Artista de teatro e pesquisador. Fundou a Cia de Teatro Acidental, na qual trabalha como ator e dramaturgo. Publicou a ‘Trilogia dos afetos políticos’ (Editora Javali, 2022). Mestre e doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo; a dissertação ‘Da teatrocracia: estética e política do teatro paulistano contemporâneo’ saiu pela Annablume (2017); já a tese (no prelo) analisa e traduz os textos teatrais de Elfriede Jelinek, escritora austríaca ganhadora do Nobel. Realiza pesquisa de pós-doutorado na Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP).
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16.5.2023 | por Artur Kon
A “peça didática” (Lehrstück) tem sido um dos pontos centrais de debate em relação à atualidade, diríamos até contemporaneidade (querendo com isso falar da aproximação possível a algo já compreendido e nomeado como “teatro contemporâneo”), do teatro de Bertolt Brecht (1898-1956) – e, com ele, de toda uma ideia de teatro político. Pois de fato o “didatismo” tem sido uma das qualidades mais execradas em boa parte das produções que se pretendem devedoras dessa tradição, reconhecendo na presunção da parte de muitos artistas de ensinar algo à plateia uma forma de autoritarismo, uma presunção de saber que coloca o espectador como ignorante, além de uma pretensão descabida a ter as respostas para os impasses políticos do presente (quando já não parece possível aceitar sem mais as soluções antes oferecidas por concepções teóricas que, também é verdade, de modo algum perderam o poder de análise crítica da realidade).
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