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Nota

Funarte vai rever exclusão total de projetos para ocupar salas em SP

14.2.2014  |  por Maria Eugênia de Menezes

O resultado dos editais de ocupação dos espaços da Funarte em São Paulo tem gerado protestos entre os artistas de dança e teatro. Ao contrário do que aconteceu no Rio e em Brasília, onde os candidatos inscritos foram selecionados, o edital paulista desclassificou todos os concorrentes. “A Funarte, que é a fundação nacional para as artes, está trabalhando contra os artistas”, disse Sandro Borelli, presidente da Cooperativa Paulista de Dança. “Esse edital é esquizofrênico.”

Todos os projetos foram desclassificados por um mesmo motivo: a ausência de cartas de anuência de todos os envolvidos. “Só pode ter sido um equívoco”, considera o diretor Nelson Baskerville, que teve sua proposta de ocupação do Teatro de Arena limada pela comissão julgadora. “Enviamos as cartas de anuência de toda a equipe técnica envolvida. Mas, como propus um workshop para a escolha de elenco, não é possível ter as cartas dessas pessoas que ainda não foram escolhidas.” O encenador recorreu da decisão.

Representantes da Funarte não quiseram dar entrevista, mas enviaram uma nota de esclarecimento. “As propostas que concorreram aos editais de ocupação de espaços no RJ, em MG e no DF foram habilitadas em consequência de terem atendido a todas as exigências dos respectivos editais – idênticas àquelas dispostas nos editais referentes aos espaços de SP”, diz o comunicado.

O Teatrojornal apurou que o presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, Rudifran Pompeu (Grupo Redimunho de Investigação Teatral) participa de reunião hoje em Brasília [corrigindo, em São Paulo] com a ministra Marta Suplicy (Cultura). O encontro fora agendado por motivo de outra pauta, mas versará também sobre o descredenciamento coletivo. “Já me adiantaram que devem republicar ou estabelecer outras formas de os grupos se adequarem ao edital imposto provavelmente pelo departamento jurídico careta da Funarte no Rio”, diz Pompeu.

.:. Publicado parcial e originalmente em O Estado de S.Paulo, Caderno 2, p. C7, em 14/2/2014.

Crítica teatral, formada em jornalismo pela USP, com especialização em crítica literária e literatura comparada pela mesma universidade. É colaboradora de O Estado de S.Paulo, jornal onde trabalhou como repórter e editora, entre 2010 e 2016. Escreveu para Folha de S.Paulo entre 2007 e 2010. Foi curadora de programas, como o Circuito Cultural Paulista, e jurada dos prêmios Bravo! de Cultura, APCA e Governador do Estado. Autora da pesquisa “Breve Mapa do Teatro Brasileiro” e de capítulos de livros, como Jogo de corpo.

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