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Reportagem

As veias latinas do Cena em Brasília

1.7.2021  |  por Valmir Santos

Foto de capa: Still

As obras latino-americanas e ibero-americanas listadas na programação do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília deste ano guardam reminiscências indiretas ao 1º Festival Latino-Americano de Teatro e Cultura, o Flaac, ousado certame artístico-cultural – e multifacetário – realizado na capital do país em 1987, na esteira da chamada redemocratização. À época, as áreas de teatro e dança dividiram espaço com artesanato e arte popular, arte educação, artes plásticas, cinema e vídeo, fotografia, literatura, música e grupos folclóricos, além incorporar seminários. As artes da cena elencaram grupos da Argentina, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Uruguai e Venezuela, além de representantes locais e de outros Estados.

Num dos textos de apresentação no programa, 34 anos atrás, o jornalista, poeta, músico e ativista cultural Vanderlei dos Santos Catalão, o Tetê Catalão (1949-2020), anotou a “celebração de um encontro mais aberto ao processo”. “Um festival como este, diante da imensa e estratégica desarticulação que se pretende impor aos povos latinos, diante das óbvias limitações de recursos humanos e materiais, não pode esperar de seus participantes uma atitude passiva. Este muito que ainda falta vai depender de nosso espírito solidário.” Capitaneado pelo Governo do Distrito Federal e pela Universidade de Brasília, sob o então reitor Cristovam Buarque, o evento pioneiro na região central do Brasil compunha na comissão diretora o nome de Guilherme Reis, idealizador do Cena Contemporânea que conta 26 anos de história, descontadas as intermitências – e nome presente na direção geral e curadoria da 22ª edição que abre na quinta (1). Em 1987, os segmentos teatro e dança eram coordenada pelo artista e pedagogo Dimer Monteiro (1950-2016) – de quem Reis foi aluno, e anos depois dividiram a curadoria do Cena – e pelo diretor uruguaio Hugo Rodas, radicado na cidade desde 1975.

Na programação do 22º Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília, de 1 a 11 de julho, a realizadora audiovisual e performer peruana Diana Daf Collazos propõe em ‘Prelúdio – Ficciones del silencio’  uma reflexão sobre a perda da voz: o silêncio herdado, a memória, o luto, as migrações que nos levam a retornar. Por que é tão difícil para nós levantar a voz? O que gera esse silêncio? Por que nos calamos como sociedade? Através de uma narração poética e sutil, e de relatos aparentemente familiares, Daf convida espectadores a transitar a busca da origem de nossos próprios silêncios e a questionar a urgência que há de um processo de reparação, de cura coletiva. Ao nascer, a protagonista perdeu uma corda vocal e foi emudecendo ao longo da vida. Antes de ficar definitivamente muda, ela decide registrar num gravador de mão, com sua própria voz, tudo o que considera importante

Criado em 1995, o Cena Contemporânea é pródigo em abarcar países latino-americanos e ibéricos, estes ancorados por Portugal e Espanha na península do sudoeste da Europa, formada ainda por Andorra, território francês, e Gibraltar, britânico. Foram daquelas terras, banhadas pelas águas do Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo, que saíram as caravelas de colonizadores que exploraram e dizimaram povos originários em nossas regiões, no século XV.

Por exemplo, na 9ª edição, em 2008, o grupo venezuelano Textoteatro trouxe Bandolero y malasangre, sobre seis personagens que se despedem do século XX latino-americano e seus sobressaltos antidemocráticos, enquanto o peruano Cuatrotablas encenou César Abraham, considerando en frío, a partir da vida e obra de César Vallejo (1892-1938), poeta que virou a linguagem do avesso, incomodou e enfrentou o exílio.

Na 21ª edição, em dezembro 2020, portanto já em formato virtual, havia apenas um núcleo artístico latino-americano, além dos participantes brasileiros, é claro: o Lagartijas Tiradas al Sol, do México. Em contrapartida, o público acompanhou dois trabalhos com raízes africanas, pelo bailarino e coreógrafo moçambicano Idio Chichava e pelo Projeto Atlânticos, união do bailarino cabo-verdiano António Tavares e do brasileiro Felipe Oládélè. Esse continente, além do asiático, invariavelmente fizeram parte das escolhas da curadoria.

Dessa vez, ainda sob o impacto do enxugamento de verba e da contingência pandêmica dos últimos 15 meses, a programação converge para dez dias embalados por 13 criações de Chile, Peru, Uruguai, França, Portugal e Brasil, em transmissões gratuitas no site do festival e no seu canal no YouTube.

Conforme a vizinhança “geopoética”, comparecem o autor e ator chileno Malicho Vaca Valenzuela, da Compañia le Insolente Teatre, com Reminiscencia, a entrelaçar memórias de seus avós às do país, dos mais impactados pela vigência e sequelas do regime ditatorial na região; a realizadora audiovisual e performer peruana Diana Daf Collazos, com Preludio – Ficciones del silencio, em que transita do palco de um teatro a locais marcantes da vida de seus antepassados para investigar os silêncios que permanecem entre os povos da América Latina; também de Lima chega a diretora Chela De Ferrari e o seu Teatro la Plaza com Hamlet, atuado por conjunto de jovens com Síndrome de Down que se apropriou de Shakespeare sob sua ótica – todos são o personagem-título da tragédia; e por fim o dramaturgo e diretor uruguaio Gabriel Calderón com Ana contra la muerte, acerca dos limites de conceitos como ética e moral. 

Na interface europeia, uma parceria de concepção e dramaturgia é pontuada pela portuguesa Patrícia Portela e pelo brasileiro Alexandre Dal Farra (do grupo Tablado de Arruar-SP) em Reconciliação, desejo expresso de olhar para o futuro e suas conjecturas – e para o presente com suas complexidades. De outra cidade daquele país aportam virtualmente o encenador Gonçalo Amorim e o Teatro Experimental do Porto com a revisitação de letras compostas por Bob Dylan, Lou Reed, Syd Barrett, John Lennon e outros nomes em Estro-watts – Poesia da idade do rock.

Para a abertura do Cena, foi escalado um artista francês que tem ascendência na República do Mali, o dançarino e coreógrafo Smaïl Kanouté. Também afeito à serigrafia e ao designer gráfico, dele serão exibidos cinco trabalhos, inclusive uma prévia do mais recente, Never twenty one, no qual presta tributo aos jovens de maioria negra vítimas de armas de fogo em bairros pobres e discriminados de Nova York, Rio de Janeiro e Joanesburgo, mortos antes de completarem 21 anos. Ainda daquele território, Brasília recebe o Cirque Inextremiste e sua narrativa em torno da tentativa de fuga de loucos de um hospício usando um balão de ar quente.

A seguir, as sinopses dos 13 projetos híbridos nos campos das artes cênicas e do audiovisual programados no Cena Contemporânea, de acordo com o material de divulgação. Como se disse, as exibições são gratuitas e as obras podem ser vistas por mais três dias depois de sua estreia, com exceção do espetáculo do Uruguai, Ana contra la muerte., até às 23h do dia seguinte. Mais detalhes no serviço ao final.

Hoje, 1/7, 21h

Smaïl Kanouté – França

Henri Coutant

Never 21 (7 min.)

Ecoando a hashtag #Never21 do movimento Black Lives Matter, Smaïl Kanouté homenageia, por meio da dança, jovens vítimas de armas de fogo em bairros pobres e discriminados de Nova York, que morreram antes dos 21 anos. Por meio de depoimentos de vítimas do sistema de venda de armas, um dançarino grita sua raiva, a perda de seus entes queridos, sua prisão no círculo vicioso que o empurra a brincar com sua vida. Torna-se a cicatriz dessas vidas sacrificadas, de suas memórias, de suas palavras gravadas para sempre nesta maldição do número 21.

Yasuke Kurosan, le Samouraï Noir au Japon (15 min.)

Curta-metragem inspirado na vida de um escravizado africano que chegou ao Japão no fim do século XVI e alcançou ao status de samurai. A escrita coreográfica narra a metamorfose do corpo curvado do escravizado ao corpo ereto e orgulhoso do samurai, criando o encontro entre a dança africana e a arte do bushido (o código de honra dos samurais). Aborda o impacto do colonialismo e a persistência de ritos ancestrais como afirmação de identidade. Por meio de ritos, cerimônias dançadas, visitas a lugares espirituais e simbólicos, Kanouté se inspira no aikido, no bushido, na cerimônia do chá ou mesmo no butoh para explorar a dança, a energia e o estado de espírito.

Jidust – Pousière d’eau (3:05 min.)

Solo aquático e luminoso em que o bailarino estabelece um corpo a corpo com a parede interativa, desenvolvida pelo artista-designer Antonin Fourneau. A parede Waterlight graffiti é composta de milhares de LEDs e acende quando tocada pela água.

Univers (3:27 min.)

Prêmio de melhor performance hip hop do Urban Film Festival 2016, os movimentos de Kanouté revelam os desenhos nessa caixa preta criada pelo artista Philippe Baudelocque, explorando diferentes danças para celebrar a criação.

Never Twenty-One (6 min)

Espetáculo que vem sendo apresentado pelo bailarino, em homenagem a jovens vítimas de armas de fogo em bairros pobres e discriminados de Nova York, Rio de Janeiro e Joanesburgo, mortos antes de completarem 21 anos. Em um ambiente urbano marcado pelo xamanismo e baseado em relatos reais, três dançarinos ressuscitam as palavras/males das vítimas e suas famílias. Por meio de seus corpos que se tornaram esculturas gráficas, superfícies de expressão e reivindicação, objetos de resiliência e memoriais como espíritos errantes, falam sobre essas vidas roubadas, dilaceradas e sacrificadas. Indo do krump à onda, do novo estilo ao tribal, diferentes energias vêm e animam a expressividade dos corpos para fazer o invisível aparecer e nomear o indizível.

Sexta, 2/7, 21h

Malicho Vaca Valenzuela e Compañia le Insolente Teatre – Chile

Captura de tela

Reminiscencia

Através do uso de plataformas digitais, o criador escava sua biografia pessoal e ao mesmo tempo a biografia de sua cidade, numa memória recente e ao mesmo tempo com cicatrizes profundas. Um ensaio documental que se utiliza de meios como Google Earth e material de arquivo para construir um panorama de seu percurso, seu aprendizado e, de quebra, um pouco da história do Chile. Em tons político e íntimo, Valenzuela questiona: o que acontecerá com nossas pegadas quando já não estivermos aqui? Nossas vozes permanecerão nas ruas numa pasta de memória externa? Que relato o Google contará de nós? Poderemos voltar a nos encontrar, nos tocar, evocar juntos a realidade que queremos? O espetáculo será apresentado ao vivo, em tempo real.

Sábado, 3/7, 11h

Clarice Cardell e Canal Bebe Lume – Brasil

Juliana Caribé

Inspira fundo 2  

Segunda temporada da série apresenta 12 vídeos que passeiam por diferentes temas em diálogo com dramas e questões do mundo da primeira infância. Os trabalhos utilizam a manipulação de objetos e uma trilha sonora original criada por Lupa Marques e Jota Dale, para construir uma narrativa poética a propósito de um mundo de significados imagéticos e musicais. A dramaturgia, construída pelos objetos, sons e interpretações de Cardell, Marques e Gabriel Guirá, se estrutura de forma a manter espaço para a livre imaginação dos bebês. A série integra o Canal Bebe Lume, dedicado a exibir conteúdo audiovisual como alternativa dentro do espectro visual que tem dominado o ambiente web para a infância. A realização da série foi patrocinada pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.

Sábado, 3/7, 21h

Alexandre Dal Farra & Patrícia Portela – Brasil E Portugal

Plínio Dal Farra

Reconciliação

Projeto que vem sendo trabalhado desde 2018, acompanhando as diversas mudanças pelas quais os dois países passaram. As paisagens sonoras e visuais desta performance falam de gestos de reconciliação: entre Portugal e o Brasil, entre Europa e as Américas, entre o progresso e o clima, entre pais e filhos, entre um homem e uma mulher, entre um negro e um branco, com o passado, com o que (ainda) não nos aconteceu, com o presente, conosco. Reconciliação compreendida não como entendimento ou compreensão entre partes que haviam rompido entre si, e sim como tentativa de aceitação de limites. Reconciliar-se com as próprias limitações, elaborar a capacidade de conviver com as diferenças. Em cena, um combate entre dois seres humanos que não tem fim, sem possibilidade de (re)encontro. Uma tensão crescente inspira violência, mas denuncia o desejo de tréguas e de uma conclusão. À nossa volta, glaciares estalam, descolando-se de uma Antárctica octogonal enquanto turistas entusiasmados os filmam, aplaudem e riem sobre este acontecimento único que registram com suas câmeras. Por cima de tudo isto, o cometa Halley, aquele que passa e não se vê, a luz presente que anuncia tanto a promessa como a catástrofe. E nós, cá embaixo, por vezes notamos, por vezes pressentimos, por vezes queremos esquecer.

Domingo, 4/7, 20h

Ana Luiza Bellacosta – Brasil

Humberto Araujo

Uma palhaça confinada em Gaste sua lombra em casa

Depois de passar meses isolada (ela é uma palhaça consciente) e com muita saudade do palco, a atriz Bellacosta resolveu exercitar as técnicas de comicidade e palhaçaria que pesquisa há anos. E foi assim, transpondo a linguagem presencial para o ambiente virtual, investigando os aplicativos de edição e buscando autonomia criativa que surgiram os esquetes agrupados em Uma palhaça confinada. Neles, transgride o uso convencional de objetos domésticos e extrai humor de situações corriqueiras. 

Cirque Inextremiste – França

Maxime Steckle

Exit

Um grupo de acrobatas, vestidos de branco e com os braços amarrados às costas, personifica loucos tentando escapar de um manicômio. Encontra um balão de ar quente e decide desafiar todas as regras para fugir. Checa a ignição dos queimadores, a inflação do balão, tudo é pretexto para o desdobramento de um universo incrível de jogos burlescos. Sem utilizar acessórios conhecidos, essa trupe manipula cilindros de gás, pranchas de madeira e até uma mini escavadeira neste jogo absurdo.

Segunda, 5/7, 21h

Tatiana Bittar – Brasil

Tati Bittar

Solos para um corpo em queda

O doc-performativo apresenta o registro de quatro anos de processo para estrear um solo. Os obstáculos enfrentados: uma filha no hospital, uma turnê de um ano, uma separação e a pandemia. O formato audiovisual condensa as criações Cucaracha, Febre e Solos para um corpo em queda, com imagens e áudios captados entre 2018 e 2021 e organizados, editados e recriados em vídeo por Joy Ballard.

Jonathan Andrade, Renata Soares e Beta Rangel – Brasil

Mônica Nassar

Estranhas

Uma experimentação cênico-virtual em que duas atrizes exploram potencialidades e meios de interação não-presenciais. Em um mundo distópico, de humanidades frágeis, duas presenças desafiam as possibilidades de conexão. A distância, os afetos, os corpos, os desejos, a companhia e a vida parecem reticências. No fundo, ninguém sabe o que está por vir. Amar pode ser um ruído. O espetáculo foi filmado durante o isolamento social da Covid-19 e gravado com Renata Soares ao vivo dos Estados Unidos, coidealizadora do projeto com Monica Nassar e Beta Rangel, a fim de estimular o teatro – em tempos pandêmicos – através de uma nova perspectiva tecnológica, explorando outras formas narrativas, com base na relação entre arte, virtualidade, comunicação e tecnologia.

Terça, 6/7, 21h

Gonçalo Amorim e Teatro Experimental do Porto – Portugal

João Duarte

Estro-watts – Poesia da idade do rock

Espetáculo que se inspira nas palavras de Marshall McLuhan que, entre finais de 1960 e começo de 1970, afirmou: “A grande poesia da nossa época é o rock. (…) Nunca se assistiu a um tal renascimento poético desde Homero. É o reencontro planetário”. Partindo da obra Estro in watts – Poesia da idade do rock, de João de Menezes-Ferreira, o trabalho apresenta o gênero como expressão poética, que grita na esfera pública e reflete sobre temas como morte, guerra, amor, solidão, opressão. Pesquisando os poemas desse estilo musical – entre 1950 e 1980 –, o espetáculo ressalta a poesia presente em composições assinadas por grandes artistas como Bob Dylan, Patti Smith, Johnny Rotten, Jim Morisson, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Leonard Cohen, Lou Reed e muitos outros, apresentando um painel do mundo ocidental no século XX.

Quarta, 7/7, 21h

Chela De Ferrari e Teatro la Plaza – Peru

Teatro la Plaza

Hamlet

Um grupo de pessoas com Síndrome de Down toma a cena para compartilhar seus anseios e frustrações através de uma livre adaptação de Hamlet. O resultado é um tecido entre a tragédia shakespeariana e a vida dos atores e parte de uma pergunta: “Ser ou não ser?”. O que significa ser para pessoas que não encontram espaços onde são valorizados? Historicamente consideradas uma carga, as pessoas com Síndrome de Down questionam: “Que valor e que sentido têm suas vidas num mundo em que a eficiência, a capacidade de produção e modelos inalcançáveis de consumo e beleza são o paradigma?”.

Quinta, 8/7, 21h

William Ferreira & Diego Borges – Brasil

Dammer Martins

À Espera de Godot  

Dois personagens entregues à sorte dialogam à espera de um ser misterioso que nunca aparece. Adaptado do clássico homônimo de Samuel Beckett e filmado em dois distintos ambientes, o filme/peça apresenta questões filosóficas sobre a condição humana em que o tempo existe como eternidade imóvel, desafiando o espectador a lidar com a inércia das ações e com as reflexões existenciais apresentadas pelos personagens. Projeto contemplado pelo Prêmio Funarte Festival de Teatro Virtual 2020.

Sexta, 9/7, 21h

Diana Daf Collazos – Peru

Prelúdio – Ficciones del silencio

Transitando entre a performance e o documentário – na medida em que ambos trabalham com um tratamento criativo da realidade – a obra propõe uma reflexão sobre a perda da voz: o silêncio herdado, a memória, o luto, as migrações que nos levam a retornar. Por que é tão difícil para nós levantar a voz? O que gera esse silêncio? Por que nos calamos como sociedade? Através de uma narração poética e sutil, e de relatos aparentemente familiares, Daf convida espectadores a transitar a busca da origem de nossos próprios silêncios e a questionar a urgência que há de um processo de reparação, de cura coletiva. Ao nascer, a protagonista perdeu uma corda vocal e foi emudecendo ao longo da vida. Antes de ficar definitivamente muda, ela decide registrar num gravador de mão, com sua própria voz, tudo o que considera importante.

Sábado, 10/7, 21h

Gabriel Calderón – Uruguai

Maurício Rodríguez

Ana contra la muerte  

O filho de Ana tem câncer. Ela não pode custear outro tratamento, mas também não pode deixar que seu filho morra. O que está disposta a fazer para salvá-lo? Até onde pode chegar e até que ponto somos capazes de entendê-la? Como vamos defendê-la quando se tornar perigosa para o resto, quando se voltar perigosa para a morte. A peça é a história de uma mulher que entendeu que se deve resistir à morte de todas as formas possíveis e um pouco mais além. O texto dá sequência aos temas que marcam a obra de Calderón: a família, a violência, a morte.

Serviço:

22º Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília

Edição online

De 1 a 11 de julho de 2021

Exibições gratuitas no site do festival, integradas ao canal YouTube do Cena Contemporânea.

As obras são apresentadas sempre às 21h, com exceção do domingo, que será às 20h. No sábado, dia 3 de julho, haverá também uma sessão para bebês, às 11h.

Cada espetáculo poderá ser visto por mais três dias depois de sua estreia na programação – exceto o último deles, Ana contra la muerte, disponível até 23h de domingo, dia 11.

Ficha técnica:

Direção e curadoria: Guilherme Reis

Coordenação artística: Carmem Moretzsohn

Coordenação Encontros do Cena: Mariana Soares

Produção: Clara Nugoli e Paula Daniela (Encontros do Cena)

Programação visual: @JJBZ

Assessoria de imprensa: Objeto Sim

Redes sociais: Michele de Fatima (Mica Design & Cultura)

Vídeo: Valéria Amorim (vinheta) e Alice Lira (edição)

Web design: Feeling Digital (Laissa Reis e Larissa Brasil)

Tradução e legendagem: BVAZ Idiomas e Gabriel Reis

Gestão de transmissão ao vivo: Pedro de Freitas e Bruno Garcia

Coordenação técnica: Cena Promoções Culturais

Coordenação geral e administrativa: Michele Milani

O festival foi contemplado pelo FAC – Fundo de Apoio à Cultura – Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF e pelo Fundo de Ajuda para as Artes Cênicas Ibero-Americanas do Programa Iberescena.

Jornalista e crítico fundador do site Teatrojornal – Leituras de Cena, que edita desde 2010. Escreveu em publicações como Folha de S.Paulo, Valor Econômico, Bravo! e O Diário, de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Autor de livros ou capítulos afeitos ao campo, além de colaborador em curadorias ou consultorias para mostras, festivais ou enciclopédias. Cursa doutorado em artes cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde fez mestrado na mesma área.

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