23.8.2007 | por Valmir Santos
São Paulo, quinta-feira, 23 de agosto de 2007
TEATRO
VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local
Nestes dias de múltiplas opções de espetáculos circenses em São Paulo, há espaço inclusive para a velha-guarda, representada pelo Circo Nacional da China.
Naquele país, a arte é documentada pelo menos desde a dinastia Qin (221-206 a.C.).
Em “Natureza” (2005), que tem quatro sessões de hoje a sábado, no Via Funchal, 35 bailarinos, acrobatas ou contorcionistas protagonizam 13 números de exaltação a elementos ambientais e seres vivos. Daí a sugestão imaginária de sapos, libélulas, papagaios e macacos, para citar alguns “personagens” que se movimentam no cenário.
O diretor artístico Fei Guangsheng, 53, conta que a criação não recorre a imagens projetadas ou ilusionismos.
A plasticidade da cena nasceria do casamento da ação física dos intérpretes com o desenho de luz.
“Somos uma companhia considerada jovem e moderna, apesar da forte tradição circense”, diz Guangsheng, que encabeça a segunda turnê no Brasil -a primeira foi em 2004.
Os artistas do Circo Nacional da China têm entre 18 e 30 anos. São ginastas que treinam desde a infância. Em média, leva-se dez anos para ingressar em um circo estatal -há dezenas deles. O que traz “Natureza” é sediado em Nanquim, cidade do leste do país.
Para ter idéia do rigor técnico, os 13 atos do espetáculo foram premiados recentemente numa olimpíada chinesa que distingue os melhores da tradição circense nacional. Os artistas conquistaram 11 medalhas de ouro e duas de prata.
Belo Horizonte
Após a capital paulista, os chineses se apresentam no 4º Festival Mundial de Circo do Brasil, que começa amanhã e dura dez dias, com atrações nacionais e estrangeiras em 19 espaços de Belo Horizonte.
Também são destaques da programação a companhia belga de circo-teatro Feria Musica e o palhaço norte-americano Avner. O festival faz ainda um seminário internacional com escolas de circo. Mais informações no site www.fmcircodobrasil.com.br.