25.3.2022 | por Valmir Santos
Feito pássaros que manobram durante o voo, controlando suas asas, Donizeti Mazonas e Edgar Castro equilibram-se numa área de pouco mais de metro de diâmetro, a metro e meio do tablado. O palquinho suspenso, um monolito circular metálico concebido pelo cenógrafo Eliseu Weide e como que expandido pela iluminação de Wagner Antonio, vira epicentro espaçotemporal do espetáculo Com os bolsos cheios de pão.
Leia mais24.8.2021 | por Valmir Santos
Qual o som do silenciamento? Essa pergunta ganha corpo e se torna cada vez mais incômoda na obra em torno da cantora lírica Maria d’Apparecida (1926-2017). A nossa ignorância a respeito da trajetória fulgurante dessa brasileira em solo europeu se agrava à medida que são expostos os níveis de preconceitos de raça e de gênero que circunstanciaram seus 91 anos de vida. A mulher negra, de pele clara, os enfrentou escudada em sua voz, seja interpretando ópera, no registro mezzosoprano, seja no repertório da canção popular ou do folclore de seu país, o mesmo que insistiu em asfixiá-la.
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