4.10.2006 | por Valmir Santos
São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2006
TEATRO
VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local
O Brasil recebe pela primeira vez a companhia belga de teatro Needcompany. São 20 anos de experimentos de linguagem costurados a outras formas de expressão, como dança, música e artes visuais. E sem prejuízo da cena de origem, o verbo.
“O que faço é teatro. Teatro da palavra”, diz o diretor artístico Jan Lauwers. Ele assina ainda dramaturgia e cenografia de “O Quarto de Isabella”, que estreou no Festival de Avignon em 2004 e foi exibido há dez dias na Bienal de Dança de Lyon, na França.
Na criação, Lauwers conjuga a perda recente de seu pai à dor de um mundo acossado por terrorismo.
São duas apresentações no Sesc Vila Mariana, na Temporada Sesc de Artes, hoje e amanhã, e duas no riocenacontemporânea, dias 7 e 8, no Sesc Ginástico (RJ). Segundo Lauwers, trata-se de “uma história de verdade” com janelas para a ficção. A narrativa linear contrasta com outras montagens da Needcompany, conhecida pela disponibilidade para o risco e o experimento.
A memória de Isabella puxa fios pessoais, afetivos, em meio a um painel histórico. Contracenando com nove atores, Viviane de Muynck vive a velha cega, que habita um quarto em Paris repleto de objetos antigos, parte da coleção do pai do diretor.