17.2.2021 | por Valmir Santos
A rigor, desde a quinta série a poeta e ensaísta Leda Maria Martins aprendeu como a força bruta também se impõe por meio de ações, gestos, imagens, silenciamentos e outras formas pensantes. Alguns de seus professores foram “desaparecendo” da sala de aula à medida que expressavam consciência crítica sob o tacão da ditadura civil-militar. Como contraponto a essa e a outras opressões, combatidas vida adentro, a estudante de escola pública nascida no Rio de Janeiro e crescida em Belo Horizonte teve sua formação humanística forjada nas culturas do samba carioca e do reinado/congado mineiro, fontes primárias benzidas pela mãe, Alzira Germana Martins, coroada Rainha de Nossa Senhora das Mercês por iniciativa dos membros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá.
Leia mais29.11.2014 | por Valmir Santos
As representações de deuses, homens, animais ou seres fantásticos remontam aos primórdios da humanidade. Arqueólogos estimam que desde o terceiro milênio antes de Cristo, por exemplo, povos do Egito ou da Mesopotâmia já recorriam a sombras, pinturas ou entalhes nas rochas e cavernas para demarcar rituais e festejos, profanos ou sagrados, em celebração às forças da natureza: terra, fogo, água e ar.
Num salto para este século 21 as formas animadas, ou simplesmente formas não humanas mantêm a energia renovada apesar de tão ou mais antigas que a expressão corporal propriamente dita. Os recursos da máscara, da silhueta, do objeto e do boneco evoluíram ao longo do tempo em associação estreita com as reinações do teatro, da dança, do circo ou da ópera, multiplicando as possibilidades de criação.
Uma síntese extraordinária dessa ancestralidade alinhada ao imaginário contemporâneo brota justamente do teatro de bonecos que o Grupo Giramundo abraça há 44 anos e cuja memória é esquadrinhada na Ocupação em cartaz no Itaú Cultural, em São Paulo, entre 29/11 e 11/1. Leia mais