Menu

Crítica

Sabe-se que é possível fazer teatro sem palco, sem figurino, sem cenário. Pode-se abdicar da iluminação. Até do texto aprendemos a abrir mão, quando a encenação ganhou independência do drama. Mas haverá um limite? Teatro sem atores ainda é teatro? Leia mais

Crítica

Geralmente, é diante daquilo que precisaria ser dito que as palavras faltam. E parece quase impossível falar do que arrebata ou abate, como se não houvesse sintaxe capaz de dar conta do idílio amoroso, da epifania, da morte, do luto. Sobre essa dificuldade de nomear o inominável se debruça Canção de muito longe, obra do holandês Ivo van Hove, que foi coproduzida pela MITsp e fez sua estreia mundial durante o festival. Leia mais

Crítica

O vínculo intrínseco do teatro com o presente não se manifesta apenas na escolha dos temas a serem levados ao palco. O apego dessa arte ao seu tempo transcende os embates políticos e sociais do momento e comumente faz-se evidente também na forma – se é que ainda faz sentido a dicotomia entre conteúdo e invólucro. Em sua ânsia por conectar-se à sua época – período de inimigos difusos e certezas implodidas – o teatro contemporâneo empreende imenso esforço em desapegar-se dos paradigmas do drama realista – corrente hegemônica dos últimos dois séculos. Leia mais

Crítica

O desejo de Marco Nanini de se aproximar de Oscar Wilde motivou a criação de Beije minha lápide, em cartaz no Sesc Consolação até domingo. Sem vontade, contudo, de encenar uma das peças deixadas pelo escritor irlandês, Nanini buscou um texto original de Jô Bilac. Leia mais

Crítica

A situação dramática que move Garagem, em cartaz no Galpão do Folias, já está exposta desde os minutos iniciais da peça. Em crise, um advogado de classe média precisa lidar com perdas radicais: seus bens foram tomados, seu casamento terminou. Tudo o que lhe restou foi uma vaga de garagem – espaço que ele decide habitar e passa a chamar de lar. Leia mais

Crítica

Natural que, ao longo do ano, as opiniões sobre o que houve de marcante passem a convergir em direção a um número reduzido de obras. Chegado o tempo de olhar para trás e refletir, alguns títulos chamam inevitavelmente a atenção e outros, mesmo que tenham causado impacto no momento, terminam relegados a certo esquecimento. Costuma ser assim. Mas 2014 tem algo de atípico. Ao menos na cena teatral. São raras – se não inexistentes – as unanimidades. Os debates da crítica especializada menos apaixonados. Leia mais

Crítica

O que é inegociável?, questiona um personagem de O dia em que Sam morreu. Se em tudo é possível fazer concessões, se todas as coisas têm um preço, o que resta como ponto de resistência? Na mais recente montagem da Armazém Cia. de Teatro, grupo com mais de 25 anos de trajetória, a ética surge como problemática a ser esmiuçada. Leia mais

Crítica

Não é incomum que atores procurem no teatro papéis que sirvam para dar nova dimensão e credibilidade às suas carreiras. Na Broadway, galãs e mocinhas do cinema buscam reconhecimento ao montar clássicos. Aqui, a lógica também se repete, prioritariamente entre aqueles que construíram suas trajetórias na TV. Funciona como uma espécie de certificado de que, por trás da fama, existe talento. Leia mais

Crítica

Levar a vida é preciso: aproveitar o momento, não se preocupar muito porque tudo passa rapidamente. Eis a receita do homem contemporâneo para escapar do trágico. Incêndios, espetáculo do autor libanês Wajdi Mouawad protagonizado por Marieta Severo, vem demonstrar quão tolo – ou inútil – pode resultar esse estratagema do nosso tempo. Da tragédia não se escapa. O terrível não respeita nossos planos, não se curva às nossas conveniências. Não existe consolo, esse artista parece nos dizer. Mas existe o afeto. Leia mais

Crítica

Escrita por Luís Alberto de Abreu, a peça Sacra folia, apresentada nesta edição da Mostra Latino-Americana de Teatro de Grupo, é tributária de muitas tradições e formas teatrais consagradas. Em sua composição, observamos a estrutura dos autos natalinos, o lugar do metateatro, os apelos farsecos. Além disso, talvez o mais forte vínculo que se possa perceber nessa peça lançada em 1996 é com a obra de outro grande dramaturgo brasileiro: Ariano Suassuna. Leia mais