5.5.2014 | por Valmir Santos
As artes cênicas são, por natureza, gregárias. Sincronizam a respiração no ato ao vivo entre os artistas que ocupam palco, galpão, picadeiro ou espaço público e os espectadores instigados a embarcar nessa nau milenar. Nas tradições orientais e ocidentais, uma das bases da convivência no teatro e na dança diz respeito ao caráter coletivo por trás de cada criação. Em um monólogo dramático ou em um solo coreográfico haverá sempre a interlocução direta ou indireta de uma equipe ancorando as palavras, os gestos, os silêncios e as variantes sensoriais no coração da cena. Leia mais
Já na segunda metade dos anos 1980, o coronel Luiz Helvecio da Silveira Leite relatou como foi planejada, no Centro de Informações do Exército (CIE), uma ofensiva aos comunistas durante os anos de chumbo: “Definimos qual era o campo mais fraco e decidimos que era o setor do teatro. Em seguida, começamos a aporrinhar a vida dos comunistas nos teatros. A gente invadia, queimava, batia, mas nunca matava”. As ações, segundo ele, eram realizadas por majores, capitães, tenentes e sargentos, além de civis. O depoimento está no livro A ditadura envergonhada, primeiro volume da série As ilusões armadas, de Elio Gaspari. Leia mais
25.3.2014 | por Teatrojornal
O 6º Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre acontece de 20 a 29 de abril. Entre os convidados desta edição, estão o grupo francês Générik Vampeur, com a montagem Bivoac e o artista catalão Roger Bernat, que traz o espetáculo A sagração da primavera. Do Brasil destacam-se dois grupos de Goiânia: o Teatro que Roda, com Das saborosas aventuras de Dom Quixote de La Mancha e seu fiel escudeiro Sancho Pança; e o Teatro Nu Escuro, com Gato negro. De Brasília vem a Cia. de Teatro Andaime, com Serpentes que fumam. Os grupos do Rio Grande do Sul também tem forte presença. A tribo de atuadores Ói nóis aqui traveiz traz sua nova criação Onde? ação Nr. 2. Leia mais
1.2.2014 | por Valmir Santos
Quando os mitos e os rituais encontram-se sedimentados como ato criativo numa biografia de 35 anos, seu criador também é convertido, simbolicamente, em fonte primordial de outros mitos e rituais transmitidos às gerações de artistas e de públicos com os quais conviveu. Ou seja, gera uma tradição. Em sua antológica fricção poética com a realidade, a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz sorveu a origem do mundo, palmilhou a natureza dos céus aos baixios, esculpiu em cena deuses, homens e heróis em suas falências e potências. E sublinhou injustiças, algumas ainda estanques, que por si mesmas ficariam emolduradas no histórico cultural não fosse disposição permanente do grupo para fazer valer seu projeto estético. Leia mais
29.1.2014 | por Michele Rolim
Do final de 1977 até o começo de 2014, muita coisa mudou. O mundo encontrado por jovens artistas descontentes com o teatro que se fazia em plena ditadura militar agora é outro. Mais de três décadas se passaram. Aqueles jovens, agora adultos, formaram um dos grupos mais representativos do teatro gaúcho – a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. Leia mais
19.9.2013 | por Fábio Prikladnicki
Vamos conversar na Cólquida — convida Tânia Farias, enquanto conduz o repórter pela Terreira da Tribo, no bairro Floresta, em Porto Alegre, onde estreia, nesta quarta-feira (11/9), Medeia vozes, a aguardada nova peça do Ói Nóis Aqui Traveiz, um dos destaques do 20º Porto Alegre Em Cena. Leia mais
28.6.2012 | por Valmir Santos
Quando o grupo conclama “pedra nas veias”, em 1978, a metáfora não tinha perdido para o crack que hoje assoma os centros urbanos. No entanto, algumas palavras e ações lançadas há quase três décadas e meia, por entre labirintos lisérgicos de uma extinta boate batizada Las Piedras, sob a ditadura cívico-militar, ainda são atávicas para os artistas da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. Gerações de espectadores identificam o DNA das suas obras, sem dificuldade: a busca por “um acontecimento teatral que negue a desumanização do indivíduo e denuncie a descaracterização consumista”, atualíssimos; a transposição dos “limites físicos da cena”; e a convicção da “cultura de resistência” constituindo reinvenção permanente, conforme os princípios cunhados no manifesto de origem dessa dialética da utopia em arte. Leia mais