Nota
7.2.2014 | por Helena Carnieri
Tradicionalmente o curitibano compra com avidez ingressos para o Festival de Teatro da cidade – cujas bilheterias foram abertas hoje – sem prestar muita atenção à cidade de onde vêm as peças. O grosso vem do eixo Rio-São Paulo, como é natural devido ao volume de produção das duas praças. Se o público não faz muita questão de encontrar artistas curitibanos no palco, a baixa frequência com que o pessoal local é escalado incomoda a classe teatral. Neste ano, a cidade é representada por 2 dos 35 espetáculos: Nus, ferozes e antropófagos, apresentado como ensaio aberto da prestigiada nacionalmente Cia. Brasileira de Teatro, em parceira com os coletivos franceses Jakart/Mugiscué e o Centro Dramático Nacional de Limousin; e Tumba de cães, com direção de Marino Jr.
Sobre a Brasileira falaremos mais tarde por aqui. A presença do grupo não causa novidade, sendo este o segundo ano consecutivo em que tem uma peça convidada (em 2013, foi a vez da premiada Esta criança, com Renata Sorrah).
Marino Jr., que estreia na mostra, comenta sobre a sua presença na grade oficial: para ele, vem junto um senso de responsabilidade muito grande. “A classe curitibana erra ao desprezar o festival, muitas vezes apontando falhas da direção. E o público curitibano fica privado de conhecer seu próprio teatro”, diz Marino.
Tumba de cães tem texto da italiana Letizia Russo, e o fato de ela raramente ser encenada no Brasil, somado ao de o projeto ter vencido o prêmio federal de incentivo Myriam Muniz o estimulou a propor a peça ao diretor do festival, Leandro Knopfholz. Deu certo. E para responder à altura, Marino procurou um time que responda bem a essa “peça de ator”, como ele a define. Ranieri Gonzalez é o carro-chefe, seguido por Simone Klein, Andressa Medeiros, Fernando Bachstein e Pedro Henrique.Quando o Teatrojornal tiver a possibilidade de assistir a um ensaio, falaremos mais do espetáculo. Até a próxima!
Jornalista formada pela Universidade Federal do Paraná, instituição onde cursa o mestrado em estudos literários, com uma pesquisa sobre A dama do mar de Robert Wilson. Cobre as artes cênicas para a Gazeta do Povo, de Curitiba, há três anos. No mesmo jornal, já atuou nas editorias de economia e internacional.