17.5.2007 | por Valmir Santos
São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007
TEATRO
VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local
Há 15 anos adepta do que define como teatro físico com humor, a Companhia Le Plat du Jour chega ao fundo do poço. E feliz. A dupla Alexandra Golik e Carla Candiotto bebe do drama pela primeira vez em “O Poço”.
No espetáculo, que estréia hoje no CCBB, elas passam o tempo todo imersas na água, em um buraco de ferro de três metros de diâmetro. Tudo, inclusive a platéia de 20 pessoas por sessão, abrigado no antigo cofre do subsolo da agência aberta em 1927.
“O cofre veio a calhar, pois é local em que se guarda o que é mais precioso: aqui, não o dinheiro, mas a água”, diz Golik, 42. O projeto quer relacionar a questão ecológica do planeta ao universo particular. “A água é metáfora da emoção, do amor. As duas criaturas percebem que, se não alimentarem as lembranças, os sentimentos, o poço seca. Só que lembrar às vezes dói”, diz Golik.
Na criação conjunta do texto e do espaço cênico com Candiotto, essas criaturas não são definidas por gênero, e o diálogo não necessariamente desenha uma história com início, meio e fim.