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“Raul Teixeira"

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Crítica

Dueto para subversões

30.6.2023  |  por Valmir Santos

“Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e mulheres que esperavam, e meninos e meninas que nasciam e cresciam”. O neologismo “velhar”, por subentendido, salta das primeiras linhas do conto Fita verde no cabelo (Nova velha estória), de João Guimarães Rosa, de 1964, feito verbo a sugerir seres inertes diante da vida. Seres, por assim dizer, antípodas às personagens assalariadas, moradoras na periferia urbana e ora desempregadas em Mãos trêmulas, a peça em que a mulher que costura figurinos para teatro há 60 anos e o auxiliar de cozinha que exerceu a função por 50 anos são pródigos em nadar contra a maré. Coisa que a equipe de criação do espetáculo também o faz em termos de contrapés temporais e espaciais na narrativa e na encenação abertas ao insólito e ao cotidiano para falar de afetos transformadores profundos no encontro de sujeitos sociais atuados por Cleide Queiroz e Plínio Soares.

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Artigo

Busco falar a partir do processo de criação do espetáculo Foi Carmen, de 2005, concebido e dirigido por Antunes Filho. No início tínhamos como referências a dança-teatro da alemã Pina Bausch, o universo do butoh do japonês Kazuo Ohno e, como tema, a expressividade da artista luso-brasileira Carmen Miranda. Os apontamentos a seguir rememoram o interior desse caminho.

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Reportagem

Para além da pandemia, conjecturou a atriz e dramaturga, existe uma situação extremamente instável na maneira como os artistas sobrevivem ao longo da história do Brasil. Grace Passô falou durante a mesa virtual que abordou as “Novas teatralidades e estratégias para a existência do teatro”. Afinal, a quem as artes vivas se destinam e quem detém os meios para fazê-las, seguiu problematizando. Ato contínuo, lançou a pergunta-ensaio que pode ser considerada determinante para um balanço do que foi dito e pensado durante o Seminário CPT 2020, realizado nas manhãs dos três primeiros dias de setembro, no marco das atividades de relançamento do Centro de Pesquisa Teatral do Sesc SP. Grace indagou: “Os legados são delegados a quem?”.

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Crítica

O encontro de Antunes Filho com Thornton Wilder diz mais sobre o ícone da encenação brasileira, o homem e o artista embarcados em seis décadas de trabalho, do que propriamente os vetores estéticos que o orientaram por pelo menos dois anos de pesquisa e ensaio. Nossa cidade mostra um criador nu e íntegro com a sua cena, mentor de espetáculos antológicos e ora sem o encalço da angústia da inovação a cada passo. Os códigos-fonte estão emocionalmente abertos no tablado do Teatro Sesc Anchieta, independente dos enigmas que a obra encerra. Não há um grande ator ou atriz a ancorar o projeto, como se condicionou aludir ao método sistematizado ao longo dos anos. A horizontalidade e o perfil multigeracional dos protagonistas do Grupo de Teatro Macunaíma/Centro de Pesquisa Teatral o deixa mais exposto à própria condição humana de mestre que também confronta crises e estas o provocam a destilar arte. Leia mais