10.7.2021 | por Mariana Queen Nwabasili
Até que ponto a racialização negra nivela a existência de indivíduos diferentes a uma mesma corporeidade supostamente definidora de múltiplas vivências? Por que parece ser necessário que pessoas negras identifiquem-se coletivamente com a negritude para reivindicar o alargamento de suas humanidades e liberdades, inclusive individualmente? Essas poderiam ser traduções da pergunta “como criar um corpo negro sem órgãos?”, que dá título ao texto do dramaturgo Lucas Moura adaptado e transformado por ele no roteiro da peça-filme Desfazenda – Me enterrem fora desse lugar. A montagem do grupo O Bonde tem direção de Roberta Estrela D’Alva e temporada disponível no canal do Bonde no YouTube, após estreia recente no projeto Palco Virtual do Itaú Cultural em São Paulo.
Leia maisA seguir, transcrevemos e editamos a reflexão conjunta acerca de Gota d’água {PRETA}, espetáculo dirigido, concebido e idealizado por Jé Oliveira a partir de Gota d’água, peça de Chico Buarque e Paulo Pontes montada pela primeira vez em 1975.
Leia mais31.3.2019 | por Valmir Santos
A anomalia que se abateu sobre a realidade e o imaginário do Brasil nos últimos meses é discutida com senso de urgência em obras nascidas da pesquisa teatral continuada. O poder de indignar-se vem coligado à disposição para empreender rupturas igualmente substanciais no terreno das formulações estéticas. Autodeclarados desde os sinais gráfico e de pontuação que carregam nos nomes, ruídos de ajuntamento, os espetáculos Gota d’água {PRETA} e [In]justiça constituem relevantes perspectivas de posicionamento nesse sentido, criticando de maneira contundente o racismo e a desigualdade social. Leia mais