6.3.2020 | por Valmir Santos
A reatividade como mecanismo de defesa vem dando lugar ao ato criador por essência em tempos de guerra anticultural no Brasil. Artistas, produtores, estudantes, pedagogos, gestores e demais sujeitos em diferentes áreas de expressão articulam modos mais horizontais, inventivos e politicamente perspicazes de confrontar o autoritarismo de Estado.
Mobilizações ocorridas em São Paulo desde o final de 2019, ao ar livre ou em espaços culturais, sinalizaram procedimentos mais inspiradores na hora de pensar, organizar e articular poeticamente ações e discursos contra o estado de coisas. Afinal, quem atua junto às ciências humanas possivelmente tem amigos ou familiares com transtornos de somatização diante das medidas desse governo doentio que mina os direitos sociais e põe a democracia em risco. Daí redobrar resistências físicas e psicológicas para ir à luta.
Leia mais16.4.2015 | por Valmir Santos
O ano de 2014 foi pródigo em atos evocativos do golpe que implantou a ditadura civil-militar no Brasil. A trágica lembrança dos 50 anos daquela guinada antidemocrática e suas sequelas na vida de todos os cidadãos mereceu análise da Comissão Nacional da Verdade e de suas correlatas em níveis municipal e estadual. Infelizmente, o relatório final trazido a público em dezembro não mobilizou o país em termos de consciência crítica como as sociedades civis da Argentina, Chile, Uruguai e Peru o fizeram ao tocar e reconhecer suas feridas. O debate ainda não irradiou firmemente na nação. Leia mais
A geração que em 1968 realizou a 1ª Feira Paulista de Opinião sob forte repressão da ditadura militar reencontra coletivos de diferentes idades na 2ª Feira Paulista de Opinião ou 1ª Feira Antropofágica de Opinião, em referência ao encontro dirigido por Augusto Boal. A iniciativa é da Companhia Antropofágica, que propõe a mesma questão da época aos artistas engajados de todos os quadrantes: “O que pensa você do Brasil de hoje?”. Leia mais