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Folha de S.Paulo

Solo retrata a feminilidade por meio das prostitutas

2.5.2008  |  por Valmir Santos

São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2008

TEATRO 
Atriz fez pesquisa de campo para “Eu Quero Ver a Rainha” 

VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local 

A atriz Fabiana Fonseca, 29, passou parte de 2005 convivendo com prostitutas do Jardim Itatinga, em Campinas. A pesquisa de campo sobre a sexualidade e o erotismo femininos é retratada no espetáculo solo “Eu Quero Ver a Rainha”, que veio à luz naquele mesmo bairro, em 2006, e estréia hoje no Espaço dos Satyros 2.
O título é homônimo da letra de Jorge Ben Jor e, também, citação à figura da pombajira na umbanda. Fonseca diz ter consciência do quão complexo é focar o corpo da mulher no âmbito das profissionais do sexo, aferir desejos, medos, dores e prazeres.
“Foi um mergulho intenso, pesado, pleno em contradições que mexem com o íntimo. Sei que a criação artística reflete apenas parte daquele universo, em que também encontrei muito de mim.”
A “rainha” surge inicialmente como caricatura da garota dona de si, desbocada e na defensiva. Aos poucos, expõe histórias, feridas físicas e emocionais, até dar lugar à mulher comum, como tantas em que Fonseca viu refletir a si mesma na fala, no jeito de se vestir, na ilusão do grande amor.
Ela é acostumada a traduzir realidades marginalizadas por meio de técnicas como “mimese corpórea” (imitação) e Teatro do Oprimido (Augusto Boal). Atuou nos grupos Matula e Boa Cia. O solo a enredou por iniciativas sociais junto a associações de prostitutas.
No final do mês, organizará debate nos Satyros e, em junho, desfile da grife carioca Daspu na praça Roosevelt.
EU QUERO VER A RAINHA
Onde: Espaço dos Satyros 2 (pça. Franklin Roosevelt, 134, tel. 0/xx/11/ 3258-6345)
Quando: sex. e sáb., à 0h. Até 28/6
Quanto: R$ 5 a R$ 20

A atriz Fabiana Fonseca, 29, passou parte de 2005 convivendo com prostitutas do Jardim Itatinga, em Campinas. A pesquisa de campo sobre a sexualidade e o erotismo femininos é retratada no espetáculo solo “Eu Quero Ver a Rainha”, que veio à luz naquele mesmo bairro, em 2006, e estréia hoje no Espaço dos Satyros 2.

O título é homônimo da letra de Jorge Ben Jor e, também, citação à figura da pombajira na umbanda. Fonseca diz ter consciência do quão complexo é focar o corpo da mulher no âmbito das profissionais do sexo, aferir desejos, medos, dores e prazeres.

“Foi um mergulho intenso, pesado, pleno em contradições que mexem com o íntimo. Sei que a criação artística reflete apenas parte daquele universo, em que também encontrei muito de mim.

“A “rainha” surge inicialmente como caricatura da garota dona de si, desbocada e na defensiva. Aos poucos, expõe histórias, feridas físicas e emocionais, até dar lugar à mulher comum, como tantas em que Fonseca viu refletir a si mesma na fala, no jeito de se vestir, na ilusão do grande amor. 

Ela é acostumada a traduzir realidades marginalizadas por meio de técnicas como “mimese corpórea” (imitação) e Teatro do Oprimido (Augusto Boal). Atuou nos grupos Matula e Boa Cia. O solo a enredou por iniciativas sociais junto a associações de prostitutas. 

No final do mês, organizará debate nos Satyros e, em junho, desfile da grife carioca Daspu na praça Roosevelt. 


Peça: Eu quero ver a Rainha
Onde: Espaço dos Satyros 2 (pça. Franklin Roosevelt, 134, tel. 0/xx/11/ 3258-6345) 
Quando: sex. e sáb., à 0h. Até 28/6 
Quanto: R$ 5 a R$ 20

Jornalista e crítico fundador do site Teatrojornal – Leituras de Cena, que edita desde 2010. Escreveu em publicações como Folha de S.Paulo, Valor Econômico, Bravo! e O Diário, de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Autor de livros ou capítulos afeitos ao campo, além de colaborador em curadorias ou consultorias para mostras, festivais ou enciclopédias. Cursa doutorado em artes cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde fez mestrado na mesma área.

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