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Artigo

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Dia desses, recordei-me de um espetáculo a que assisti já há alguns anos, quando estava no Chile. Eu me encontrava em Coyhaique, uma das cidades contempladas pela 7ª edição do festival de teatro Patagonia en Escena. Fui cativada pelo espetáculo de marionete Chaika, um trabalho da atriz e marionetista chilena Tita Iacobelli, criado em parceria com a também marionetista e diretora belgo-russa Natacha Belova. A peça ─ inspirada em A gaivota, do russo Anton Tchekhov [“chaika”, em russo, significa “gaivota”] ─, leva à cena as angústias e os dilemas de uma atriz madura (a marionete) diante do desafio de interpretar Arkádina pela última vez, confirmando sua despedida dos palcos. Ela sente, no entanto, que já não tem mais a vitalidade ou a memória que o papel exige.

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Crítica

O sistema da amargura

1.6.2022  |  por Valmir Santos

A simbologia da palavra “sistema”, tão cara ao artista e pensador russo Constantin Stanislávski (1863-1938), que empenhou boa parte da vida em organizar uma metodologia para a arte de atuar, ganha contornos engenhosos na transposição cênica da novela A dócil, de Fiódor Dostoiévski (1821-1881), pela Cia Teatro da Cidade em sua sede, uma sala multiuso em São José dos Campos (SP). O trabalho materializa o efeito da diegese, ou seja, o conjunto de efeitos que balizam tempo e espaço na narrativa, emanando um retrato histórico-social cruel e atemporal. Numa perspectiva científica, sistema também pode ser entendido como a disposição de objetos numa ordem que torna mais fácil sua observação e estudo. A experiência aqui mobiliza nesse sentido.

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