15.5.2019 | por Valmir Santos
Itajaí – Como os sujeitos podem se tornar intérpretes competentes da própria experiência a despeito dos obstáculos da vida? O discurso amoroso pode dar pistas ridículas, como o poeta Fernando Pessoa lia as cartas dos seres enamorados. E propiciar ressignificações subjetivas, como o semiólogo Roland Barthes tocou o coração da linguagem. Digna de figurar como objeto de estudos culturais, por mexer nas bases complexas e idiossincráticas de dois casamentos em que as pessoas são heterossexuais e octogenárias, Ilusões é uma peça em que o escritor russo Ivan Viripaev bagunça as expectativas a partir do título, para deleite estético da La Vaca Companhia de Artes Cênicas.
Leia mais18.1.2016 | por Afonso Nilson
O termo “casa de diversão adulta” parece um tanto quanto incomum quando o associamos à mitologia grega ou mesmo a um espetáculo teatral. Podemos, talvez, pensar que o concubinato forçado por que passaram as mulheres troianas ao serem consideradas espólio de guerra tenha algo de comércio sexual, mas está muito mais próximo a estupro institucionalizado. Se em As troianas, de Eurípedes, Cassandra, a princesa vidente, filha de Hécuba, chora e prediz catástrofes como vingança por ter sido tomada como escrava junto com as mulheres de Tróia, em Kassandra, o espetáculo da Cia. La Vaca, com texto do franco-uruguaio Sergio Blanco, a personagem parece estar mais resignada à ideia de que seu corpo é uma mercadoria. Leia mais
20.8.2015 | por Valmir Santos
Em Itajaí
Quando escreveu a peça A voz humana (1929), o francês Jean Cocteau rebatia quem o acusasse de instrumentalizar seus textos com “estruturas maquinais”. Pois acabara de testar uma pegada mais essencial com um monólogo. Num quarto desarrumado, uma mulher aguarda a ligação telefônica do amante que recém a abandonou. Coube ao dispositivo mediar a oralidade, a escuta, os silêncios e o sentimento amoroso em pedaços. Virou sua obra mais montada ao redor do planeta. Leia mais