26.3.2007 | por Valmir Santos
São Paulo, segunda-feira, 26 de março de 2007
TEATRO
VALMIR SANTOS
Do Enviado a Curitiba
O dramaturgo Celso Cruz, 41, costuma dizer que não é um autor de tese, aquele que, grosso modo, antepõe a reflexão à escrita. Mas ele acaba de defender doutorado na USP vinculado a seu processo de escrita, a tragédia na atualidade, como se vê nas quatro peças que dirige na mostra paralela Fringe.
Seus personagens urbanos surgem metidos em ambientes fechados, enfrentam a solidão e a violência que carregam consigo ou não suportam lá fora -afinal, o inferno é o outro. “Seres abjetos, mas que, mesmo em situações-limite, demonstram alguma afetividade e consciência de sua própria condição”, diz Cruz.
Gente como o delegado Dante (Guilherme Freitas) e o criminoso de codinome Beatriz (Dill Magno) em “Comendo Ovos”, apresentada no final de semana. Também há o torturador e a sua vítima em “Gorilas”, que se passa em 14/12/1968, dia seguinte à implantação do AI-5 (qua. e qui., no teatro Celeiro).