São Paulo, segunda-feira, 08 de outubro de 2007
TEATRO
“O Grande Criador”, de hoje a quarta, faz piada até com origem de Adão e Eva
VALMIR SANTOS
Da Reportagem local
Se Deus criou o homem a sua semelhança, então isso deve dar um trabalho danado. Pelo menos na perspectiva cômica da companhia teatral portuguesa Chapitô, que apresenta “O Grande Criador”, de hoje a quarta, no palco principal do Sérgio Cardoso, na Bela Vista.
A criação coletiva, que estreou em Lisboa há dois anos, pretende conceber um retrato “humanizado” de Deus, confrontando-O com os problemas da evolução.
Afinal, Ele criou Adão e Eva ou simplesmente trombou com o casal paradisíaco? Será que a falta de espaço na Arca de Noé foi o verdadeiro motivo para a extinção dos dinossauros?
Partindo de motes assim, os atores Jorge Cruz, José Carlos Garcia e Rui Rebelo desdobram-se em tipos e situações, independente de crenças -o budismo e as razões da ciência também entram na dança. “O Grande Criador” é a terceira parte da “trilogia de reciclagem”, projeto que, desde 2002, montou “Dom Quixote” e “Talvez Camões”, sempre com direção de John Mowat.
Nascido em 1996, o grupo identifica-se com a linguagem do teatro do gesto, aquele que articula outros elementos de cena no mesmo plano do texto, como a expressão corporal, a música, os recursos visuais.
O Chapitô tem sede na capital portuguesa. Além de produzir espetáculos, constitui um centro de formação artística.
A sua turnê integra a série Cena Estrangeira, da Secretaria Estadual da Cultura, que inclui o Sérgio Cardoso no roteiro de espetáculos em parceria com o Núcleo Internacional dos Festivais de Artes Cênicas do Brasil.
Na seqüência, “O Grande Criador” vai ao Riocenacontemporânea.