8.4.2025 | por Teatrojornal
Nelson Rodrigues tinha 43 anos quando Bertolt Brecht morreu, em 14 de agosto de 1956, aos 58 anos. O brasileiro escreveu 17 peças em 37 anos, de 1941 a 1978. Viveu 68 anos. Consta que o alemão concebeu pelo menos 48 textos para teatro ao longo de 41 anos, de 1913 a 1954, inclusive quando passou 15 anos no exílio. As obras de Rodrigues (1912-1980) e Brecht (1898-1956), portanto, são filhas do século XX e seguem permeando a cena brasileira, a despeito das temáticas e linguagens diametralmente opostas.
Ambos os dramaturgos estão presentes na temporada de abril na cidade de São Paulo com as estreias de Gente é gente, no Sesc Vila Mariana, espetáculo livremente inspirado na peça Um homem é um homem, de Brecht, escrita entre 1926 e 1956, com direção de Marco Antonio Rodrigues, atuações de Aílton Graça, Dagoberto Feliz, Nábia Villela e demais artistas, sob direção musical de Zeca Baleiro, e de Senhora dos afogados, no Sesc Pompeia, a partir de 25/4, segundo abraço da atual Companhia Teatro Oficina Uzyna Uzona a Nelson Rodrigues em 66 anos de trajetória, desta vez sem a presença de José Celso Martinez Corrêa (1937-2023), que encenou Boca de ouro em 1999. A responsabilidade agora cabe à diretora convidada Monique Gardenberg. O elenco soma Marcelo Drummond, Sylvia Prado, Leona Cavalli, Giulia Gam, Regina Braga, Cristina Mutarelli, Michele Matalon, Muriel Matalon e Roderick Himeros, dentre 23 atuantes e três músicos.
Leia mais1.6.2022 | por Valmir Santos
A simbologia da palavra “sistema”, tão cara ao artista e pensador russo Constantin Stanislávski (1863-1938), que empenhou boa parte da vida em organizar uma metodologia para a arte de atuar, ganha contornos engenhosos na transposição cênica da novela A dócil, de Fiódor Dostoiévski (1821-1881), pela Cia Teatro da Cidade em sua sede, uma sala multiuso em São José dos Campos (SP). O trabalho materializa o efeito da diegese, ou seja, o conjunto de efeitos que balizam tempo e espaço na narrativa, emanando um retrato histórico-social cruel e atemporal. Numa perspectiva científica, sistema também pode ser entendido como a disposição de objetos numa ordem que torna mais fácil sua observação e estudo. A experiência aqui mobiliza nesse sentido.
Leia mais