30.6.2013 | por Valmir Santos
Bertolt Brecht e Walter Benjamin sonhavam publicar uma revista que, infelizmente, não vingou. Entre o outono de 1930 e a primavera de 1931, eles articularam, junto a outros pensadores de sua geração, como o compatriota alemão Ernst Bloch e o húngaro Georg Lukács, uma publicação na qual “a inteligência burguesa tomasse para si as exigências e os conhecimentos que, nas atuais circunstâncias, só a ela seria permitida uma produção com caráter de intervenção, com consequências, ao contrário das habituais produções arbitrárias”[1], conforme Benjamin esboçara naqueles meses em que o nazismo ascendia. O projeto editorial de inquietação marxista jamais saiu do papel, mas tampouco foi ilusório. Se o momento histórico conspirou contra as condições para a então pré-batizada Krise und kritik, ao menos germinava a ideia de intelectuais e artistas fundar uma revista custeada por eles mesmos numa sondagem ao próprio trabalho e aos interesses de seu entorno social e político sem perder a capacidade de discernir. Leia mais