica que o Movimento Negro organizado no país “reivindicou, com razão e coerência histórica, a negritude do escritor, ocorrendo desde então uma vasta ressignificação da imagem de Machado de Assis: sua cor, seus traços, sua raça, passa agora, recentemente, a serem levadas em consideração ao analisarmos sua vasta obra literária, passando a ser indissociável de sua criação”.
O grupo é contrário a discursos de que Assis não assume uma posição crítica sobre a questão racial. “O seu ponto focal, sua presença e posicionamento político como negro, filho de escravos alforriados, é determinante para o conteúdo de suas criações, bem como para a ampla qualidade que possui como artista e pensador do país. Seus escritos fazem cair por terra as teses absenteístas e revelam as inúmeras críticas feitas ao regime escravista que vigorava em sua época.”
Para tanto, dialogar com Pai contra mãe dá a ver pertinência “na compreensão e superação de algumas instâncias sociais contemporâneas herdadas e persistentes desde o período escravocrata brasileiro: quais suas ressignificações no presente, suas permanências e consequências para a perpetuação do racismo e das desigualdades raciais que vivenciamos?”.
No conto, Candinho é desempregado, endividado e recém-casado com Clara, sobrinha da Tia Mônica. Clara está grávida de oito meses. Eles moram de favor na casa da tia, onde o aluguel encontra-se atrasado faz meses. Candinho é pressionado a entregar o bebê à roda dos enjeitados, caso não encontre trabalho. Desesperado, presta-se ao ofício de capitão do mato avulso, capturando escravizados fugidos. Busca anúncios em jornais solicitando o serviço com descrição das pessoas procuradas e respectivas recompensas, mas sem sucesso. Quando o casal não vê outro jeito senão entregar a criança recém-nascida à roda dos enjeitados, o pai está a caminho, com o filho no colo, quando avista uma escravizada, Arminda, deixa o bebê aos cuidados do funcionário de uma farmácia e, ato contínuo, consegue agarrá-la com violência. Ao chegar à casa do dono para entregá-la, Candinho a empurra e a mulher cai. Em seguida, “guardou as duas notas de cinquenta mil-réis, enquanto o senhor novamente dizia à escrava que entrasse. No chão, onde jazia, levada do medo e da dor, e após algum tempo de luta a escrava abortou”. O pai apanha o bebê e volta para casa com o dinheiro. Machado lhe concede a sentença final do conto:
— Nem todas as crianças vingam, bateu-lhe o coração.
Essa fala foi “o principal disparador e mote da nossa dramaturgia por nos revelar o quão cruel, desumano e aterrorizante é a herança escravocrata materializada na miséria e desigualdades raciais e sociais que vivemos e convivemos até os dias atuais. Uma espécie de necropolítica cotidiana acaba por decidir quem sobreviverá ou não, quem tem o direito de viver ou não. Escolha esta, do direito à vida, quase sempre pautado em características raciais e/ou de classe e gênero. De toda a humanidade, as pessoas negras foram as únicas que a carne foi convertida em mercadoria”, afirma Oliveira, citando o filósofo camaronês Achille Mbembe, autor do livro Necropolítica (2018). “Essa recriação não apenas revê a violência histórica da escravidão, mas também propõe uma analogia direta com o racismo estrutural presente na sociedade brasileira.”
Na peça, a ação se passa no ambiente de um supermercado. Zaíra Conceição, mulher negra retinta, está prestes a se casar e adentra o local com uma lista de compras. Sua ideia é comparar preços, afinal o anúncio do casamento se dará em paralelo à festa de aniversário da mãe. Osvaldo, homem negro de pele mais clara, acaba de conseguir emprego de segurança numa rede de varejo e recém tornou-se pai. Não é difícil imaginar o conflito que virá, por entre corredores, gôndolas ou mesmo na surdina, vide o noticiário atual acerca de casos de racismo praticado por estabelecimentos comerciais que estigmatizam pessoas negras e, muitas vezes, possuem uma sala privada para onde levam pessoas que consideram suspeitas. A essa sala chamam senzala. “Sim, você ouviu direito, SENZALA. Todo supermercado tem: sala sem vidro, acesso restrito, janela fechada, porta trancada, sem água ou sacada”. A ressalva é reverberada por uma terceira voz na trama, a do Narrador, que Oliveira entende cumprir “a função de uma espécie de Machado de Assis brechtianamente materializado”.
É ao Narrador que o funcionário do supermercado comenta sobre quem foi seu bisavô, Cândido Neves, o Candinho. Quando ouve que naquele tempo “Também não faltava escravizados que fugiam por horror ao tronco, por horror à escravidão, por amor à vida e à procura da dignidade humana”, Osvaldo contra-argumenta:
“A realidade de cada época tem suas obrigações: se manter vivo é a mais essencial, custe o que custar. Ninguém gostaria de ter que ceder a sua cria para o desconhecido de um futuro sem vínculo, sem contato, sem garantias, por imposição da pobreza quase teve que levar meu avô à roda dos enjeitados. Foi por pouco, dizem, mas ele tinha fogo nas pernas e olhos espertos de achar coisas escondidas, nas falas das pessoas e também coisas entocadas por aí, intocadas. Tem horas na vida que é um salve-se quem puder… Ele conseguiu, com pouco ou com muito, sustentar sozinho durante anos toda a família. Não mediu esforços para que a vida chegasse até o meu avô, até meu pai, até mim… A vida é exigente, a gente sabe, a gente sente…”.
Em Pai contra mãe ou Você está me ouvindo? um trio de músicos acompanha a narrativa e dialoga diretamente com as cenas, a fim de potencializar a experiência épica da obra.
Em 16 anos de pesquisas cênico-raciais dedicadas à construção de narrativas que ecoam questões sociais e históricas do Brasil, o Coletivo Negro é reconhecido como dos mais relevantes do país, formado por Aysha Nascimento, Flávio Rodrigues, Raphael Garcia e Oliveira. São atuantes vindos da Escola Livre de Teatro de Santo André e da Escola de Arte Dramática da USP. Desde 2008 – mesmo ano de nascença da Cia do Tijolo –, o grupo sempre esteve preocupado, coletivamente ou nas produções individuais de seus integrantes, com a necessidade e importância da presença negra nos palcos e no público. Soma sete espetáculos criados, três livros publicados, três discos gravados e inúmeras participações em festivais pelo país, além de passagem e premiação por Angola, no continente africano.
O projeto de imersão nas negritudes machadianas foi contemplado na 18ª edição do Prêmio Zé Renato para a Cidade de São Paulo.
[Este conteúdo tem apoio do Sesc São Paulo]
Serviço
TYBYRA – Uma Tragédia indígena brasileira
De 7 de março a 6 de abril de 2025.
Quinta a sábado, às 20h; domingo, 18h. Sessão extra no dia 2 de abril, quarta, às 20h. Sessões com acessibilidade: audiodescrição, 20/3, quinta, às 20h; Libras, de 21 a 23/3, sexta a domingo, às 20h.
60 minutos | 16 anos | 80 lugares
R$ 50 (inteira), R$ 25 (meia) e R$ 12 (credencial plena)
Arte II (13º andar) – Sesc Avenida Paulista (Avenida Paulista, 119, Bela Vista, tel. 11 3170-0800)
Ficha técnica
Idealização, dramaturgia e atuação: Juão Nyn
Direção: Renato Carrera
Trilha sonora original: Clara Potiguara
Direção de movimento e preparação corporal: Castilho
Assistência de direção: Jessica Marcele
Concepção de cenário: Juão Nyn e Zé Valdir Albuquerque
Confecção de cenário: Zé Valdir Albuquerque
Figurino, adereços e grafismo: Mara Carvalho
Desenho de luz: Matheus Brant
Desenho de som: Jhow Flor
Produtor musical: Nelson D
Videomaker e projeção mapeada: Flávio Alziro Msilva
Captação de vídeos: Flávio Alziro Msilva e GO Sound Productions
Consultoria de vídeo-projeção: Flávio Barollo
Comunicação Visual e Designer gráfico: Leo Akio
Visagismo: Edgard Pimenta
Assistente de Maquiagem: Júpiter
Trama Manto Tupi: use.agemó
Criação do calçado: Lucas Regal
Costureiras: Lucidalva Silva Souza e Oscarina
Contrarregragem: Zé Valdir Albuquerque
Técnica e operadora de som: Naomi Nega Preta
Assistência e operação de luz: Juliana Jesus
Consultoria e tradução para Tupi-Potiguara: Romildo Araújo
Voz em off: Flavio Francciulli
Fotos divulgação: Matheus José Maria
Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Produção geral: Tati Caltabiano
Realização: Sesc
De 14 de março a 27 de abril de 2025
Sexta e sábado, às 20h; domingo, às 17h
150 minutos | 12 anos | 120 lugares
R$ 50 (inteira), R$ 25 (meia-entrada), R$ 15 (Credencial Sesc)
Sala de Espetáculos 2 – Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1.000, Belenzinho, tel. 11 2076-9700.
Ficha técnica
Criação e dramaturgia: Dinho Lima Flor e Rodrigo Mercadante
Direção geral: Dinho Lima Flor
Elenco: Dinho Lima Flor, Rodrigo Mercadante, Karen Menatti, Odília Nunes, Artur Mattar, Jaque da Silva, Danilo Nonato, João Bertolai, Marcos Coin, Dicinho Areias, Jonathan Silva e Juh Vieira
Atriz colaboradora: Vanessa Petroncari
Movimento e corpo: Viviane Ferreira
Composições originais: Jonathan Silva
Direção musical: Cia. do Tijolo e William Guedes
Desenhos: Artur Mattar
Cenário: Cia. do Tijolo e Douglas Vendramini
Assistência de cenotécnica: Tati Garcez e Gonzalo Dorado
Figurino: Cia. do Tijolo e Silvana Marcondes
Iluminação: Cia. do Tijolo e Rafael Araújo
Som: Hugo Bispo
Fotos: Alécio Cézar e Flávio Barollo
Design gráfico: Fábio Viana
Assessoria de imprensa: Rafael Ferro e Pedro Madeira
Direção de produção: Garcez Produções (Suelen Garcez)
Produção executiva: Suelen Garcez
Assistência de produção: Tati Garcez
Ações formativas
Canudos: Além da cena
Com Núcleo de Formação e Criação Musical da Cia do Tijolo
De 8 a 17/4. Terça, quarta e quinta, das 19h às 21h
A Cia do Tijolo realiza encontros musicais gratuitos e abertos ao público, de seu Núcleo Musical desde 2017. Essa experiência formativa perene tem sido realizada paralelamente aos processos de montagem dos espetáculos. A oficina visa a ampliar o alcance das discussões sobre o tema, uma vez que ao longo dos encontros serão trabalhadas as sonoridades e o repertório musical de Restinga de Canudos, além de dar continuidade às práticas formativas da companhia. Canudos é, acima de tudo, uma experiência comunitária e a experiência de cantar em coro expressa, nos planos simbólico e sensorial, de forma exemplar a experiência do “comum”. Repertório: serão trabalhadas canções relacionadas ao processo de criação do espetáculo.
Atividade gratuita (senhas distribuídas 30 minutos antes de cada encontro)
Conversa a contrapelo (bate-bapo)
21/4. Segunda, das 14h às 16h
Na história do teatro brasileiro, muitos grupos já se debruçaram sobre o tema da construção de Belo Monte e do massacre de Canudos. Não é à toa. Há temas que precisam ser elaborados, reelaborados e, mesmo assim, não cessam de gritar e querer falar. Para enriquecer a recepção da obra e ampliar o debate para além da cena, a Cia do Tijolo convida o público para um bate-papo com Silvia Adoue e Cleiton Pereira, estudiosos do assunto, com mediação de Rodrigo Mercadante.
Silvia Adoue: Professora da Unesp e da Escola Nacional Florestan Fernandes do MST, pesquisadora dos movimentos populares e da auto-organização das comunidades.
Cleiton Pereira: Diretor e ator, fundador do grupo Contadores de Mentira, pesquisador da Antropologia Teatral e do massacre de Canudos.
Mediação: Rodrigo Mercadante (Cia. do Tijolo)
Atividade gratuita (senhas distribuídas 30 minutos antes do evento)
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Serviço
Pai contra Mãe ou Você está me Ouvindo?
De 22 de março a 27 de abril de 2025
Sexta e sábado, às 20h (não haverá sessão em 18/4); domingo, às 18h
Quinta, 27 de março, 17 (sessão acessível em Libras) e 24 de abril, às 20h
Quintas, 3 e 10 de abril, às 15h
90 min. | 16 anos | 280 lugares
R$ 70,00 (inteira), R$35,00 (meia-entrada) e R$21,00 (credencial plena)
Sesc Consolação – Teatro Anchieta (Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, tel. 11 3234-3000)
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Expansão
Machado de Assis nos dias de hoje: Reverberações e presenças
Curso com Aysha Nascimento, Flávio Rodrigues, Jé Oliveira e Raphael Garcia
25 a 28 de março de 2025, das 13h às 17h
Inscrições: de 11 (14h) a 14/3 – Via app Credencial SescSP e site Central de Relacionamento
R$50,00 (inteira), R$25,00 (meia-entrada) e R$15,00 (credencial plena)
Local: CPT – Centro de Pesquisa Teatral
A partir de 18 anos
Debate com Rosane Borges, Adriana Ferreira e Walter Garcia
5 de abril de 2025, das 14h às 16h
Gratuito
A partir de 16 anos
Ficha técnica
Idealização, concepção, dramaturgia e direção geral: Jé Oliveira
Assistência de direção: Rodrigo Mercadante
Atuação: Aysha Nascimento, Flávio Rodrigues e Raphael Garcia
Direção de movimento e coreografia: Aysha Nascimento
Direção musical: Guilherme Kastrup e Jé Oliveira
Baixo acústico e elétrico, sopros e voz: Lua Bernardo
Bandolim, violão, guitarra, cavaco e voz: Maurício Pazz
Percussão, bateria, samplers e voz: Thiago Sonho
Composições originais: Jé Oliveira e Jonathan Silva
Melodias: Jonathan Silva
Arranjos: Guilherme Kastrup, Jé Oliveira, Lua Bernardo, Maurício Pazz e Thiago Sonho
Preparação de canto: William Guedes
Videografia: Bianca Turner
Light designer: Matheus Brant
Assistência e operação de Luz: Aline Sayuri
Figurinos: Eder Lopes
Costureira: Nininha Lopes
Cenografia: Flávio Rodrigues
Cenotécnico: Wanderley Wagner
Serralheiro: Mauricio Batista
Engenharia de som: Tomé de Souza
Contrarregras: China, Billy e Flávio Serafin
Fotos: Marcelle Cerutti
Identidade Visual: Murilo Thaveira
Participação em vídeo: Lilian Regina e Sidney Santiago Kuanza
Estudos teóricos e oficinas: Aysha Nascimento, Flávio Rodrigues, Jé Oliveira e Raphael Garcia
Produção executiva: Catarina Milani
Assistência de produção: Éder Lopes
Produção geral: Gira Pro Sol Produções – Jé Oliveira
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Mais opções em cartaz
Apontada por Sigmund Freud como uma obra-prima da humanidade, ele que foi contemporâneo de Fiódor Dostoiévski, a adaptação de Caio Blat e Manoel Candeias para o romance russo Os irmãos Karamázov está em cartaz no Sesc Pompeia até 30/3. A trama retrata uma família desestruturada, marcada por paixões, disputas financeiras, dilemas existenciais e um pai perverso.
“A nossa adaptação fez uma opção radical de seguir só os três dias em que a tragédia se desenvolve. A gente acreditou que a partir da urgência e da loucura dos personagens nesses três dias, é possível conhecer a personalidade de cada um. A partir daí, o desafio foi sintetizar numa peça rápida, vertical e vertiginosa os principais temas, e revelar a alma de cada um dos personagens”, afirma Blat, que codirige com Marina Vianna e também atua ao lado de Babu Santana, Luisa Arraes, Sol Miranda, Nina Tomsic, Pedro Henrique Muller, Lucas Andrade, a própria Vianna e demais artistas. Mais informações, aqui.
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A violência escolar tem ameaçado a educação no Brasil e comprometido o aprendizado nos últimos anos, o que torna a presença em sala de aula um ato de resistência dos educadores. É justamente essa a reflexão provocada pelo solo Belmira, atuado por Angela Ribeiro e escrito e dirigido por Carla Zanini, em temporada de 13/3 a 6/4 no âmbito do projeto Teatro Mínimo, do Sesc Ipiranga.
No enredo, Marta é uma professora paraense que sobreviveu a um atentado escolar e agora divide com o público suas reflexões sobre o ofício e o seu vínculo com a enigmática professora Belmira. Embaladas por ritmos do Pará, as memórias emergem da relação entre as duas na tentativa de elaboração do trauma vivido. A protagonista e a própria história têm forte influência da figura da cantora paraense Dona Onete, que, antes de ser reconhecida como a “rainha do carimbó chamegado”, dedicou sua vida à educação. Em tempo: a atriz Ribeiro também é paraense, radicada em São Paulo. Mais informação, aqui.
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No marco dos 20 anos de carreira como diretora e dramaturga, Luh Maza estreia e dirige o espetáculo Carne viva, com Christiane Tricerri, Mawusi Tulani e Tenca Silva no elenco, em cartaz de 20/3 a 20/4 no Sesc 24 de Maio. A condição da mulher na história ocidental é abordada a partir de temas como violência doméstica e resiliência. Inspirado na obra de Clarice Lispector, o texto é escrito em fluxo de consciência, trazendo à cena uma mulher que, ao preparar um pedaço de carne, entra em uma vertigem e se vê como Jesus Cristo, questionando seu papel na sociedade patriarcal.
Na mesma unidade, de 28/3 a 12/4, Kiwi propõe uma narrativa poética sobre abandono e violência juvenil, sob direção e tradução de Maza. Escrita nos anos 1990 pelo canadense Daniel Danis, a peça reflete acerca da gentrificação e exclusão social em grandes eventos. A interpretação é de Sol Menezzes e Victor Liam. A encenação utiliza linguagem atlética e minimalista, com cenário de piso metálico e figurinos brancos, criando uma estética futurista. Mais informação, aqui e aqui.
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Aos 91 anos de vida e mais de 70 anos de carreira, o ator Othon Bastos protagoniza o monólogo escrito e dirigido por Flávio Marinho em que percorre histórias divertidas e dramáticas em níveis pessoal e profissional. Ele equilibra papéis no teatro e no cinema, a exemplo do espetáculo Um grito parado no ar, de Gianfrancesco Guarnieri, junto ao grupo Teatro de Arena, e Deus e o diabo na terra do sol, o longo de Glauber Rocha, em que interpreta Corisco, voz da frase-título do monólogo. Para Marinho, trata-se de um monólogo híbrido porque a figura da Memória está sempre à espreita, ora cutucando Othon Bastos, ora fazendo a narrativa caminha, ora discordando do que ele está falando”. Memória é atuada por Julia Medela. A ideia é compor um mural sobre o trabalho, o amor, a arte e a política, estabelecendo uma ode ao enfrentamento de obstáculos que se apresentam na existência humana. Temporada de 20/3 a 21/4 no Sesc 14 Bis. Mais informações, aqui.