Menu

Reportagem

Palco Giratório abre janelas do país a SP

5.8.2016  |  por Teatrojornal

Foto de capa: Marcio Lima

O projeto Palco Giratório virou paradigma de difusão e intercâmbio de artes cênicas em território brasileiro. Amadurecido ao longo de 19 edições – desde 1998 –, o formato idealizado pelo Serviço Social do Comércio expõe consistência artística, contextualização regional e, principalmente, dimensão formativa do espectador e aperfeiçoamento dos artistas locais com apresentações e atividades gratuitas ou sob ingressos acessíveis, entre R$ 6 e R$ 20. É o que o público do Estado de São Paulo confere a partir desta semana, e até 28/8, por meio das propostas de 20 grupos ou criadores com vocação para a pesquisa continuada em circo, dança, intervenção urbana e teatro para crianças ou adultos em salas, espaços alternativos ou ao ar livre.

Há trabalhos capitaneados por coletivos de referência em seus estados ou mesmo emergentes. Alguns deles pouco ou desconhecidos inclusive na capital. Lembramos o mato-grossense in-Próprio Coletivo; a performer sergipana Maicyra Leão; a gaúcha Cia. Teatro di Stravaganza; o cearense Teatro Máquina; o grupo paraibano Ser Tão Teatro; o potiguar Grupo Carmin; e a bailarina, diretora e coreógrafa mineira Dudude Hermann.

Constam ainda artistas de Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pernambuco e Rio de Janeiro, além de companhias radicadas no próprio Estado paulista anfitrião do circuito neste momento do ano.

Trabalhadores-curadores do Sesc representam as 27 unidades federativas no debate e seleção anual de formas, conteúdos e modalidades propícias a percorrer outras paragens

Dentre os aspectos mais importantes da ação Palco Giratório está justamente a possibilidade de o espectador entrar em contato com modos de criar, de produzir e de pensar o teatro, a dança, o circo, a intervenção, a performance e o teatro de rua por meio de outros contextos geográficos e socioculturais.

São sotaques, saberes e fazeres que nem sempre circunscrevem o imaginário urbano e adentram realidades e ficções do cotidiano de quem vive no campo ou na floresta. A curadoria coletiva pauta suas escolhas por demandas estéticas, aferindo a ressonância dos agrupamentos para o risco. Os criadores, por sua vez, caem na estrada e vivenciam situações sobre a realidade brasileira oxigenadoras para suas práticas e pensamentos – quando assim se dispõem à travessia com abertura para o outro nas tantas semanas fora de casa.

OraMortem, do in-Próprio Coletivo, de Cuiabá, estará no Sesc Bom Retiro no final do mêsTarcisio de Paula

OraMortem, do in-Próprio Coletivo, de Cuiabá, estará no Sesc Bom Retiro no final do mês

Anualmente, trabalhadores-curadores do Sesc representantes das 27 unidades federativas debatem as experiências mais potentes presenciadas em suas capitais e interiores. Articulam formas, conteúdos e modalidades propícias a percorrer outras paragens, equilibrando reciprocidade em formação, pensamento crítico, poéticas e cidadania.

Além de receber espetáculos, alguns Estados emendam o Festival Palco Giratório, incorporando outras criações ou atividades extensivas à mediação com o público, conforme concepção do Departamento Nacional do Sesc, sediado no Rio de Janeiro. É o caso de São Paulo, onde 17 unidades ou espaços públicos abrigam variações de temas, estéticas e de linhas de pesquisas compreendendo equipamentos da capital mais Campinas, Osasco, Santo André, São Caetano e Sorocaba.

A atriz Maria Alice Vergueiro, de 81 anos, é a artista homenageada nesta edição do projeto. Ela dirige e contracena com Luciano Chirolli e demais atores em Why the horse?, espetáculo do Grupo Pândega (SP) a ser exibido no Sesc Santo André, vindo de itinerância pelo país.

Na relação abaixo, destacamos também ações ou diálogos-chave que triangulam comunidade, criadores locais e convidados. São apenas duas a três sessões, daí a disposição cronológica para o espectador se programar.

Jacy, com Grupo Carmin (RN)

Uma frasqueira encontrada no lixo contendo vestígios de vida de uma mulher de 90 anos. Este fato real levou o grupo Carmin a conduzir uma investigação que durou três anos e que, em agosto de 2013, resultou na peça de teatro documental. Durante 1 hora de espetáculo, o grupo revela todo o processo dessa investigação e convida a plateia para acompanhar a vida de uma mulher comum que atravessou a 2ª Guerra mundial e a ditadura no Brasil, esteve no centro de um importante conflito da política no RN, viveu um amor estrangeiro e terminou os seus dias sozinha em Natal. Com textos dos filósofos Pablo Capistrano e Iracema Macedo, Jacy é uma peça cômico-trágica que revela fatos sobre o abandono dos idosos, a política e o crescimento desenfreados das cidades que, por muitas vezes, ignoramos.

Onde: Sesc Pompeia – Espaço Cênico (Rua Clélia, 93, tel. 11 3871-7700)
Quando: 6 e 7/8; sábado, às 21h, e domingo, às 19h
Quanto: R$ 6 a R$ 20
Duração: 60 minutos

Jacy, com o Coletivo Carmin (RN), dias 7 e 8 (sáb. e dom.) no PompeiaDaniel Torres

Jacy, com o Grupo Carmin (RN), dias 7 e 8 (sáb. e dom.) no Pompeia

Flor de macambira, com Grupo Ser Tão Teatro (PB)

Espetáculo de teatro de rua batizado com o nome da festa popular com música, comicidade, cor e teatralidade. Conta a história da jovem Catirina, a mais bela flor da Fazenda Macambira, que sucumbe aos vícios e tentações mundanas e, para salvar-se a si e a seu amado, mergulha nas profundezas de sua alma. Tipos do cotidiano brasileiro como o coronel sanguinário, o padre mercantilista, o bicheiro corrupto, e o triunvirato do capitalismo: o economista ilusionista, o banqueiro especulador e o marqueteiro enganador vão sendo apresentados, quadro a quadro, no espetáculo. A dramaturgia é assinada pela pesquisadora Rosyane Trotta, do Rio de Janeiro, e pelo grupo de João Pessoa.

Quando: 6 e 7/8; sábado e domingo, às 17h
Onde: Estação Osasco da CPTM, ao lado do bicicletário
Quanto: Grátis
Duração: 60 minutos

WWW para freedom, com Barracão Teatro (SP)

O espetáculo solo do palhaço Zabobrim, leia-se ator Esio Magalhães, que assina dramaturgia com Tiche Vianna, concebe atmosfera na qual o riso acentua a crítica ao poder da força que, em nome da liberdade, oprime e coage através dos seus recursos bélicos. É uma antítese à maquiavélica justificativa de que os fins legitimam a utilização dos meios, sejam eles quais e como forem. A proposta de encenação se baseia na visão da figura do palhaço enquanto viajante das emoções. Ele não faz rir simplesmente. O palhaço age para revelar a beleza do ridículo e o ridículo da beleza humana. O grupo Barracão é sediado em Campinas.

Onde: Sesc Santo André – Teatro (Rua Tamarutaca, 302, tel. 11 4469-1200)
Quando: dia 6 e 7/8; sábado, às 20h e domingo, às 19h
Quanto: R$ 6 a R$ 20
Duração: 60 minutos

A.N.J.O.S, com Cia. Nau de Ícaros (SP)

Espetáculo infantojuvenil mistura sonho e realidade, o fantástico e o real, vida e morte, nas transformações presentes no universo da criança. A história narra a aventura de Nuno, que, ao sofrer uma perda, se sente muito triste e sozinho, até conhecer sua amiga Ana. Ela não chega sozinha: traz consigo Nico, Jonas, Olívia e Suriá. Juntos, eles formam uma pequena gangue, os A.N.J.O.S, e têm uma missão muito especial: encontrar a auréola de Ana, perdida em algum lugar. A montagem dirigida e concebida por Erica Rodrigues utiliza os aparelhos circenses para criar a suspensão do tempo e do espaço; a música, a dança e o vídeo artesanal para dar espaço ao lúdico; o jogo com os duplos, sombras e reflexos para dar contorno ao imaginário e à fantasia.

Onde: Sesc Belenzinho – Teatro (Rua Padre Adelino, 1.000, tel. 11 2076-9700)
Quando: 13 e 14/8; sábado e domingo, às 18h
Quanto: R$ 6 a R$ 20
Duração: 60 minutos

Cachorros não sabem blefar, com a Cia. 5 Cabeças (MG)

No enredo do espetáculo dirigido e escrito por Byron O’Neill, um dos nomes da nova geração de criadores de Belo Horizonte, Caio sempre olha para seu relógio que insiste em marcar o mesmo horário: 9h15. O problema não são as pilhas. Provavelmente está quebrado. Ou então cansou-se. O que seria lastimável para um relógio. Adamastor odeia o nome Caio. Cristina não quer morrer virgem e odeia Caio, seu namorado. Caio, que não é o namorado de Cristina, apresenta-se para as pessoas com o nome de Adamastor, pois sabe que assim são capazes de suportá-lo. Adamastor acredita que tartarugas são perigosíssimas. Certa vez perdeu toda sua fortuna para um jabuti. Verônica nunca sabe se está ou se não está nua. Já perdeu vários empregos por causa disso. Alguns porque estava nua. Outros porque estava vestida. Berenice procura seu cachorro. Ele está sozinho em casa e não sabe abrir pacotes de ração e nem a geladeira. E um detalhe importante: ele não late. De jeito nenhum. Talvez não exista. Não existem cães que não saibam latir. E tartarugas que não saibam blefar. Por isso são excelentes parceiras de pôquer. Já os cachorros não. Cachorros não sabem blefar.

Onde: Sesc Pinheiros – Auditório
Quando: 11 e 12/8, quinta e sexta, às 20h30
Quando: R$ 6 a R$ 20
Duração: 55 minutos

Pequenas violências – silenciosas e cotidianas, com Cia. Teatro di Stravaganza (RS)

O texto parte de um fato corriqueiro e aparentemente sem maior gravidade: um atropelamento no qual não há vitimas fatais. A partir do olhar de diferentes testemunhas desse acidente a trama evolui como um quebra-cabeça, e acaba revelando que por detrás desse acontecimento “banal” algo mais terrível está para ocorrer. Dramaturgia e direção de Fernando Kike Barbosa.

Onde: Sesc Bom Retiro – Teatro (Alameda Nothmann, 185, tel. 11 3332-3600)
Quando: 13 e 14/8, sábado, às 21h e domingo, às 18h
Quanto: R$ 6 a R$ 20
Duração: 55 minutos

A gaúcha Cia. di Stravaganza traz Pequenas violências – silenciosas e cotidianas,Vilmar Carvalho

A gaúcha Cia. di Stravaganza traz Pequenas violências – silenciosas e cotidianas

Experimentos gramíneos, com Maicyra Leão (SE)

Vestida com uma roupa construída a partir de pedaços de grama artificial, a performer coloca-se deitada, camuflada, num pequeno gramado próximo a uma área de circulação intensa de pessoas. Em seguida, desloca-se pelas ruas desenvolvendo a ação a partir da interação com o público passante.

Onde: Estação CPTM de São Caetano do Sul (Rua Serafim Constantino, 51, Centro, São Caetano do Sul)
Quando: 16 e 17/8, terça e quarta, às 16h
Quanto: Grátis

A carroça é nossa, com Grupo Xama Teatro (MA)

Tudo começa com um sonho de Pedoca (Lauande Aires) em que vê a si próprio em uma carroça puxada por um burro. Ao despertar, encontra a carroça, mas não o animal que pudesse puxá-la. Em sua busca pelo burro, depara com Toinha (Gisele Vasconcelos), que sonha por um amor verdadeiro; Joaninha (Cris Campos), que anseia por proteção e Cecé (Renata Figueiredo), cujo sonho é encontrar sua família. Durante a busca, percebem que precisam desvendar um enigma que envolve não só a carroça como os seus destinos. Dramaturgia, encenação e música de Lauande Aires

Onde: Sesc Campo Limpo – Praça Central (Rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 120, tel. 11 5510-2700)
Quando: 16 e 17/8, terça e quarta, às 20h
Quanto: Grátis
Duração: 70 minutos

Why the horse?, com Grupo Pândega de Teatro (SP)

Instigada pelo tema da morte e reconhecendo seu próprio e natural receio diante do fim, bem como a força artística que a envolve, Maria Alice Vergueiro convocou seus parceiros de grupo Pândega de Teatro para a criação de um espetáculo em que pudesse ensaiar seu derradeiro momento. Aos 81 anos e mais de 50 de palco, a atriz não pensa em parar: “Com sorte pode ser que eu morra em cena. Se não, estaremos de volta no dia seguinte”. Abaixo, informações sobre a atividade Pensamento Giratória junto ao público, diálogo aprofundado sobre o processo criativo.

Onde: Sesc Santo André – Teatro (Rua Tamarutaca, 302, tel. 11 4469-1200)
Quando: 19 a 21/8, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Quanto: R$ 6 a R$ 20
Duração: 60 minutos

A projetista – Dudude Hermann (MG)

Em um projeto não existe nada além de um enorme espaço vazio a ser ocupado. Sua nutrição é a vontade, o desejo de existir, de voar. O espetáculo da artista mineira dirigido por Cristiane Paoli Quito (SP) transita por terrenos áridos, secos, desnutridos, muito rasos. Todos repletos e plenos de possibilidades de construção, onde só a imaginação alcança. A intérprete se utiliza do nada para preencher o vazio do mundo, projetando-se no espaço um pouco mais à frente.

Onde: Sesc Campinas – Teatro (Rua Dom José I, 270, tel. 19 3737-1515)
Quando: 20 e 21/8, sábado e domingo, às 18h
Quanto: Não informado
Duração: 70 minutos

Yi ocre, com Corpo de Arte Contemporânea (AM)

Yi, termo Saterê Mawe que significa terra, é som que sai de dentro como o ar expulso do pulmão, a respiração dos organismos, a vibração das células, o pulso vital. Ocre, a cor do barro resultante da oxidação dos solos amazônicos. Yi ocre é a simbiose do meio e o homem, o nosso ponto em comum, um só sistema inseparável. Em sua pesquisa o grupo abrange as diversas áreas do universo da arte, podendo transitar entre dança, performance, pintura corporal, circo e videodança. Centra nas questões corpo/contexto, pintura corporal, som e performatividade. Concepção e direção de Odacy de Oliveira e Alan Panteón.

Onde: Sesc Santo Amaro – Teatro (Rua Amador Bueno, 505, tel. 11 5541-4000)
Quando: 23 e 24/8, terça e quarta, às 21h.
Quanto: R$ 6 a R$ 20
Duração: 40 minutos

Yi ocre, com Corpo de Arte Contemporânea (AM), no Sesc Santo AmaroSandro Marandueira

Yi ocre, com Corpo de Arte Contemporânea (AM), no Sesc Santo Amaro

Adaptação, com Teatro do Açúcar (DF)

O espetáculo conta a história de personagens num momento de adaptação como meio de sobrevivência. Um diretor teatral frustrado não consegue superar crise criativa e decide mudar de profissão. Uma atriz recém-chegada à cidade grande precisa se acostumar à solidão do novo estilo de vida. Uma transexual adaptou seu corpo para poder seguir vivendo nele. Um dinossauro não sabe se sobreviverá às adaptações da espécie. Todos unidos por um drama em comum: o medo de morrer, se transformar, deixar de existir… Como se um escritor escrevesse ou adaptasse suas histórias, recriando, agregando e, o mais temível, eliminando personagens. Texto, direção e interpretação de Gabriel Fernandes.

Onde: Sesc Pinheiros – Auditório
Quanto: R$ 6 a R$ 20
Quando: 24 e 25/8, quarta e quinta, às 20h30
Duração: 60 minutos

OraMortem, com in-Próprio Coletivo (MT)

Um momento inesperado, um fragmento de sonho, um desarranjo do tempo, uma fração de loucura, disparados pelo encontro da Velha com o Menino. Trata a proximidade da morte como sintoma de vida. O corpo dela transborda e o espaço inundado está na iminência de derramar. A última gota, um delírio. Concepção e direção de Daniela Leite. Abaixo, informações sobre a atividade Pensamento Giratória junto ao público, diálogo aprofundado sobre o processo criativo.

Onde: Sesc Santana – Teatro (Avenida Luiz Dumont Villares, 579, tel. 11 2971-8700)
Quando: 27 e 28/8, sábado, às 21h, domingo, às 18h
Quanto: R$ 6 e R$ 20
Duração: 40 minutos

Diga que você está de acordo! Maquinafatzer, com Teatro Máquina (CE)

Tentando fugir da Primeira Guerra Mundial, quatro soldados se veem confinados numa casa, à espera de uma possível revolução. Em meio ao conflito e às condições sigilosas de refugiados, o grupo tenta chegar a um consenso para cada decisão, em paródia à formação dos sovietes. Entre as figuras, Fatzer é o egoísta.  Na encenação do grupo de Fortaleza, o quarteto dá forma à narrativa com tensão, repetição e engajamento físico e construção/destituição de uma língua em invenção. O espetáculo traz fragmentos da peça Decadência do egoísta Johann Fatzer, do escrita pelo alemão Bertolt Brecht entre 1926 e 1931. Direção de Fran Teixeira.

Onde: Sesc Bom Retiro – Teatro (Alameda Nothmann, 185, tel. 11 3332-3600)
Quando: 27 e 28/8, sábado, às 21h, e domingo, às 18h
Quanto: R$ 6 a R$ 20,00
Duração: 50 minutos

Versão brechtiana para Maquinafatzer pelo Teatro Máquina, de FortalezaAnnelize Tozetto

Versão brechtiana para Maquinafatzer pelo Teatro Máquina, de Fortaleza

Atividades simultâneas

Pensamento Giratório – Why the Horse?

O que entendemos por tradição? O velho que já não serve, que está fadado ao esquecimento? Ou a ancestral imagem da velha grávida, da morte que constantemente fecunda novas vidas e engendra fazeres, encenada de muitas formas na obra do Grupo Pândega (SP)? Tradição como estrutura cristalizada que não acha mais seu lugar no tempo presente, ou como força vital, caldo criativo recoberto pelas roupas das histórias pessoais, passada de geração em geração? Em que medida o Pândega, formado em torno da mítica figura de Maria Alice Vergueiro, atualmente com 81 anos e em plena atividade, a exemplo deste trabalho em que encena a própria morte, se beneficia criativamente do legado experimental da atriz e diretora para criar seus trabalhos? Ou em sentido inverso, em que medida são justamente as novas e diferentes gerações de artistas integrantes da companhia que possibilitam a Maria Alice realizar suas inquietações e expressar pensamentos cênicos que ressoam em todos os seus parceiros? São algumas das questões que permeiam o grupo desde seu primeiro trabalho, As três velhas, e assumidamente se radicalizam no atual, na busca de realizar aquilo que os integrantes entendem como “arte cênica”, ou performativa, e seu pretenso lugar num mundo cada vez mais repleto de velhas-novas representações. Coordenação de Maria Alice Vergueiro, Carolina Splendore e Fábio Furtado.

Quando: 21/8, domingo, às 14h
Onde: Sesc Santo André: Teatro (Rua Tamarutaca, 302, tel. 11 4469-1200)
Quanto: entrada franca
Duração: 3 horas

Maria Alice e Chirolli em Why the horse: apresentações e diálogo em Santo André Andre Stefano

Maria Alice e Chirolli em Why the horse: apresentações e diálogo em Santo André

Fragmento e criação – Procedimentos Criativos do Teatro Máquina (CE)

Exibição do vídeo Esconde-esconde (2012) seguida de bate-papo com o grupo sediado em Fortaleza. Tópicos da composição, tratamentos da fábula, teatro como espaço de resistência, cocriação e invenção de realidade são itens que norteiam o debate. O vídeo tem fotografia do cineasta Leonardo Mouramateus e é uma homenagem do Teatro Máquina à coreógrafa e dançarina alemã Pina Bausch (1940-2009), gesto nascido da recriação de poema escrito para a mesma, em 1981, pelo escritor e dramaturgo alemão Heiner Müller (1929-1995).

Quando: 25/8, quinta, às 20h
Onde: Sesc Bom Retiro – Teatro (Alameda Nothmann, 185, tel. 11 3332-3600)
Duração: 45 minutos

Gesto e narração: experiência e criação ficcional para o trabalho do ator, com Teatro Máquina

Novas formas de explorar a narração em seu caráter expandido e o gesto em sua construção, definição e decupagem, através de jogos e proposições inspirados na poética brechtiana, em um plano operativo constituído por exercícios focados na troca de papéis, na fala dirigida para o interlocutor e na experimentação da presença do narrador como sujeito épico.

Onde: Sesc Bom Retiro – Teatro (Alameda Nothmann, 185, tel. 11 3332-3600)
Quando: 26/8, sexta, turma 1, das 10h às 13h, e turma 2, das 14h às 17h
Quando: Grátis. Retirar ingresso com 1 hora de antecedência na central de atendimento
Duração: 3 horas

Pensamento Giratório – Conversa sobre os processos de criação e afinidades artísticas entre o in-Próprio Coletivo (MT) e Gabriel Miziara (SP), sob mediação de Sandro Borelli (SP) 

Onde: Sesc Santana: Deck do jardim (Avenida Luiz Dumont Villares, 579, tel. 11 2971-8700)
Quando: 26/8, sexta, às 20h
Quanto: Grátis
Duração: 90 minutos

.:. Confira a programação completa do Festival Palco Giratório no Estado de São Paulo

.:. Saiba mais sobre o projeto Palco Giratório no país

Pela equipe do site Teatrojornal - Leituras de Cena.

Relacionados