28.3.2015 | por Kil Abreu
O VII Festac – Festival Nacional de Teatro do Acre apresentou em uma mesma sequência dois espetáculos de mamulengo que além de deliciosas horas de gargalhadas renderam exemplos de como a cena popular pode ser/é exemplar quando se pensa em formas para a teatralidade viva (o que supõe que haja um teatro morto, e há mesmo). Enraizado no mundo ordinário para saltar para além dele, o mamulengo não tem – e não quer ter – outra saída senão essa mesma, a de explorar por meio da animação de bonecos o acidente e o burlesco da vida através de uma filosofia chã, absolutamente material, em que os objetos postos à reflexão são reconhecidos imediatamente porque inspirados nos tipos humanos e nas formas da sociabilidade que conhecemos bem. Como dizia Hermilo Borba Filho no seu fundamental Fisionomia e espírito do mamulengo, “é a nossa exclusiva forma de espetáculo total, onde o boneco é o personagem integral e o público um elemento atuante”. Leia mais