26.11.2007 | por Valmir Santos
São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2007
TEATRO
Evento gratuito realizado pela Folha e pelo teatro Augusta discute produção atual nos dois países
Debate “Da Encenação à Realidade” reúne hoje, em São Paulo, curador artístico italiano Michele Panella e três especialistas brasileiros
VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local
A dramaturgia contemporânea da Itália, um país de autores clássicos como Carlo Goldoni e Luigi Pirandello, finalmente deu um salto no final dos anos 90. Até então, era difícil identificar consistência no experimento de novos caminhos para a escrita teatral.
A avaliação é de Michele Panella, 35, curador artístico do teatro Della Limonaia (Florença), que participa hoje em São Paulo da mesa-redonda “Da Encenação à Realidade – Intercâmbio Cultural Brasil-Itália”, no teatro Augusta.
“Pode-se falar de um renascimento da dramaturgia italiana a partir da década passada, sobretudo em conseqüência da União Européia, que fortaleceu os intercâmbios”, diz Panella.
Ele traçará um panorama da cena atual de seu país em encontro com a pesquisadora Neyde Veneziano (Unicamp), especializada em teatro italiano; a diretora Débora Dubois, que participou de projeto no Della Limonaia há cerca de três anos; e o crítico daFolha Sérgio Salvia Coelho, que situará a produção brasileira recente. A mediação será feita pela atriz Inês Aranha.
O evento gratuito marca os cinco anos da Associação Cultural Augusta. Panella vem ao Brasil por meio da parceria do teatro Augusta com a Folha.
Ele destaca três autores da nova safra: Letizia Russo (1980), Fausto Paravidino (1976) e Spiro Scimone (1964). “Essa geração pratica um realismo muito particular. É um tipo de estrutura de texto que surge da fala cotidiana”, diz.
Desde o final dos anos 80, o Della Limonaia realiza o festival Intercity, uma ponte com autores de outros países. Em 2004, o Brasil marcou presença com a encenação de textos do cearense Marcos Barbosa e do paulista Aimar Labaki. “Em geral, esses brasileiros alcançam linguagem universal a partir de realidades locais e histórias de intimismo”, afirma. A abertura e o final do encontro terão apresentação musical de Andréa Kaiser e Rosana Civile, ao piano.