Faz teatro desde os 19 anos em João Pessoa (PB). Formada pela escola de teatro da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rêgo. Atuou nas peças ‘Filhos da noite’ (1989), ‘Medeamaterial’ (1996), ‘Quebra-quilos’ (2010), ‘Quincas’ (2012) e ‘Razão para ficar’ (2015); nos filmes ‘Desvio’ (2018) e ‘O que os machos querem’ (2021); e na série ‘Chão de estrelas’ (2021). “O que paga minhas contas é mesmo o ensino de literatura na Universidade Federal da Paraíba, desde 2001. Estou investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra para pensar e escrever sobre cidades-mulheres e memórias de luta e resistência. Até outubro de 2022, quando volto para um Brasil que acredito e que desejo reviver”.
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textos
dessa ação >
20.6.2023 | por Ana Marinho
Tatiana – Você não é muito exigente, eu sei. Mas o que é que há de interessante aqui?
Teteriev – As pessoas ajustando suas vidas. Eu adoro ouvir os músicos no teatro afinando os violinos, os sopros.
Máximo Gorki, Pequenos burgueses
As tantas vezes em que Fernando Teixeira assistiu ao espetáculo Pequenos burgueses, trinta e seis, me conduzem nessa tentativa de apresentar sua autobiografia, um texto escrito por um ator e encenador de teatro paraibano que viveu e vive mais de 60 anos com as gentes do teatro, com as gentes das artes e da cultura, com as gentes que vivem no risco, que visitam lugares de trauma, seus, nossos, de tanta gente, mas, principalmente, lugares de encontro. São encontros, mais do que desencontros que aparecem na narrativa de Fernando e são eles que importam. Lugares em que o humor e a alegria de um homem que olha para trás, para o trás ontonte, nos ensinam sobre os processos de autoconhecimento. E digo lugares porque os lugares são sempre políticos, estão nos caminhos cotidianos da conquista, da ocupação, da luta. Fernando lutou a vida inteira, e luta ainda, por lugares nos quais as vidas importem, as viventes e os viventes possam olhar para trás e fazer, como ele, um percurso de aprendizagem. Fernando não ensina, aprende, apreende, numa narrativa autobiográfica que não segue modelos, deslisa por gêneros de escrita de si, de escritos sobre si, sobre nós, sobre a gente.
Leia mais20.5.2022 | por Ana Marinho
Coimbra – Era 1989 e eu chegava à cidade de João Pessoa para concluir o ensino médio, vinda de Patos, no sertão da Paraíba. Aprendia a falar, a ouvir, mesmo sabendo desses sentidos que não se ensinam, em espaços de troca e nos processos do teatro, nas aulas do curso de formação de atores (e atrizes) da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rego, coordenado por Roberto Cartaxo e com a presença, silenciosa sempre, de Luiz Carlos Cândido.
Leia mais20.12.2021 | por Ana Marinho
Mala
Um convite para escrever sobre teatro e um medo danado. Medo de ir até ali e nem saber o que dizer. Nem sei se meu certificado de vacinação vai valer aqui em Portugal. Ir ao teatro, que antes poderia ser uma coisa simples, agora é mesmo uma viagem. O plano é sair de Coimbra logo cedo, rumo a Lisboa. Será que essas minhas duas doses de vacina, feitas na Índia, vão valer para esse trajeto?
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