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Artigo

Tudo sabe a teatro

20.12.2021  |  por Ana Marinho

Foto de capa: José Caldeira

Mala

Um convite para escrever sobre teatro e um medo danado. Medo de ir até ali e nem saber o que dizer. Nem sei se meu certificado de vacinação vai valer aqui em Portugal. Ir ao teatro, que antes poderia ser uma coisa simples, agora é mesmo uma viagem. O plano é sair de Coimbra logo cedo, rumo a Lisboa. Será que essas minhas duas doses de vacina, feitas na Índia, vão valer para esse trajeto?

Dose

Ainda nem saí de Coimbra, é sexta-feira e ontem tomei uma terceira dose de vacina contra Covid-19. A vacina de patente inglesa, mas feita na Índia, e tomada no Brasil, aqui não serve. A solução que me deram foi assinar um termo concordando em iniciar todo o esquema vacinal e agora sou essa pessoa que não tomou vacina nenhuma e está aqui ameaçando quem tomou. Virei negacionista. A minha segunda dose, da vacina que aqui aceitam, está marcada para o dia 30 de dezembro. Na soma total, entrei em contato quatro vezes com o vírus, morto, e uma vez com o vírus vivo: tive Covid em janeiro. Overdose de vacinas, overdose de medo, overdose de esperança, overdose de violências colonialistas. Ai, ai, mas não estou aqui para falar do que me permite estar aqui: essa minha vida de professora universitária e a realização de um pós-doutorado no Centro de Estudos Sociais, o CES, da Universidade de Coimbra. Ficarei um ano aqui a pensar e escrever sobre cidades/mulheres e narrativas contra hegemônicas. Mesmo com esse “esquema” vacinal talvez nem consiga entrar em teatros, museus, restaurantes pois não tenho um número de utente, como se diz de usuário. Ou seja, o sistema de saúde daqui decidiu me aplicar mais uma vacina, mas não sabe sequer que eu existo e, portanto, ainda terei que brigar para que me reconheçam e que tenha na tela do celular esse tal certificado digital de vacinação. É sexta-feira e continuo sem saber se vou conseguir entrar num trem, entrar num hotel e entrar no teatro para assistir ao espetáculo OFF, da companhia mala voadora. Ah, para comprar um casaco e um tênis ninguém me pediu nada.

Tantas coisas no palco de ‘OFF’, espetáculo da companhia mala voadora no teatro D. Maria II, em Lisboa: cadeiras, vaca/lixeira, cachorro, placas de “perigo, piso escorregadio”, espelhos, indicações de saída. Por vezes o jogral me leva a outros lugares e é tão bom, tão bonito. Outras vezes incomoda, como se a reiteração da frase que voa em folhas de papel jogadas sob a cabeça das atrizes e do ator (‘Era como se alguém tivesse tirado uma camada da superfície do mundo’) perdesse o eco. Ou seria essa camada de objetos expostos à superfície do mundo, que não ecoa mais, que não nos incomoda mais e que a encenação expõe e que termina por incomodar mesmo?

O trem, a dor de dente e a conversa de domingo

Ou

Não sei escrever só

Cheguei em Santa Apolônia – Lisboa e caminhei até a Mouraria. Tempo para trocar a roupa de Coimbra: em Lisboa faz sol. Do hotel até o teatro é uma caminhada de oito minutos. Isso se eu acertar a ladeira que sobe. Sempre acho que ladeira só desce e ando para baixo e para cima o tempo todo, mas dessa vez deu certo. Era ladeira que desce. E dou de cara com um dos lados do Teatro Nacional D. Maria II. Nunca vi um cartaz tão grande: OFF. Pronto, já sei chegar, não vou me perder e preciso comer alguma coisa: remédio para dor e estômago vazio não combinam mesmo. E olho as mesas de um dos restaurantes para não errar na escolha do pedido. Sento e faço o que melhor sei fazer: escutar as conversas dos outros, aprendi com minha irmã Sônia Valéria, cantora de bolero. Não entendo nada do que dizem as duas mulheres que comem, só as duas, o que eu comeria por uma semana inteirinha. A mesa do outro lado está ocupada por brasileiros e brasileiras e entendo tudo o que dizem, mas não tenho nenhuma vontade de saber quanto pagaram por excesso de bagagem ou o valor das taxas cobradas pelo banco para uso do cartão de crédito no exterior. E lembrei que hoje, ainda no trem, conversei com meu amigo Diógenes Maciel. Ele, sim, sabe escrever sobre teatro, sobre dramaturgia; ele, sim, sabe os termos certos, os tempos, os movimentos e escreve parágrafos longos, sem um erro sequer. O verbo fica lá na linha dois e concorda direitinho com o que está escrito na linha 51. Eu respiro feito cachorro na hora de escrever. Dio, vem me encontrar, vamos viajar juntos/as e cumprir aquela promessa sem jeito que já tem mais de 20 anos! E teve o bom dia, companheira, de Luciany Aparecida, que me acompanha desde tanto tempo. Ela e Rinah Souto, cantora de voz tão linda, de sorriso farto e generosidade sem tamanho. Se cuide, companheira, que essa vida de professora precisa dos tempos da canção. Bom dia, companheiras! E como não sei escrever só, vou escrever, hoje, e muitas vezes daqui pra frente, com Rinah também, em dueto, terceto, quadrilha:

já era pra ter deixado essas coisas lá nos anos 90

(por Luciany Aparecida)

já era pra ter deixado essas coisas lá nos anos 90, eu disse a ela,

mas errei, era pra ter dito assim,

já era pra ter deixado essas coisas lá nos anos 70,

mas falar da década de 70 a magoaria

e eu sei que ela está agora naquele trem frio,

frio que partiu de Coimbra,

sei que ao passar por Fátima ela pedirá mais uma vez a morte daquele dentista que fez o canal, quando uma limpeza bastaria,

e eu direi a ela, Elizabeth,

Arnaldo,

aquele dentista,

morreu por erro médico, na cirurgia de pedra nos rins,

mas eu não quero mais tocar nesses assuntos.

eu e ela sabemos de tudo que não queremos mais.

estou aqui na velha Salvador ouvindo Trovoa

presa em como Juçara Marçal pronuncia cada palavra inteira

penso que gosto dessa cantora, penso que deveria ter pedido a

Elizabeth que ao passar por Fátima tivesse feito uma promessa por mim,

que ela pedisse a nossa senhora de Fátima, que ela que é santa,

me concedesse um dinheiro pra o aluguel do mês que vem,

penso que a velha Salvador é tão cara.

Elizabeth, os anos 90 não existem mais,

vamos embora, Elizabeth,

vamos ver esse teatro em Lisboa,

semana que vem vamos ver aquele teatro em São Paulo,

ela diria sim, vamos sim, pois tá certo,

e ficaríamos em silêncio

chorando quase

depois dessas mensagens

pois sabemos

daquela história entre Portugal e Brasil

sabemos que a promessa é sem jeito.

mas e o verde? Elizabeth me diria ainda

e eu voltaria a sorrir pois sei daquele enredo de flecha

daquela história-de-pássaro-formoso,

criança de riso fácil, velho de paciência, flecha-certeira,

que transforma tudo em ficção e canta e avoa.

e apois tá certo, diríamos por fim,

e encerraríamos nossa conversa de domingo e iríamos ouvir Ednardo,

cantando Pavão misterioso e a década de 70 voltaria em looping.

Ana Marinho Fachada do Teatro Nacional captada pela autora do artigo antes da sessão de ‘OFF’, criação da companhia mala voadora, de Portugal; edifício abriu suas portas em 13 de abril de 1846, durante as comemorações do 27.º aniversário da rainha Maria II (1819-1853), passando por isso a exibir o seu nome na designação oficial

Lisboa

Três cabeças de sardinhas olham para mim no prato e eu me desespero: vou chegar ao teatro e saber a peixe. Sempre quis usar essa expressão, verbo, sei lá o quê: a vez é agora. Na mesa do lado, brasileiros refazem a conta, item por item, e a dívida entre a família (avó, avô, filhas, genro e três netas) não fecha. Até que o genro chega a uma soma. Não ouvi, hora nenhuma, a voz do avô, segue enrolado num casaco desses de ondinha – que também já tenho o meu (é barato e leve, feio, eu sei): nem comeu, quase, e o somatório não fecha. Uma das netas, a única que parece dar atenção a esse avô, assiste a um desses youtubers que fala muito, o tempo todo. Desde que me sentei à mesa, estava a ouvir (olha aí os infinitivos dos portugueses!?) uns grunhidos e achei que eram os pombos. Era o youtuber. O avô esconde as mãos no bolso do casaco e não paga a conta. Esse frio de 16 graus tá matando o coitado. Saem as duas adolescentes e ficam a filha e a menina vidrada no youtuber. Tudo sabe a peixe: meus dedos, o cabelo, a manga do casaco. E começo a rezar para que haja mesmo distanciamento social no teatro. O genro volta com três caixas de biscoito compradas no supermercado: economia na sobremesa. As três sardinhas continuam a me encarar e eu desvio o olhar. Hora de ir ao teatro.

D. Maria II

14h38. Ainda faltam mais de duas horas para o começo do espetáculo e vou fazer o quê? Do nada, aparece um vento e eu resolvo pagar a conta e ir andando para mais perto do teatro. Minha vacina indiana, de tecnologia inglesa, não me deixa entrar em restaurante, fico na esplanada: se não morrer, dessa vez, de overdose de vacina, morro de frio. Olho para cima, para o prédio onde funciona um supermercado de produtos naturais, sem agrotóxicos, sem plástico, inacessível para mim, e me deparo com uma placa que diz: “Propriedade da Caixa de Previdência do Ministério da Educação”. Nem me arrisco a confabular, comigo mesma, sobre a complexidade do que representa esse prédio, isso tudo: educação, propriedade, esquina, supermercado “Celeiro: viver de corpo e alma”. Chega! Meu dente voltou a doer e escuto da mesa dos/as brasileiros/as a sentença: “Li que a viagem perfeita dura oito dias”. Hora de sair.

OFF

Estou mesmo em frente ao letreiro da peça que fica em um dos lados do teatro. À minha direita está uma loja/bar de ginjinha, a aguardente. Um euro e quarenta, com fruta ou sem fruta no copo. À minha esquerda tem outra loja/bar de ginjinha. Do lado direito uma viatura de polícia e uns/umas 12 ou 13 trabalhadores/as que terminaram uma campanha qualquer e que bebem garrafas inteiras de ginja. Uma delas até oferece a um dos guardas um copinho e ele aceita e todas as pessoas riem. Ainda tem sol e eu espero, sentada ao lado de um homem que canta em línguas que nunca saberei, a hora para entrar no teatro. E descubro que tenho que ir para o outro lado e que tem uma fila enorme para entrar e que é agora que vou saber se esse meu certificado de vacina e essa outra que tomei anteontem mais essa cara de galega paraibana de Patos que só fala português mesmo mais esse medo de que me digam que não sou bem-vinda mais essa dificuldade em escrever longos parágrafos mais esse desespero em saber que nem preciso falar nada para que me entendam, vão servir para que consiga fazer o que vim fazer aqui: assistir a OFF e escrever a partir de OFF.

A fila todinha era para assistir a uma outra peça: O cerejal, de Tchékhov, ou o Jardim das cerejeiras em terras brasileiras, uma encenação de Tiago Rodrigues com Isabelle Huppert no elenco, na sala Garrett. Eu não. Mas meu certificado de vacina inglesa, fabricada na Índia, foi aceito e estou no saguão do teatro. Nem lembro mais o que tem ali, era tanta contenteza. Me mandam esperar e eu espero, mas sempre alguém vem me perguntar se passei pela fila do certificado e eu digo que sim.

A superfície das coisas

São tantas coisas no palco dessa sala Estúdio, que não é a principal do teatro D. Maria II, e que eu chego depois de um percurso de quatro lances de escada e um pedido de silêncio: na mesma hora acontecia O cerejal. Tantas coisas no palco: cadeiras, vaca/lixeira, cachorro, placas de “perigo, piso escorregadio”, espelhos, indicações de saída. Por vezes o jogral me leva a outros lugares e é tão bom, tão bonito. Outras vezes incomoda, como se a reiteração da frase que voa em folhas de papel jogadas sob a cabeça das atrizes e do ator (“Era como se alguém tivesse tirado uma camada da superfície do mundo”) perdesse o eco. Ou seria essa camada de objetos expostos à superfície do mundo, que não ecoa mais, que não nos incomoda mais e que a encenação expõe e que termina por incomodar mesmo? Escorrego, desliso e escarafuncho na cadeira e termina o espetáculo: bato palmas. Queria rir de tanta coisa e só me senti autorizada porque alguém atrás de mim também gargalhou. Então ri.

E, após a sessão, começa a conversa do ator e das atrizes com o público e descubro que fui autorizada a rir por quem fez a cenografia e que estava mesmo atrás de mim: José Capela, ele também é responsável pelos figurinos. Na conversa, soube que o espetáculo estreou em 2020, no Porto, e que o que eu vi, hoje, é outra coisa. Mudou o texto, mudaram os atores e atrizes: a vaca (lixeira) foi a única que se manteve fiel e atroz também. A atriz que interpreta a escritora, e depois a editora, também permaneceu. Mas nesse dia, justamente nesse dia, a vaca não sangrou. Uma coisa qualquer no mecanismo falhou e o sangue não escorreu. Olhei para a lixeira/vaca, olhei para o ator e o José Capela e soube que esse espetáculo sobre o Fim (projeto do grupo começado em 2017) não encerra um ciclo.

E a conversa sobre a participação no Fórum do Futuro, a coisa de acreditar nesse sem futuro e, mesmo assim, ter dois filhos para criar; as chamas e a sensação de que nós, eu, você, somos demais; que nossa ausência não vai mudar nada e que não estaremos aqui para assistir a isso tudo; essa coisa surrealista que estava lá na conversa com o dramaturgo britânico Cris Thorpe.

José Caldeira Atuante Maria Jorge na versão de 2021 da montagem de ‘OFF’, da mala voadora: espetáculo dirigido por Jorge Andrade, a partir de ‘Dying’, do britânico Chris Thorpe, estreou em 2020, no Porto, e dentre todas as transformações manteve a vaca (lixeira) que, na referida sessão, não “sangrou”, como cenograficamente previsto

Anotei no caderninho outras referências que fui buscar depois, como o Movimento de Extinção Humana Voluntária (VHEMT), e aprendi que não acrescentar um de nós a esse planeta é só o que podemos fazer para salvá-lo. Eu, que já causei minha destruição, assim como o diretor Jorge Andrade, fiquei pensando no texto/ensaio da escritora chilena Lina Meruane, Contra os filhos: uma diatribe (2014), que me fez pensar e rir (obrigada!) sobre a tirania dos filhos. Em diálogo com a peça a que assisti, o livro que se lança (em voo de folhas pelo palco, numa imagem tão boa) e que antecipa e experiência de catástrofes, pode até ser lido como esse/essa filho/a tirano/a.

Gosto tanto da mãe/amiga/empregada que a vaca que não sangrou – e que descobri que sagrava depois – não me faz nenhuma falta. E me incomoda tanto essa mão no bolso do escritor/ator/encenador que diz que foi o texto mais trabalhado em mesa. A encenação de que os atores e atrizes são responsáveis por operar a luz me traz e me leva de volta para esse lugar de espectadora. E sinto que fui muito cruel com o diretor Jorge Andrade, que diz: “Basta respirar que começamos a destruir tudo à nossa volta”.

Pão

Saio do teatro e me deparo com uma praça cheia de tantas luzes: é Natal, tem feira, tem vinho quente, tem balão, tem doces e intervenções de artistas e testes para saber se tenho Covid e se posso, ou não, estar onde estou. Quando estaremos off?

E como um pão com queijo antes de voltar para o hotel e escrevo:

“Assistir ao espetáculo, ouvir as atrizes e o ator ao final da encenação e, depois, ler a conversa entre Jorge Andrade e José Capela me colocou nesse looping. O que vi não corresponde ao que é descrito na entrevista. O cenário parece funcionar melhor na descrição das suas funções do que na cena. No espetáculo a que assisti, o grande depósito de lixo foi usado poucas vezes e o que está atrás dele nenhuma vez. A sensação de que algo estava prestes a acontecer e não acontece é maravilhosa, quando percebo que as atrizes e o ator começam a ser comandados por um letreiro, por botões e, ao final, por frases divididas entre elas e ele, num jogral que faz tanto sentido. Gosto tanto das pausas que ficaria ali horas e horas a ouvir a ligeireza das falas da mãe/amiga/empregada só para sentir o silencio de segundos. Ai, estou tão contente em dizer que assisti a um espetáculo de teatro e que estive lá, viva, morrendo de medo. E que Nossa Senhora do Desterro de Malta me proteja, porque depois da dor do parto, só a dor de dente.”

.:. O espetáculo OFF, da companhia mala voadora, versão 2021, cumpriu mais recente temporada de 2 a 19 de dezembro no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

Ana Marinho Cartaz no D. Maria II anuncia peça da mala voadora que fez temporada em dezembro de 2021; a companhia cofundada em 2003 por Jorge Andrade e José Capela, na cidade do Porto, já realizou intercâmbio com brasileiros do Grupo Magiluth (PE) e a partir de 2018 iniciou nova fase com um programa integrado, a saber: “Se somos ‘uma companhia de teatro que programa’, as perguntas são: (1) o que é programar quando são especificamente artistas a fazê-lo? e (2) como é que uma companhia que programa faz espetáculos? E, sobretudo: (3) como podem estas duas perguntas interrelacionar-se?”

Ficha técnica:

Direção: Jorge Andrade, com assistência de Maria Jorge

Texto: Jorge Andrade e Chris Thorpe, a partir de Dying [Morrendo], de Thorpe

Tradução: Manuel Poças

Com: Andreia Bento/Tânia Alves, Maria Jorge e David Pereira Bastos/Jorge Andrade

Cenografia: José Capela, com edição de imagem de António MV

Figurinos: José Capela com execução de Maria dos Prazeres

Luz: João Fonte com Jorge Andrade

Banda sonora: Sérgio Delgado

Imagem e vídeo de divulgação: António MV

Fotografia de cena: José Caldeira

Direção de produção: Pedro Jordão

Produção executiva: Andreia Bento

Assistente de produção: Sofia Freitas

Coprodução: Teatro Nacional D. Maria II e Teatro Nacional São João

Residência de coprodução: O Espaço do Tempo

A mala voadora é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes e associada d’O Espaço do Tempo. Conta com o apoio da Fundação “la Caixa” e do BPI, e, para a atividade no Porto, da Câmara Municipal do Porto / Criatório.

Faz teatro desde os 19 anos em João Pessoa (PB). Formada pela escola de teatro da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rêgo. Atuou nas peças ‘Filhos da noite’ (1989), ‘Medeamaterial’ (1996), ‘Quebra-quilos’ (2010), ‘Quincas’ (2012) e ‘Razão para ficar’ (2015); nos filmes ‘Desvio’ (2018) e ‘O que os machos querem’ (2021); e na série ‘Chão de estrelas’ (2021). “O que paga minhas contas é mesmo o ensino de literatura na Universidade Federal da Paraíba, desde 2001. Estou investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra para pensar e escrever sobre cidades-mulheres e memórias de luta e resistência. Até outubro de 2022, quando volto para um Brasil que acredito e que desejo reviver”.

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