10.1.2021 | por Valmir Santos
“Você vê os gregos: o Pégaso, o cavalo que voa, é o símbolo da poesia. Nós deveríamos botar antes, como símbolo da poesia, a galinha ou o peru – que não voam. Ora, para o poeta, o difícil é não voar, e o esforço que ele deve fazer é esse”, declarou João Cabral de Melo Neto em 1966, mesmo ano da publicação de A educação pela pedra. Numa das passagens da alentada entrevista a seguir, a encenadora Maria Thais cita o escritor pernambucano para elucidar o caráter sertanejo que mora em si, natural de Piritiba, na região da Chapada Diamantina, sertão baiano.
Leia mais13.10.2020 | por Valmir Santos
Para além da pandemia, conjecturou a atriz e dramaturga, existe uma situação extremamente instável na maneira como os artistas sobrevivem ao longo da história do Brasil. Grace Passô falou durante a mesa virtual que abordou as “Novas teatralidades e estratégias para a existência do teatro”. Afinal, a quem as artes vivas se destinam e quem detém os meios para fazê-las, seguiu problematizando. Ato contínuo, lançou a pergunta-ensaio que pode ser considerada determinante para um balanço do que foi dito e pensado durante o Seminário CPT 2020, realizado nas manhãs dos três primeiros dias de setembro, no marco das atividades de relançamento do Centro de Pesquisa Teatral do Sesc SP. Grace indagou: “Os legados são delegados a quem?”.
Leia mais10.5.2019 | por Valmir Santos
Entre as últimas montagens de Antunes Filho, Nossa cidade (2013), a partir da peça de Thornton Wilder, e Eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse (2018), de Jean-Luc Lagarce, podem ser lidas como cerimônias de adeus do artista que jogou até o fim em sete décadas de dedicação contínua à arte do teatro, incluída a fase amadora.
Leia mais4.3.2015 | por Helena Carnieri
Ela veio ao Festival de Curitiba de 2003 com 19 anos, como atriz. Na época sentia-se insegura, ainda atravessando a adolescência, uma época em que convidava amigos para fazer teatro na garagem. Agora, Michelle Ferreira, dramaturga em cartaz em São Paulo com Animais na pista (e com boas críticas), retorna como autora e diretora. Ao lado da Cia. de Teatro do Urubu, de Carolina Meinerz, ela estreia em maio Urubu comum, seu primeiro texto, ainda inédito. Na primeira visita à cidade para ensaiar, Michelle conversou com a Gazeta do Povo. Leia mais
10.7.2014 | por Valmir Santos
O jornalista, crítico e estudioso teatral Sebastião Milaré, 68 anos, morreu por volta das 9h30 desta quinta-feira. Há cerca de um mês diagnosticado com câncer de intestino, ele estava internado no hospital Cruz Azul, em São Paulo. “A doença evoluiu rapidamente”, afirma uma de suas sobrinhas, Célia Regina Vieira da Cruz. O velório acontece a partir das 18h de hoje no cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo (Rua Jardim da Colina, 265, Jardim Petroni). O sepultamento está marcado para amanhã, às 11h, no mesmo local. Leia mais
9.7.2014 | por Valmir Santos
Em artigo publicado no catálogo de uma exposição voltada à obra do paulistano Flávio Império (1935-1985), no final da década de 1990, o milanês Gianni Ratto (1916-2005) prospectava como seria interessante escrever uma história do teatro brasileiro analisada sob a ótica de seus cenógrafos. Radicado no país desde 1954, ele questionava até que ponto a “grafia da cena” influenciou os processos criativos como a dramaturgia o fez na evolução da nossa modernidade dos palcos – e da qual ele foi um dos protagonistas. Cioso do texto como epicentro, legado de sua geração na Europa, não escondia o ceticismo da falta de correspondência qualitativa no caso brasileiro porque “muitas vezes a dramaturgia teria sido muito melhor servida se seus textos tivessem sido apresentados vestidos somente da esplêndida nudez de suas palavras”. Leia mais
5.5.2014 | por Valmir Santos
As artes cênicas são, por natureza, gregárias. Sincronizam a respiração no ato ao vivo entre os artistas que ocupam palco, galpão, picadeiro ou espaço público e os espectadores instigados a embarcar nessa nau milenar. Nas tradições orientais e ocidentais, uma das bases da convivência no teatro e na dança diz respeito ao caráter coletivo por trás de cada criação. Em um monólogo dramático ou em um solo coreográfico haverá sempre a interlocução direta ou indireta de uma equipe ancorando as palavras, os gestos, os silêncios e as variantes sensoriais no coração da cena. Leia mais
30.3.2014 | por Valmir Santos
O encontro de Antunes Filho com Thornton Wilder diz mais sobre o ícone da encenação brasileira, o homem e o artista embarcados em seis décadas de trabalho, do que propriamente os vetores estéticos que o orientaram por pelo menos dois anos de pesquisa e ensaio. Nossa cidade mostra um criador nu e íntegro com a sua cena, mentor de espetáculos antológicos e ora sem o encalço da angústia da inovação a cada passo. Os códigos-fonte estão emocionalmente abertos no tablado do Teatro Sesc Anchieta, independente dos enigmas que a obra encerra. Não há um grande ator ou atriz a ancorar o projeto, como se condicionou aludir ao método sistematizado ao longo dos anos. A horizontalidade e o perfil multigeracional dos protagonistas do Grupo de Teatro Macunaíma/Centro de Pesquisa Teatral o deixa mais exposto à própria condição humana de mestre que também confronta crises e estas o provocam a destilar arte. Leia mais
26.3.2014 | por Teatrojornal
A mesa-redonda Cenografia brasileira em debate reúne o diretor Antunes Filho, os cenógrafos José de Achieta e José Dias e a diretora de arte Vera Hamburger na noite desta quarta-feira no Sesc Anchieta, em São Paulo, a partir das 19h. O diálogo é estimulado pelo livro Cenografia brasileira – Notas de um cenógrafo, de J.C. Serroni, também participante do encontro. A obra lançada há pouco pelas Edições Sesc São Paulo, de 374 páginas, pode ser adquirida na ocasião por R$ 69, já com desconto de 30%.
Desde os anos 70, áreas muito díspares têm caminhado pela atividade cenográfica. Esses novos agentes provocaram o alargamento das fronteiras da cenografia. A fragmentação gerou uma pulverização da atividade do cenógrafo, e uma consequente crise de identidade. A junção de práticas cenográficas tão diferentes com o velho e o novo leva à procura pela definição da profissão do cenógrafo, quais são os novos limites para a criação e qual seria o espaço ideal para a encenação teatral nos nossos dias. Estes, entre outros assuntos, serão abordados no debate.
O livro de Serroni condensa conhecimento e experiências acumulados em mais de quatro décadas de ofício. A obra é focada na documentação da profissão a partir da montagem de Vestido de noiva, em 1943. O arquiteto criou cenários e figurinos para o teatro e trabalhou durante 11 anos no Núcleo de Cenografia do Centro de Pesquisa Teatral (CPT), coordenado por Antunes Filho no Sesc Consolação.
A partir de textos e imagens resultantes de ampla pesquisa, o livro traça um panorama da história da cenografia brasileira e discorre sobre épocas de raros relatos da produção, entre o início do século 20 e os dias atuais, destacando o perfil de 31 dos seus pares de profissão, entre eles Flávio Império, Luiz Carlos Mendes Ripper, Gianni Ratto e Gabriel Villela.
Serviço:
Cenografia brasileira em debate
Quando: quarta-feira, dia 26, às 19h
Onde: Teatro Anchieta – Sesc Consolação (Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo, tel. 11 3234-3000).
Quanto: Grátis. Retirar ingresso na bilheteria com 1 hora de antecedência.