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“Paulista se firma como cenário de teatro e dança"

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Folha de S.Paulo

São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

TEATRO 

Tradicional reduto do cinema, a avenida se consolida também como espaço para as artes cênicas, em locais como o Sesc e o Itaú Cultural
 

Unidade Provisória herdou vocação para encontro ao vivo com a arte, também possível no Centro Cultural Fiesp e na Casa das Rosas
 

VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local

O drama é cada vez mais forte entre o Paraíso e a Consolação. Com seis endereços para cinema, a avenida Paulista também consolidou, nos últimos tempos, espaços e públi- cos cativos para a dança e o teatro.

Invariavelmente nervosa, dado o vaivém de pessoas e veículos -ou por causa do congestionamento mesmo-, a centenária Paulista, com seus 115 anos recém-completados, tem lá sua reserva de arte que pede o encontro ao vivo.

São quatro locais em que o espectador se depara com espetáculos inclinados ao experimento nos campos da encenação e da dramaturgia. Ou seja, não têm o apelo de comédias “fáceis” com rostos conhecidos da televisão.

A exceção deste perfil é um quinto teatro, o da Gazeta, que está em recesso e volta em janeiro. Até dois anos atrás, havia ainda a sala do Centro Cultural Santa Catarina, mas a programação teatral está suspensa.

Inaugurada em abril, a Unidade Provisória Sesc Avenida Paulista, no edifício de 15 andares onde funcionava a sede administrativa do Serviço Social do Comércio em São Paulo, aos poucos tornou-se referência. Herdou a vocação do Sesc Belenzinho para uma intensa e elogiada programação em artes cênicas. A unidade da zona leste passa por reformas e deve reabrir apenas em 2009.

No “condomínio”, os andares do 9º ao 12º são adaptados ao sabor de cada criação. Com freqüência, as cenografias incorporam o “skyline” da paisagem de concreto avistada pelos janelões. Não existem palcos, e sim espaços não-convencionais em que a disposição da platéia e da cena são variáveis (de 40 a cem lugares).

Neste domingo, o cartaz do Sesc Paulista, em pleno final de temporada, elenca três peças e uma coreografia (veja a programação ao lado).

“Na Paulista, convive-se com passantes de todas as naturezas, o trabalhador, o mendigo, o curioso, enfim, é uma avenida cuja exuberância é ligada à capacidade constante de transformação”, diz a gerente da unidade, Elisa Maria Americano Saintive, 51, que anuncia um café no piso, em janeiro, e comedoria no 15º, em maio.

Territórios cênicos
Os vizinhos Itaú Cultural e Casa das Rosas também são territórios cênicos. Aquele, mais pontualmente. Esta abre as portas inclusive para a escrita teatral, com seu Centro de Dramaturgia Contemporânea e com a residência recente da Cia. dos Dramaturgos.

Uma das suas integrantes, a diretora Paula Chagas, faz hoje a última apresentação da peça “Pé na Estrada”.

Inaugurado em 1963, o Teatro Popular do Sesi (TPS) tem a sala batizada com o nome de seu ex-diretor e fundador, Osmar Rodrigues Cruz, 82. Trata-se de endereço cultural dos mais antigos da avenida, hoje incorporado ao Centro Cultural Fiesp.

“Timão de Atenas” encerrou na sexta-feira sua temporada no TPS, Shakespeare protagonizado por Renato Borghi. No mezanino do Centro Cultural Fiesp, o Núcleo Experimental do Sesi apresenta até hoje “Quem Nunca”, com direção de Renata Melo.

Já não se vêem as costumeiras e espichadas filas para o TPS no número 1.313 da av. Paulista. Agora, é preciso pagar para assistir às sessões de sexta-feira e de sábado; a retirada de ingressos gratuitos para quinta-feira e domingo se dá a partir das 12h.
Atento à agenda do corredor cênico, o público encontra seu modo de contracenar.