8.3.2007 | por Valmir Santos
São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2007
TEATRO
Grupo apresenta em SP texto sobre juventude
VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local
A Companhia Elevador de Teatro Panorâmico olha para o passado na peça “Ponto Zero”, marco do sétimo aniversário. É para melhor se conhecer e seguir adiante, espera o diretor artístico Marcelo Lazzaratto.
Duas acepções guiam o novo projeto, que estréia sábado, no Viga Espaço Cênico, dentro da mostra de repertório aberta hoje no mesmo endereço. Ponto zero como o estado de latência em que o intérprete vai à ação por meio de “um gesto poético”. E ponto zero como a fase em que se desprende da juventude para ir à vida adulta -o elenco tem, em média, 28 anos.
Para rever sonhos, atitudes e comportamentos do passado, com pés no presente, Lazzaratto e o ator Gabriel Miziara, co-autores da dramaturgia, elegem escritores que trataram da juventude quando jovens.
O painel percorre dois “impérios culturais”, diz Lazzaratto: os EUA e a França. O material inclui livros como “O Apanhador no Campo de Centeio”, de Salinger; “On the Road”, de Jack Kerouac; e “Hell”, de Lolita Pille. E filmes como “A Chinesa”, de Jean-Luc Godard, e “Marcas do Destino”, de Peter Bogdanovich. A peça tem dois movimentos.
No primeiro, dá-se a reflexão em torno de uma mesa, com silêncios, luz neutra. No segundo, vêm o agito, a pichação, a música eletrônica e a luz forte. O público pode acompanhar essa curva de autoconhecimento do grupo por meio de três outras montagens que se juntam a “Ponto Zero”: o solo “Loucura”, com Miziara, citações a Pessoa, Dostoiévski e Camus; o adulto “Amor de Improviso”; e o infanto-juvenil “A Ilha Desconhecida”, adaptação do conto de Saramago.
A estréia e a mostra fazem parte do Programa Municipal de Fomento ao Teatro.