15.1.2021 | por Ivana Moura e Pollyanna Diniz
Queridos editores do Teatrojornal,
Foi com um livro de ética nas mãos que esbarramos pela primeira vez. Ivana e Valmir. André Comte-Sponville forneceu a chave de uma amizade, depois multiplicada por outros corpos. Pequeno tratado das grandes virtudes, uma análise das virtudes, de nossos valores. Esse curto farol nos iluminou. Da polidez, passando pela temperança, coragem, justiça, generosidade, compaixão, até chegar ao amor, tudo era possível de ser aprendido, como preparar um bolo ou exercitar uma crítica.
Leia mais16.3.2014 | por admin
Hamlet, da companhia lituana OKT, principia com uma pergunta: “Quem é você?”, variação do encenador Oskaras Koršunovas para a frase da peça de William Shakespeare “Who’s there?”. O questionamento é feito pelos nove atores da trupe que, de costas para a plateia, se miram no espelho. Vão do sussurro ao grito, num crescendo. O público também está refletido. O cenário é um camarim com bancadas móveis que se transfigura no reino da Dinamarca. O sistema de espelhos compõe ângulos reveladores, como o do pai de Hamlet fantasma (Dainius Gavenonis) que se olha e vê Claudius (que ele matou) dentro de si, numa alusão ao fratricídio Caim e Abel. Leia mais
11.3.2014 | por admin
Um casal de noivos entra e dá uma volta em círculo no palco. Do lado direito, um grupo de músicos. Na segunda volta, ele coloca a mão no ombro dela e fala algo ao seu ouvido. Depois parece bêbado (da festa?). Mudam de posição, de ritmo. Outro homem com perna amputada e com muletas vai atrás. O barulho metálico das muletas grita. Depois de uma volta, ele pisa no vestido da noiva e congela. Continua o percurso. Pisa novamente no vestido dela e paralisa a cena, como numa fotografia. O homem das muletas chuta a mulher. Ela cai. E depois se agarra ao pescoço dele. É arrastada. Tenta se segurar a outras partes do corpo dele. Ele pula como sapo. Ela sobe no seu ombro. Leia mais