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Reportagem

Antônio Araújo e Krymov na Quadrienal de Praga

19.3.2015  |  por Teatrojornal

Foto de capa: Divulgação

Mal terminaram de se encontrar na programação da recém-concluída Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, a MITsp, o diretor artístico Antônio Araújo (Teatro da Vertigem) e o diretor russo Dmitry Krymov (cuja companhia de mesmo nome pisou o Brasil pela primeira vez com Opus nº 7) têm mais uma jornada comum agendada para 8 a 18 de junho deste ano, quando integram o júri da Quadrienal de Praga: Espaço e Design Cênico, a PQ 2015, na sigla em inglês. Eles irão se juntar a sete membros da comissão internacional parar definir os premiados em 20 categorias na 13ª edição do encontro mundial paradigmático no campo da pesquisa e da criação em cenografia, figurino, iluminação, sonoplastia e tecnologia cênica.

Araújo foi premiado em 2011 com a medalha de ouro de melhor realização por BR-3, espetáculo concebido em 2006 pelo Teatro da Vertigem ocupando o leito e as bordas do rio Tietê em São Paulo. Krymov, por sua vez, levou em 2007 a estátua triga de ouro, principal distinção da PQ, pelo pavilhão expositivo com criações da Rússia.

Os demais componentes do júri são a encenadora Kirsten Dehlholm (Dinamarca); os cenógrafos Eloise Kazan (Croácia/México), Kamila Polívková (República Tcheca), Katrina Neiburga (Letônia) e Dominic Huber (Suíça); a teórica da cenografia Joslin McKinney (Reino Unido); e, por fim, o arquiteto Radivoje Dinulović (Sérvia).

Este grupo diversificado de criadores e pensadores terá a difícil tarefa de visitar todos os espaços, exposições e projetos escalados para a próxima Quadrienal de Praga, evento que acontece desde 1967.

O tema principal da PQ 2015, “EspaçoCompartilhado: Música Clima Política 2013-2016”, tem a ver com o projeto internacional que o evento organiza em cooperação com 11 países europeus. A tônica são os simpósios, reuniões e exposições por aquele continente, culminando com o período da Quadrienal na capital tcheca.

Um dos principais segmentos é a Mostra dos Países e Regiões. Compreende trabalhos dos últimos seis anos no campo da cenografia e design da performance. As exposições nacionais são estimuladas a apresentar forte conceito curatorial, priorizando tendências mais originais, específicas e atuais, em vez de representar os aspectos mais típicos da produção do país.

Catálogo preliminar da PQ 2015Divulgação

Catálogo preliminar da PQ 2015

No blog dedicado à articulação da representação brasileira na PQ 2015, lemos que:

“Apoiada teoricamente no pensador Alan Read, a proposta curatorial da PQ’15 convoca a repensarmos o teatro como o ‘último local do humano’. Espaço onde as pessoas se encontram para compartilhar realidades: narrativas e experiências, bem como possibilidades potenciais, como a ficção e a fantasia. A partir dessa perspectiva, a PQ’15 pretende revisitar o poder do teatro e do imaginário, e descobrir os poderes e responsabilidades da cenografia, que usa, e também excede o teatral.”

A ideia é convidar os participantes a explorar a cenografia como ambiente performativo que influencia não só as relações espaciais dos elementos que compõem a performance, mas também que determinam os relacionamentos mentais (narrativas, sociais, passadas ou futuras), assim como a relação estabelecida entre a cena e espectador do teatro contemporâneo.

A PQ 2015 planeja explorar a cenografia como EspaçoCompartilhado (SharedSpace). Espaço que influencia as relações entre pessoas. Espaço que crie áreas para compartilhar ideias, histórias. Um espaço comprometido com as responsabilidades sociais, a cidade e a sociedade.

.:. O site oficial da PQ 2015, em inglês, aqui.

.:. O blog da representação brasileira na PQ 2015, aqui.

Pela equipe do site Teatrojornal - Leituras de Cena.

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