Toda linguagem nasce de um esforço, por natureza, inútil. É por saber-se incompleto que o homem deseja. A falta nos move, nos empurra para além do silêncio e da imobilidade. Qualquer palavra, não importa quão bem escolhida, será incapaz de dizer completamente dessa falha. É essa lacuna que nos obriga a seguir. A dizer mais. A tentar dizer melhor. A formular novos textos, novos arranjos, outros argumentos. E a voltar, seguidamente, de mãos vazias.
Espetáculo do artista congolês Faustin Linyekula, A carga (Le cargo), vem mover-se ao redor dessa ausência primordial. Leia mais