8.6.2022 | por Amabilis de Jesus
Todos, todas e todes vieram em seguida. Leonarda já estava lá. E é verdade que era bruta, uma força bruta. Ácida. Puro escárnio, e palavras cortantes. Palavras-ponta-afiada. Lançava-as. Tratava-se de um treinamento constante. Tratava-se de uma metodologia. Tratava-se de resiliência. Ou nada disso Chegou lapidada. Entendemos depois. Chegou pronta. Emancipada. Cedo. Antes que as teorias todas nos fossem familiares.
Leia mais13.2.2014 | por Helena Carnieri
11.9.2013 | por Valmir Santos
Cada um é a soma de signos e atos que carrega em seu mundo desde o primeiro respiro. A palavra, o gesto, o toque, o silêncio e o que as mulheres e os homens fazem deles dizem muito do indivíduo. Conforme Hannah Arendt, em A condição humana, “essa qualidade reveladora do discurso e da ação vem à tona quando as pessoas estão com outras, isto é, no simples gosto da convivência humana, e não ‘pró’ ou ‘contra’ as outras”. As personagens de Sueli Araujo não conseguem estar com ninguém nas peças aqui reunidas. Algumas tentam companhia, mas não vingam plenamente; já se bastam na luta para suportar a própria. São umbilicalmente deslocadas. Desassossegadas consigo, com o outro, com a casa, com a cidade. O anônimo, o vizinho e o consanguíneo são divisados desde a beira do fosso. Uma ponte pênsil imaginária estendida até o lado de lá regula minimamente os acenos, gritos, sussurros, risos, choros. Leia mais