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Reportagem

Relato biográfico sob a ótica do palhaço

5.7.2015  |  por Michele Rolim

Foto de capa: Natasha Mota

Há algum tempo, a tradição do circo começou a se renovar. Não é mais preciso ir ao picadeiro para se deparar com uma apresentação de palhaços. O novo espetáculo do Grupo Trilho de Teatro Popular confirma esta tendência. Enfim sós – Uma tragicomédia clownesca estreou na última quinta-feira (2/7), no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana. A peça foi contemplada com o Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo 2014 e cumprirá temporada de quinta a domingo, até o dia 19 de julho.

“A construção da cena foi realizada a partir da dramaturgia do palhaço com improvisação, sem nenhum texto prévio, além das ações dos palhaços”, conta a diretora, Luciane Olendzki. Giovanna Zottis assina a assistência de direção.

Com atuações de Fábio Castilhos e Melissa Dornelles — os palhaços J.J. e Roliça –, respectivamente, surgem em cena temas como o amor e a solidão. Como ponto de partida, eles coletaram relatos biográficos no Lar Maria de Nazaré e, ainda, durante a atividade Amor (re)partido — uma ação performática na Usina do Gasômetro.

Melissa relata que, na entrada da peça, haverá a possibilidade de os espectadores escreverem a sua história de amor e a mesma pode ser compartilhada pelos palhaços durante a encenação. A atriz dá aulas de clown desde 2008. “Nossos palhaços são uma lente de aumento nossa. A Roliça, em qualquer cena, é dramática, intensa, romântica e carente”, afirma.

Dentro do Projeto Usina das Artes, o grupo realiza a “Saída de emergência”, uma oficina gratuita seguida de um passeio dos palhaços participantes pela orla do rio Guaíba. “Nosso grupo tem como característica um diálogo direto com qualquer pessoa, estabelecendo uma construção crítica”, afirma Castilhos.

O grupo está comemorando em 2015 nove anos de estrada. No seu repertório estão os espetáculos Umbigo, O homem mais sério do mundo, O baú – lembranças e brincanças e A Decisão: Peça didática de Bertolt Brecht.

Nas quintas-feiras, as apresentações terão entrada franca, mediante doação de gêneros alimentícios ou produtos de limpeza para Casa do Artista Rio-Grandense. Nos demais dias, o preço será de R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada).

.:. Publicado originalmente no Jornal do Comércio, caderno Panorama, p. 2, em 2/7/2015.

Serviço:
Onde: Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736, Centro, Porto Alegre, tel. 51 3221-7147)
Quando: Quinta-feira a domingo, às 20h. Até 19/7
Quanto: R$ 10. Às quintas-feiras, entrada franca mediante doação de gêneros alimentícios ou produtos de limpeza

https://www.youtube.com/watch?v=6gqEwVTehbc

Ficha técnica:
Direção: Luciane Olendzki
Atuação: Fábio Castilhos e Melissa Dornelles
Dramaturgia: Fábio Castilhos, Giovanna Zottis, Luciane Olendzki e Melissa Dornelles.
Assistência de direção: Giovanna Zottis
Cenografia, Figurinos e Adereços: Margarida Rache e Patrícia Preiss
Trilha sonora: Gabriel Görski e Sergio Baiano
Criação e operação de luz: Bathista Freire
Assessoria de imprensa: Sílvia Abreu Consultoria Integrada de Marketing
Arte gráfica: Marcel TrindadeSaiba mais’)” >
Produção e realização: Grupo Trilho de Teatro Popular

Jornalista e mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desenvolve pesquisa em torno do tema curadoria em festivais de artes cênicas. É a repórter responsável pelo setor de artes cênicas do Jornal do Comércio, em Porto Alegre (desde 2010). Participou dos júris do Prêmio Açorianos de Teatro, do Troféu Tibicuera de Teatro Infantil (ambos da Prefeitura de Porto Alegre) e do Prêmio Braskem em Cena no festival internacional Porto Alegre Em Cena. É crítica e coeditora do site nacional Agora Crítica Teatral e membro da Associação Internacional de Críticos de Teatro, AICT-IACT (www.aict-iatc.org), filiada à Unesco). Por seu trabalho profissional e sua atuação jornalística, foi agraciada com o Prêmio Açorianos de Dança (2015), categoria mídia, da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre (2014), e Prêmio Ari de Jornalismo, categoria reportagem cultural, da Associação Rio Grandense de Imprensa (2010, 2011, 2014).

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