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Crítica

Um circo com muitos picadeiros. Essa definição, ouvida de um espectador de Agropeça, criação do Teatro da Vertigem, sintetiza bem as potências e as limitações do espetáculo. A intenção é ambiciosa. Traduzir um país conflagrado partindo de uma das faces da moeda corrente, o poderoso agronegócio e todas as suas circunstâncias: desde as obviamente nefastas – produção extensiva de monoculturas, uso intensivo de produtos tóxicos, desmatamento predatório – até aquelas de que seus representantes muito se orgulham – rodeios espetaculares, música sertaneja hegemônica, apego às tradições.

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Crítica

Matéria escura do Cena 11. Cena expandida. Já não mais estritamente presencial, necessariamente remota, mas presente enquanto campo aberto de forças, imantando visões, sensações, movimentos, internos e aparentes ou externos aos corpos, mas sistematicamente incomensuráveis e singulares. Pingos, pios, amplificados e estendidos como gritos, como estridências crescentes, como deformações ritmadas, dançantes, mas na contradança surpreendente, sempre, de não ser dança, de virar verso e ser ostensão de vida.

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Crítica

O teatro possível enfrenta o impossível. Ou uma cena plena em suas potências, traçada no espaço virtual como presença firme, nunca ausente.

Épico, da Cia Tercer Abstracto, parte de uma investigação honesta sobre um projeto canônico do século 20, o teatro épico, mas alcança, além de estabelecer uma versão inventiva, de raro frescor, sobre o seu ponto de partida, uma resposta franca às urgências do tempo. Tanto frente ao pandemônio em que o Brasil, ou seu desgoverno, transformou a pandemia, como às demandas dos meios disponíveis às encenações, sem abrir mão de alguma simultaneidade presencial e de vero impacto sobre os espectadores.

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