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Reportagem

É tempo de teatro no verão gaúcho

8.1.2016  |  por Michele Rolim

Foto de capa: Adriana Marchiori

Já está aberta a venda de ingressos para o Porto Verão Alegre, que irá ocorrer entre os dias 9 de janeiro e 14 de fevereiro. A 17ª edição apresenta mais peças que no ano passado – são 57 (em 2015 foram 43 atrações), sendo que 28 delas não fizeram parte da grade de 2015 e seis são estreias.

A cereja do bolo fica por conta da continuidade da ação do festival que visa o financiamento de uma montagem especialmente para estrear no evento. A primeira foi Romeu & Julieta, de Néstor Monasterio. Agora, o diretor convidado Zé Adão Barbosa monta o musical Dona Flor e seus dois maridos. O valor destinado para a montagem foi de R$ 45 mil, segundo os coordenadores do festival, Rogério Beretta e Zé Victor Castiel. Dona Flor terá sessão para convidados dia 8 (sexta-feira), no Theatro São Pedro, e dá início ao festival no mesmo local, um dia depois, com apresentações para o público.

A ocupação ocorre em 11 espaços de Porto Alegre. Voltam a abrigar a programação o São Pedro e o Teatro de Arena. O Centro de Eventos do BarraShoppingSul estreia como palco cênico. O orçamento é estimado em R$ 1,2 milhão via Lei Rouanet. “Começamos com comédias. Aos poucos, o público começou a se acostumar a ir ao teatro e passou a exigir outros tipo de espetáculos, além, claro, da oferta ter se ampliado nesse sentido. O projeto foi o responsável por mudar o hábito dos gaúchos no verão”, destaca Beretta.

A atriz Deborah Finocchiaro e Fernando Sessé apresentarão um recital multimídia sobre Caio Fernando Abreu seguido de bate-papo

Entre as produções que estreiam no Porto Verão, além de Dona Flor e seus dois maridos, estão Não conte a ninguém, com direção de Paulo Guerra; Detonando, com Beretta e Zé Victor; Os dois gêmeos venezianos, com direção de Suzi Martinez; O bandejão – A comédia com carne a mais, com texto e direção de Oscar Simch; e Besteirol, A comédia ou tem Drag Queen no funk, direção de Zé Adão Barbosa e elenco formado por Claudio Benevenga e Lauro Ramalho.

A grade também é composta de espetáculos conhecidos de 2015, como Língua.Mãe Mamelosch, direção de Mirah Laline (vencedor de melhor espetáculo no Açorianos de Teatro e de melhor atriz para Mirna Spritzer no Braskem Em Cena); Como diria mamãe, do Cuidado Que Mancha; Formas de falar das mães dos mineiros enquanto esperam que seus filhos saiam da superfície, texto de Daniel Veronese com direção de Breno Ketzer; Eu, solo de Suzana Saldanha com direção de Luiz Artur Nunes; Enfim sós, do Grupo Thilho; e Projeto secreto: A gaiola das loucas, com direção de Leandro Ribeiro.

Produções que costumam levar grande público ao teatro não podem faltar, como Homens de perto 2, Pois é vizinha…, Se meu ponto G falasse, Inimigas íntimas, Cris Pereira ponto show, Guri de Uruguaiana, Manual prático da mulher moderna e Bailei na curva.

Musical 'Dona Flor e seus dois maridos', por Adão BarbosaDivulgação

Musical ‘Dona Flor e seus dois maridos’, por Adão Barbosa

Há ainda quatro espetáculos voltados ao público infantil: CinderElla e Pinóquio, ambos com direção de Ronald Radde da Cia. Teatro Novo; As aventuras do pequeno príncipe, com direção de Camila Bauer e Brinco de princesa, solo de Débora Rodrigues, do Circo Girassol.

Além disso, haverá uma programação paralela, que envolve a Segunda literária, dia 25 de janeiro, às 19h30min, no Instituo Ling. A atriz Deborah Finocchiaro e Fernando Sessé apresentarão um recital multimídia sobre Caio Fernando Abreu seguido de bate-papo; Terças alegres, projeto gratuito da Fundação Iberê Camargo destinado às crianças; e o Cinseg, com exibição de filme e debate em parceria com a Casa de Cinema.

Este ano nem todos os espetáculos iniciam às 21h, como nos anos anteriores. Os horários também poderão ser consultados no aplicativo Teatro Brasil, uma novidade parceira dessa edição, além do site.

.:. Publicado originalmente no Jornal do Comércio, caderno Panorama, p. 1, em 4/1/2016.

Jornalista e mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desenvolve pesquisa em torno do tema curadoria em festivais de artes cênicas. É a repórter responsável pelo setor de artes cênicas do Jornal do Comércio, em Porto Alegre (desde 2010). Participou dos júris do Prêmio Açorianos de Teatro, do Troféu Tibicuera de Teatro Infantil (ambos da Prefeitura de Porto Alegre) e do Prêmio Braskem em Cena no festival internacional Porto Alegre Em Cena. É crítica e coeditora do site nacional Agora Crítica Teatral e membro da Associação Internacional de Críticos de Teatro, AICT-IACT (www.aict-iatc.org), filiada à Unesco). Por seu trabalho profissional e sua atuação jornalística, foi agraciada com o Prêmio Açorianos de Dança (2015), categoria mídia, da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre (2014), e Prêmio Ari de Jornalismo, categoria reportagem cultural, da Associação Rio Grandense de Imprensa (2010, 2011, 2014).

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