Para funcionar como narrativa a solidão não pode ser apenas um mote, precisa ser uma potência. Um homem solitário é apenas um homem, um homem solitário com uma história por contar já não mais esta só. Isso é uma regra? Não. Mas no espetáculo A luva e a pedra, do grupo Teatro em Trâmite, parece funcionar muito bem. Diretor e ator da montagem, André Francisco soube se apropriar bem da melancólica trama urdida pelo argentino Quique Fernández, em que um atleta frustrado descamba em uma série de equívocos rumo à ruína, não sem antes mergulhar os espectadores no universo personalíssimo e cômico de suas pretensões, incoerências e purezas quase ingênuas, assim como no seu incomum senso de justiça alimentado pela mortífera força de seu orgulho. Leia mais