11.10.2006 | por Valmir Santos
São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2006
TEATRO
Evaldo Mocarzel, que acaba de receber prêmio por “Do Luto À Luta”, é o diretor
VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local
O espetáculo “BR-3”, do grupo Teatro da Vertigem, será materializado em película, para além da memória daqueles que o assistiram ao vivo.
“BR-3”, o filme, virá com assinatura de Evaldo Mocarzel. Na verdade, serão dois registros: um, “fidelíssimo” à montagem, e outro, documentário propriamente dito, decomposição do processo de cerca de três anos, incluindo expedição do grupo por Brasília e Acre.
Ocorreram apenas 50 apresentações em São Paulo, entre março e maio, num trecho do rio Tietê. A temporada foi interrompida por falta de recursos para uso de embarcações que conduzem público e elenco por leito, margens e pontes. Das cerca de 170 horas de gravação (boa parte delas captadas por nove câmaras), editou-se um clipe de dez minutos, em exibição até novembro na Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza.
O mesmo é projetado hoje na programação do 7º riocenacontemporânea, o festival internacional de artes cênicas do Rio. “O espetáculo fez uma intervenção urbana. O rio é o espelho da cidade, e São Paulo tem dificuldade em se ver nesse espelho narciso, comatoso e pútrido”, diz Mocarzel, 46, que está em busca de recursos para finalização do projeto.
“BR-3” obteve seis indicações ao Prêmio Shell 2006. Por enquanto, não há perspectiva de reestréia. O festival riocena estuda para 2007 apresentações da peça na baía de Guanabara (www.riocenacontemporanea.com.br).