Reportagem
Com a colaboração de Beth Néspoli
Na série de ocupações de espaços públicos vinculados ao Ministério da Cultura, iniciada há 17 dias e logo espalhada pelas 27 unidades federativas, a de Curitiba transcorria em precárias condições de alojamento até sábado, dia 28, quando as barracas de camping foram reforçadas ou mesmo substituídas por lonas pretas doadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, o MST. A solidariedade em infra-estrutura veio do acampamento Maria Rosa do Contestado, da cidade de Castro, atenuando a vigília ininterrupta sob baixa temperatura e chuva recorrentes no espaço externo diminuto.
A luta política ganhou dimensão nacional inédita – e histórica – na ação conjunta de artistas-trabalhadores de diferentes áreas de expressão aliados a movimentos sociais, estudantis e parte dos servidores em resistência ao governo provisório de Michel Temer (PMDB). E tudo a bordo de intensa programação artística-cultural autônoma, contando com adesão de públicos, fazedores e pensadores os mais distintos.
Nesta segunda-feira, dia 30, acontece uma ação coordenada por representantes de cada ocupação, o “Ato Nacional das Ocupas MinC e Movimentos em Luta”. Às 17h, sincronicamente, mas de acordo com roteiros e linguagens próprios, diversas áreas livres serão cohabitadas por meio de cortejos, intervenções, performances e outras modalidades corais. O objetivo é sensibilizar e informar as respectivas comunidades urbanas quanto às bandeiras #temerjamais, #fora temer, #ocupabrasil e #resistenciacultural. É um feito e tanto articular um ato simultâneo respeitando as singularidades dos 26 estados e Distrito Federal.
As ocupações são a maior mobilização do setor cultural já realizada na história desse país
Uma das primeiras medidas de Temer, sabe-se, foi a extinção do MinC para anexá-lo ao Ministério da Educação, o MEC. Pressionado, capitulou e recriou o MinC que desejava reduzir a uma secretaria sob alegação de enxugar o orçamento da pasta que não chega a 1% dos custos globais do governo federal.
Ainda no contexto da capital paranaense, a atriz Nena Inoue afirma que o raciocínio dos seus pares foi o seguinte: “Ocupa, depois pensa”. Horas após a notificação da presidente Dilma Rousseff sobre a abertura de processo de impeachment e da posse do vice provisório, em 12 de maio, um grupo de 38 pessoas já aderidas ao movimento “Cultura contra o Golpe” trocou a plataforma das redes sociais pela presença, à noite, no Núcleo de Estudos da Fotografia, na região central. Na ocasião, refletiram e elegeram como foco o Iphan, único equipamento do MinC em Curitiba, e para lá rumaram nas primeiras horas da madrugada do dia 13, afixando faixas e demarcando a ocupação, de fato, a partir da manhã daquele dia. Desde então, cerca de 30 ativistas costumam pernoitar ali enquanto as atividades artísticas, formativas e reflexivas que eles programam para o público de todas as idades e atraem em média cem pessoas.
“Ocupar era o ato que nos restava naquele momento. É como se a nossa formação se desse por meio da ação, como dizia Marighella, em vez de engasgar a garganta e ir para a casa chorar”, diz Nena, referindo-se ao guerrilheiro e escritor baiano Carlos Marighella (1911-1969).
Após Curitiba as ocupações avançaram por contaminação. Houve dia de consolidação de até 12 delas, tamanha a urgência do estado de coisas. Surgiram, por exemplo, a unidade mineira da Fundação Nacional de Artes, a Funarte, em Belo Horizonte, e o Palácio Gustavo Capanema, no Rio, prédio que já sediou o MEC em tempos de fusão com a Cultura e atualmente abriga a Funarte e outros braços do MinC. Segundo o ator e diretor Clayton Mariano, do grupo Tablado de Arruar, um dos que disponibilizaram tempo, mão de obra e pensamento à Ocupação Funarte SP, na verdade já são mais de 30 ocupações em território brasileiro. Em alguns estados elas se dão em mais de um equipamento do MinC ou prédios correlatos.
Também produtora e idealizadora de iniciativas como o Espaço Cênico (1997), Nena fez parte de articulações nacionais de artistas do teatro de grupo, como o Movimento Redemoinho, que em meados da década passada ambicionava, entre outras metas, políticas públicas para espaços de criação, compartilhamento e pesquisa.
A atriz percebe que as ocupações de unidades do Iphan e da Funarte impulsionam a historicamente combativa classe teatral a diálogos profícuos com artistas e cidadãos de outros campos, sobretudo os movimentos sociais, os sem teto, os sem-terra, as comunidades negra, indígena e LGBT. Vide a forte interação com os estudantes secundaristas que vêm dando exemplos surpreendentes de politização e de procedimentos em rede. “Aquela vitalidade absurda, aquela organização que dá vergonha ao movimento de teatro, ensina pra gente como se faz assembleia, como se cuida da cozinha, como se articula a comunicação em parcerias com Fora do Eixo e Mídia Nínja”, explica Mariano, da Ocupação Funarte SP. Está no ar, inclusive, a Rádio Ocupa MinC Brasil.
“Agir coletivamente requer paciência, sabedoria, habilidade, experiência, de alguma forma, e de olhar e de caminhar junto com pessoas que não necessariamente são seus pares. Uma coisa é caminhar junto no Redemoinho, na Frente, outra é caminhar com todas as turmas, todos juntos de fato. A gente vai sair daqui fazendo CPCs”, afirma Nena, em alusão ao Centro Popular de Cultura, vinculado à União Nacional dos Estudantes (UNE) e disseminado na década de 1960 por artistas e intelectuais de esquerda em nome da “arte popular revolucionária”.
Em São Paulo, a diretora Cibele Forjaz, cofundadora da Cia. Livre, vem exercendo importante mediação entre as diversas representações que ocupam o prédio da Funarte, no bairro Campos Elíseos. “Nosso ponto de convergência, a pauta que nos une é o fora Temer.” Mesmo os grupos que foram a favor do impeachment (entre os movimentos organizados que lá se encontram há também os que defenderam a saída de Dilma), querem a derrubada do Temer e eleições diretas.
“Todos reconhecem que em poucos dias esse governo provocou um retrocesso de mais de 20 anos em relação às conquistas sociais, extrapolando até os 14 anos de governos petistas, uma destruição que chega mesmo à gestão FHC. A extinção do MinC foi apenas a gota d’agua e não acontece por acaso. Há uma guinada conservadora fortíssima, uma atmosfera de censura, de fechamento.”
Em uma das ações de “guerrilha cênica”, que vêm sendo criadas pelos artistas de modo a “sair dos muros da Funarte” e intervir no espaço urbano, atuadores apresentavam ministérios na cena intitulada O magistério temeroso rasga direitos. Eram 23 atrizes e cada uma delas saiu à rua extinguindo direitos a exemplo do que fizeram os ministros do governo provisório de Temer. Entre as referências, 11 mil casas cortadas do Programa Minha Casa Minha Vida e a não votação do direito ao nome civil para transexuais.
Diferentemente do que ocorreu na ocupação anterior da Funarte, em 2011, quando os portões ficaram fechados e os agentes ficavam reunidos em torno de assembleias e discussões, procedimento criticado pelo diretor José Celso Martinez Corrêa, que acabou expulso na ocasião, desta vez a manutenção dos portões abertos foi um dos pontos de negociação entre as diversas vertentes políticas e artísticas que integram os grupos mobilizados. “No início o diálogo parecia impossível, mas como ninguém desistiu de protestar e resistir estamos aprendendo a conviver e agir em conjunto. É preciso que a gente se desmonte para se reconstruir em diálogo”, diz Cibele, uma das participantes mais experientes e das mais aguerridas na defesa do amplo diálogo entre diferentes – ela que fez parte importante de sua formação artística na pista libertária do Teatro Oficina.
Entre os que ocupam a Funarte há representantes do movimento negro e também dos pretos (uma diferença que não é apenas semântica, mas de pensamento e formas de luta), de movimentos de mulheres e de feministas, de movimentos de periferia, de grupos de lésbicas, gays e transexuais, de partidos políticos, de organizações da sociedade civil não ligadas a partidos, e ainda estudantes secundaristas que dormem lá todas as noites desde 17 de maio.
Há desde os grupos programáticos que só atuam a partir do estabelecimento de um sistema de regras decidido em assembleia até os anarquistas mais libertários que defendem a autogestão, sem normas pré-estabelecidas, passando pelos que defendem organização em grupos de trabalho e um mínimo de mediação. “Tudo precisa ser repensado, negociado, reconstruído: da linguagem às ações. Independemente dos avanços, os ganhos desse convívio já são imensos”, afirma a diretora.
Além das portas abertas há intensa programação musical no espaço, o que atrai também curiosos ou mesmo um público que vai até a Funarte por curtos períodos para acompanhar parte da programação. “Tem dias que há simultaneamente um quarteto tocando em um dos portões, uma sessão de jazz numa sala e grupos de intervenção pelas ruas em ações de guerrilhas cênicas”, diz Cibele. “O objetivo é estimular o debate político com arte”.
Segundo a diretora, a classe média que foi às ruas pelo golpe, ou grande parte dela, ficou chocada com aquela “cena de terror” na votação do Congresso. E depois, no Senado, todo o argumento era em cima das tais pedaladas fiscais comuns a vários outros presidentes “e, portanto, não justificariam o golpe”.
“E agora, mais do que nunca, está evidente que o objetivo do golpe era parar a Lava Jato, porque muitos atualmente no poder estão implicados, e favorecer a uma parcela reduzida do empresariado. O retrocesso é grande e não podemos deixar que esse governo se naturalize”, continua Cibele. Para ela, a nomeação de Alexandre de Moraes para o Ministério da Justiça “é sinal evidente e inequívoco da regressão e perda de direitos de minorias e dos mais pobres que se aponta no governo Temer: não é apenas como artistas, mas como cidadãos que não podemos permitir sua estabilização”, diz.
De volta ao movimento teatral no país, tudo leva a crer que vivemos tempos menos endógenos do que se viu no início da década de 1990, com a realização do primeiro encontro do Movimento Brasileiro de Teatro de Grupo, em Ribeirão Preto (SP), ou ao final do mesmo período, no desabrochar do Movimento Arte contra a Barbárie, em São Paulo. Afinal, a sociedade mudou bastante.
É assim que a representatividade cênica mais recente, conformada desde o ano passado na Frente Nacional de Teatro, revitaliza-se na condição de um dos “atores” das ocupações que aglutinam movimentos sociais e profissionais e estudantes da literatura, das artes visuais, do cinema, da música, e assim sucessivamente. A Frente é constituída por coletivos, federações, cooperativas e redes de teatro de pelo menos 16 unidades federativas das cinco regiões do Brasil.
Onde passa um movimento vai passar uma nação inteira
De certo modo, boa parte do que os coletivos cogitaram nos encontros do Redemoinho como que se estabelece agora na prática, sem que o teatro se insinue, necessariamente, na dianteira. O parâmetro é de mutirão, de auxílio mútuo em prol de uma causa que diz respeito a todos: a cultura da democracia ante o “grave momento de ruptura da ordem democrática”, segundo chamou à atenção o “Manifesto da Frente de Teatro de Belo Horizonte – Funarte MG Ocupada”, em 23 de maio, para denunciar e resistir “ao golpe parlamentar-político-midiático desferido contra o povo brasileiro e que ganhou proporções simbólicas aterrorizantes com a extinção do Ministério da Cultura”.
No dia seguinte, 24, a Frente Nacional de Teatro publicou uma nota refratária ao refluxo de entidades que antes defendiam a não conversão do MinC a secretaria e assim que o governo recuou, elas se mostraram refratárias ao espírito crítico diante de Temer e do novo ministro da Cultura, Marcelo Calero:
Os artistas e trabalhadores da Cultura, cidadãs e cidadãos que permanecem ocupados em equipamentos do MinC em todo o país, não legitimam esse auto-intitulado Governo Interino. Repudiamos qualquer apoio ou tentativa de diálogo por parte da APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro), do Procure Saber, do GAP Pró-Musica (Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música) e de qualquer outra entidade, segmento ou artista que venha a negociar com esse governo golpista, utilizando-se da luta plural e democrática travada nas Ocupações. A História lhes reservará espaço ao lado dos usurpadores da Democracia!
É através do esforço de milhares de trabalhadoras e trabalhadores da Cultura em todo o Brasil, junto com movimentos sociais e do povo brasileiro em favor da democracia, que tornou-se possível ampliar e garantir os direitos básicos de cidadania. Por isso, reafirmamos nossa posição: QUEM LEGITIMA GOLPISTA, GOLPISTA É!
Nossa luta é em defesa do restabelecimento e avanços da democracia e da justiça no Brasil. É contra os retrocessos nos campos político, econômico, ambiental, cultural e social!
Os golpistas recuam, as ocupações avançam!
Uma das passagens mais contundentes nesses 17 dias de Ocupas – como são chamadas pelos próprios manifestantes – foi a audiência pública da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, na tarde do mesmo dia 24, ao refletir sobre a extinção e posterior recriação do MinC. A sessão durou 3 horas e 50 minutos, presidida pelo deputado federal Chico D’Angelo (PT-RJ). Se alguém tinha dúvida de que o ministério voltou por dádiva ou por causa dos protestos, saiu convencido.
Representando a Frente Nacional de Teatro, o diretor e dramaturgo Fernando Yamamoto, do Grupo Clowns de Shakespeare, de Natal, sublinhou que as ocupações caracterizavam, àquela altura, “a maior mobilização do setor cultural já realizada na história desse país”. Viajaram com ele para Brasília artistas ou produtores de nove estados, todos sustentando os custos ou compartilhando-os com a colaboração dos ocupantes.
“Essa mobilização sem precedentes foi uma resposta ao golpe de estado que sofremos, através do desmonte de um projeto de país democrático, com um governo golpista agindo, minutos após assumir o poder, com atos de represália a todos os setores da sociedade e movimentos sociais que se colocaram contra esse hediondo golpe”, disse Yamamoto. Em sua opinião, as ocupações resultam “pacíficas, poéticas, afetivas, com uma clara posição de contraponto ao caráter policialesco, intolerante e violento do discurso e dos atos desse governo interino e seus aliados”.
No mesmo horário em que o diretor falava, Calero tomava posse no Planalto. E Yamamoto continuou: “Somos aqueles que entendem que o projeto de cultura para o país não pode se resumir ao corporativismo de uma política de financiamento aos artistas e, sim, um projeto mais amplo, de um país democrático, transversal, com uma relação direta com questões como a comunicação livre e contra-hegemônica, respeito aos diretos LGBTs, dos negros, das mulheres, das questões agrárias, dos territórios indígenas, direitos humanos e todas as outras áreas de interesse da sociedade, não por acaso, também atingidas pelo desmantelamento realizado por esse governo usurpador”.
Sentada ao lado do ator Rodrigo Gerônimo, do Grupo dos Dez, a diretora e professora Cida Falabella, da ZAP 18 – Zona de Arte da Periferia (sendo ambos artistas de Belo Horizonte), leu trecho do diário de ocupação na unidade da Funarte, registro de 18 de maio:
Esta noite eu não dormi na ocupação. Vim para a casa organizar a vida que fica suspensa nesses dias. Mas queria estar lá com os compas e ajudar a construir mais um dia, porque é [no] dia a dia que se faz. Além de ocupar, ainda temos de trabalhar duro para sobreviver. Eu tenho 56 anos, 40 anos de teatro e nenhuma mordomia. Nem quero. Esse é o nosso ganha-pão, pastor Feliciano, mas nossas bilheterias não são como as da sua igreja. E podemos dizer que o nosso suor não tem a condenação bíblica do seu. Nosso trabalho é alegria e gozo, e com ele vamos construir outro país. Nós somos artistas e trabalhadores da cultura, mulheres, homens, negros, negras, indígenas, brancos, brancas, gays, lésbicas, heteros, brasileiros e brasileiras. Nós vamos falar juntos e queremos que nossa voz seja ouvida.
Em seguida, Cida lembrou que “hoje somos uma legião de lutadores em todos os estados e distrito federal”, para depois ratificar, em dueto com Gerônimo: “Temer jamais! O MinC é nosso! Agora devolve o país!”.
De Florianópolis, a representante da Ocupa MinC SC, a palhaça Juliette, leia-se a atriz, pesquisadora e professora de teatro Jennifer Jacomini, fez o resumo da ópera: “O Temer, ele uniu o Brasil pela insatisfação geral e vontade de lutar”, declarou.
E vindo de João Pessoa, o produtor Alexandre Santos, da Parahybólica Cultural, disse que os insurgentes das Ocupas ajudaram a colocar a cultura “na linha de frente da resistência contra o golpe”, à maneira de uma “guerrilha cultural”. Tão resistentes quanto os estudantes secundaristas, reafirmou Santos.
“A gente está falando aqui de um exercício de cidadania, de formação política, antes de tudo. No interior das ocupações, multiplicam-se as vozes que passam a falar, a se colocar. Pessoas que não se posicionavam, começam a se posicionar, a pedir fala em plenária. Toda uma juventude para renovar a política, para ocupar os espaços que nos são de direito. A cultura veio dar um pontapé. É preciso uma onda de levantes, de ocupações para a gente abrir as barricadas necessárias nas ruas, nos prédios públicos, na padaria, no mercado, na parada de ônibus. Onde passa um movimento vai passar uma nação inteira.”
Ainda expuseram seus relatos à audiência o mamulengueiro Chico Simões, o Mamulengo Presepada, de Brasília; a atriz Marina Brito, do Grupo Expressões Humanas, de Fortaleza, representando a Ocupa MinC Brasil; o músico Tico Santa Cruz, vocalista da banda Detonautas, do Rio de Janeiro; o trombetista Silvério Pontes, devotado ao choro e também atuante na cidade do Rio; e a líder indígena Sônia Guajajara, da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), esta solidarizando-se com as demandas da arte e da cultura e, por outro lado, pontuando que tramitam no Congresso Nacional 182 medidas anti-indígenas “que querem arrancar o nosso território, que querem mudar toda a legislação de identificação e reconhecimento de terra”. Isso dá ideia do tamanho da luta dos povos originários ante a bancada ruralista, uma luta que também é de todos.
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Jornalista e crítico fundador do site Teatrojornal – Leituras de Cena, que edita desde 2010. Escreveu em publicações como Folha de S.Paulo, Valor Econômico, Bravo! e O Diário, de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Autor de livros ou capítulos afeitos ao campo, além de colaborador em curadorias ou consultorias para mostras, festivais ou enciclopédias. Cursa doutorado em artes cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde fez mestrado na mesma área.